Part III

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Olá! Demorou um pouquinho mas resolvi postar o desfecho dessa história muito apreciada por vocês, talvez mais um ou dois capítulos para encerrar.

Obrigada por cada visualização, curtida e comentário. Espero que gostem e até a próxima atualização!

Xoxo













"No one's gonna take my soul away. I'm Living like Jim Morrison, Headed towards a fucked up holiday"

O primeiro vislumbre que teve ao acordar com a visão turva foi a janela, uma janela velha onde vidros e cortinas já não existiam mais, a lua brilhava no céu nebuloso por entre as nuvens e reluzia sobre sua face recém despertada. Ergueu se abruptamente quando se deu conta de onde estava, o cheiro de poeira e morte eram característicos e uma lembrança impossível de ser esquecida. A putridão ardia suas narinas, tentou ao máximo não abrir a boca para evitar sentir o gosto. As molas rangeram abaixo de seu corpo coberto pela mesma camisa branca e calça social que vestia quando adentrara aqui e conhecera o demônio que vinha o atormentando desde, desde.... desde quando?

Sua cabeça girava, rodopiava como uma bailarina cada vez mais rápido trazendo com ela uma imensa dor que parecia querer partir lhe o crânio, sua mente recebia uma torrente de informações de uma só vez como aquelas montagens estranhas dos filmes, podia vislumbrar de olhos abertos tudo aquilo que havia lhe acontecido em dois anos, sua chegada aqui, a transa, o confronto com o ser das trevas até chegar a um hospital que nunca existiu. Colocou seus pés descalços contra o chão velho e decrépito, ouviu o guinchar de ratazanas correrem por aí. Se direcionou até a janela e caminhou com dificuldade, era como se estivesse dando os primeiros passos. Sentiu o vento frio contra seu rosto, um beijo fresco daquela noite gelada, as árvores altas com sua folhagem sacudindo, um corvo sobrevoou entre elas e sumiu colina dentro.

A janela era tão grande que poderia passar por através dela como Alice pelo espelho, e ao invés de encontrar um mundo novo cairia de encontro ao abraço terno da tão ansiada morte. Antes que ousasse encontrar o chamado de sua liberdade, ouviu claro como o amanhã o suave toque do piano vindo lá de baixo, seu peito vazio e confuso encheu-se então de ódio, sentiu o frio percorrer sua espinha e arrepiar sua nuca, lábios frios passarem velozmente contra sua orelha. O martelar dentro de sua caixa torácica não negava, ouviu junto ao piano uma voz tão hipnotizante quanto um canto de sereia porém, era grossa e aveludada ao mesmo tempo em perfeita sincronia com a melodia macabra que tocava tão bem.

Sing for me, my Angel... Come to me...

Virou-se para trás e reparou no objeto semelhante a uma faca, com que parecia ser dentes enfeitando sua lâmina, a primeira espada parecia se empunhar bem com ele. Ao tomá-la em sua direita, se recordou em como foi perfurar o peito daquela figura desfeita em fumaça. Sentiu a fúria corroer suas entranhas, ele havia deixado ali, como deboche, uma provocação clara que aquecia e incendiava sua ânsia em acabar com ele, respirou fundo aquele ar putrido e guardou contra o peito aquela arma e se rendeu ao convite de revanche com o demônio. Não pensava em nada, era uma caixa vazia depois de dois longos anos sendo refém de sua própria mente corroída e perturbada. Correu para o corredor, sentindo um tremor abaixo de seus pés, as paredes pareciam se mover ouvia a risada e os toques nas teclas ficarem mais agressivos, a melodia parecia aumentar desceu as escadas, para o segundo andar, era mais escuro e as sombras pareciam ter vida conseguia ouvir vozes se sobrepondo, braços espreitando e ousando tocar seus ombros, apressou-se em passar e correr para o próximo lance de escadas.

O último corredor, pertencente ao primeiro andar foi recepcionado por uma figura já conhecida em seus pesadelos, o enorme lobo negro encarando o mais profundo de sua alma, escondido nas sombras, camuflado na imensidão negra daquele lugar horrendo com os olhos rubi reluzindo a violência contida dentro de si. Se encontrava ofegante e suando frio diante daquele ser animalesco, o cessar do piano lá embaixo e o uivar das árvores o prenderam diante daquela cena, encarava o lobo de volta sem medo, ousou dar um passo adiante mas o rosnar violento que espumava de sua boca enorme e cheia de dentes pontiagudos o fez engolir em seco. Ele sentia o cheiro da morte, da desgraça e brutalidade junto ao frescor de sangue.

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⏰ Última atualização: Aug 12 ⏰

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