Capítulo 8 - Lembranças

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Enquanto andava pela cidade em busca de algum local para que pudesse trabalhar, Jazz acabou esbarrando em alguém.

— Oh, me desculpe! – Diz um homem de cabelo ruivo e olhos negros estendendo a mão para Jazz.

Quando vira a pessoa que estava lhe estendendo a mão, Jazz logo se surpreendera. Não sabia se estava com sorte ou azar de ter esbarrado-se logo com ele, o vice-líder da antiga equipe manipulada pelo seu pai, e a única pessoa que fora capaz de bater de frente com a serial killer mais temida do mundo, era ele, P. Ou mais conhecido ali como Apuh.

— Se... Sem problemas... – Gagueja Jazz assustado e surpreso com a situação em que se encontrava.

Jazz aceitou o gesto de Apuh, ou melhor, de uma de suas vítimas.

Mesmo que fosse forte, Jazz nunca tivera coragem de encarar os membros da equipe de seu pai. Eles eram extremante fortes e determinados, lutar com eles era como estar buscando a morte. Mas a pessoa que Jazz mais temia lutar era a pessoa que estava a sua frente, que lhe oferecera ajuda, P.

Mas havia um motivo pra que ele temesse tanto o ruivo.

Há alguns anos atrás, quando eles ainda eram jovens crianças, Jazz desafiara P em uma luta.

— Ei, P. – Chama Julian entrando na sala de treinamento da equipe A. – O que o mais fraco da equipe está fazendo?

— Treinando, ao contrário de você, pirralho mascarado, eu faço alguma coisa da vida. – Responde P com um tom ardiloso em sua voz.

— Por que está me chamando de mascarado sendo que nós dois usamos essa máscara? – Pergunta Julian com um claro tom irônico em sua voz. – Aceite que você carrega a mesma marca que eu, fracote.

— Repita o que disse. – Diz P levantando-se erguendo as mangas da blusa e retirando uma arma da bolsa.

Julian por um momento paralisou, não gostaria que suas palavras levassem para um evento violento.

— Você é tão fraco com seus sentimentos que se sente ameaçado com uma simples ironia? Como você é estúpido. – Ri Julian erguendo uma arma semelhante a de P. – Por que não tenta?

P suspirou e largou a arma no chão, abrindo as mãos vazias como se quisesse expressar algo que Julian não compreendera.

— Se for para te enfrentar, é desnecessário eu ter uma arma. Até porque você é um fracote. – Retrucou P usando a mesma palavra que Julian usara para desmerecer ele.

Julian não gostara nenhum um pouco daquela provocação, queria de alguma forma redarguir na mesma moeda. Mas não achara nenhuma frase que conseguiria calar a boca do outro.

Então, a única maneira de retribuí-lo, seria a base da violência. Ele jamais ficaria abaixo dele, nem que tivesse de usar a violência.

Mas antes que pudesse ataca-lo, uma pessoa surgiu atrás dele.

— Não ouse tocar em mim. – Sussura P entrelaçando os braços ao redor do pescoço de Julian. – Você é inferior a mim, apenas aceite essa verdade.

Mas antes que P pudesse terminar de realizar tal ato, uma pessoa surgiu em meio a uma fumaça e separou os dois.

— Sem brigas. – Disse uma voz feminina com um tom frio e calmo, como se não expressasse nada. – Vocês não são treinados para brigarem entre si.

— A... A-san? – Gagueja P engolindo seco. – De... Desculpa! Não era a minha intenção...

— Aceite a culpa, um verdadeiro guerreiro não se esconde através de desculpas. – Interrompe A enquanto olhava fixamente para os dois com aquele temeroso olhar frio e enigmático.

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