UMA OUTRA VIDA

Capítulo 8: Desesperado

A palha começou a se esfriar novamente, então Don se levantou e vestiu-se:

- Não está sentindo frio?! Perguntou 
- Eu "comando" todo esse frio! Respondeu Leng entre risadas, porém logo se vestiu

Após um longo período de conversa eles voltaram para dentro, o jantar estava pronto, então se sentaram e começaram a comer

- Onde estavam?! Perguntou Yangjing

Seu irmão Leng não respondeu, apenas sorriu de lado, o que foi necessário para que ela montasse todo o quebra-cabeça, então simplesmente sorriu.

Após o jantar todos estavam em seus quartos arrumando suas camas para dormirem. Guri estava quase arrumando a sua, até ouvir a porta de seu quarto fechar, ele rapidamente se virou. não havia ninguém ali, como a porta havia se fechado, e acima de tudo, como ela se trancou? Ele então se virou para frente para pegar algo para se defender, caso fosse algum espírito maligno mas em sua frente havia alguém, Don se assustou e caiu no chão entre gritos. Aquilo em sua frente se aproximou e cobriu sua boca, então o garoto se acalmou 

- Leng, pensei que fosse o demônio da flauta Chenqing, custava bater na porta?! Sussurrou

O homem maior simplesmente riu

- Agora todos vão ficar me perguntando o motivo de meus gritos! 

- Não se preocupe, eu coloquei uma fragrância que os deixaram sonolentos, vão pensar que tudo que vão ouvir essa noite será apenas um sonho!

- O que quer dizer com "- O que ouvirem essa noite?"! Perguntou Don com o sorriso baixo

- Hoje vamos para a montanha, e vou te fazer gritar tanto e  te deixar tão quente até que a neve derreta! Sussurrou LengYan.

Os olhos do guri rapidamente estavam enormes, ele havia se assustado com a ideia do homem.

- Espero que eles não acordem rápido! Respondeu Guri, que rapidamente se levantou, segurou na mão do amado e começou a andar em direção a porta. O tempo ia se passando, os dois estavam distantes, mas logo resolveram voltar para a aldeia, no meio do caminho Don coloca a mão no pescoço e viu que não estava com o colar de sua irmã

- Esqueci algo importante, pode ir na frente, irei voltar para buscar! Disse Don após beijar o outro homem na testa

Leng continuou andando. Guri demorou, porém encontrou o colar, aproveitou e colheu maçãs, então voltou para a aldeia, se aproximando do local ele viu que tudo estava em chamas, correu rapidamente para ajudar, mas quanto mais perto chegava, mas longe seu coração queria estar, deixou as maçãs cair na neve e continuou correndo, mas logo parou, o frio da montanha não estava só na sua pele, mas também no seu coração e peito, todos da aldeia foram decapitados, ao olhar para cima viu a cabeça de seu amado presa a uma estaca enquanto seu corpo queimava na lareira. As lágrimas começaram a descer pelos olhos frios e pálidos do garoto, então de repente escuta um riso alto seguido de uma voz: 

- Ops, matar pessoas dormindo não seria um bom feito meu, porém eu fiz!

Guri se virou para a voz, eram o governador e guardas da aldeia que ele havia fugido. A alma do rapaz havia se dissipado, o ódio tomou conta de seu corpo, uma flauta podia ser ouvida por Don, então estendeu seus olhos aos céus e sussurou "- Demônio de Chenqing, me possua". Vultos pretos voavam redor de seu corpo até que entraram e possuíram seu corpo e alma. 

O garoto abaixou a cabeça, seus olhos estavam pretos, não sabíamos como, mas ele conseguia controlar o Tigre Estígio, assim como Wuxian. 

- É  a minha vez de brincar! Disse o garoto, que logo completou - Suas mulheres se tornarão inúteis e infecundadas, seus filhos irão adoecer e suas terras irão secar, suas águas se tornarão gelo e não haverá nada além de sol quente, porém quanto mais quente, mais congelado ficarão suas águas, seus escravos estarão protegidos e serão alimentados pela lua, já vocês assombrados pelo sol, seu deus não irão os ouvir, virará as costas ao seu povo, sua aldeia entrará em guerra com seu próprio povo, os filhos serão mortos pelos pais para servirem de alimento, mas isso não será suficiente para saciar sua fome, a ponte de fogo que dá entrada ao seu reino só poderá ser pisada por escravos, ninguém com sangue do governador entra ou sai. Essa é a minha maldição ao seu povo. Já vocês, que estão aqui, todos que derramaram sangue do meu povo, vocês irão lutar uns com os outros, irão se ferir mas não se matar, irão perder dedos e braços, mas vão continuar vivos, irão voltar ao seu povo, após a volta a ponte de fogo não os deixará sair novamente. Toda noite um frio incurável irá afetar a mente de vocês os fazendo desmaiar de dor, e por fim, vocês irão se alimentar de seus filhos, e enquanto fazem isso irão chorar e se arrepender de ter mexido com o meu povo! Terminou o garoto

- Quem é você?! Perguntou o governador enquanto suas pernas tremiam de medo e frio

- Eu sou Dong Yoku, mas podem me chamar de Guri LengYan, "Guri" pois ninguém sabia meu nome e "LengYan" era o nome da pessoa que eu amava e agora está queimando por culpa de vocês - as lágrimas escorriam ainda mais no rosto de Guri, que rapidamente firmou seus olhos e fez com que cada soldado ali presente recebesse um espírito para o acompanhar, a maldição chegou até o povo também, os soldados ergueram suas espadas, tentaram abaixar a mão, mas não era possível, a guerra havia começado, e Dong sorria ao ver a cena, todos imploravam por misericórdia, porém Dong continuava sorrindo:

- Aproveitem a vida eterna! Respondeu ele e logo saiu.