Hydrangea macrophylla

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Você não vai me abraçar forte?
Amor, eu irei aonde você para
Mesmo que isso signifique
Que estou na estrada esta noite
E eu não estou
— Wait for me


Lunária falou durante as declarações e Cesar comentava com frases já pequenas em alguns momentos e quando começou a perceber era como se as 24 horas que eles tinham todos os dias fossem um curto espaço de tempo para ouvir tudo o que ela tinha a falar. Cesar sorri com o pensamento.

Com as bebidas esfriado, eles acabaram pedindo mais algumas cervejas pelo aplicativo evitando assim uma despedida então expandiram a conversa.

Parte da cidade era fria mas era como se Lunária exalasse uma luz e calor próprio à noite. Algo que lembrava a Cesar da sensação de chegar em casa, ela passará como passar da conversa de um café e uma busca ao chegar, ou uma busca depois de uma missão.

– Ainda está ai? – pergunta ela ao perceber como Kaiser deve fixar-se para as ondulações de seus cabelos.

– Sim, está frio né? – ele disse observando que tinha escurecido e ela ainda estava apenas com um vestido curto. – Se você quiser... – ele tira o casaco e o coloca sobre os ombros como se chamando ela.

Era uma atitude diferente. Cesar Cohen não faria isso com outra pessoa com tão pouco tempo de convivência. Seus amigos achariam estranho. Ele chamaria a si mesmo de louco e talvez ele estivesse ficando.

Lunária chega mais perto, se encostando nele e se aconchegando. Eles estavam perto o suficiente para Kaiser reparar as cicatrizes em formatos de diversas flores nas costas dela e algumas em seus pulsos de cortes na vertical os quais ela cobriu ao perceber que ele olhava.

– Sabe... – ela fala olhando para os próprios dedos. – Mesmo depois de anos trabalhando aqui... você está sendo a melhor pessoa que a floricultura trouxe. Parece até algo premeditado pelo destino.

Ela olha nos olhos do mais alto que não conseguia desviar. Lunária era como uma flor viva.

– Premeditado. – Kaiser fala baixo como um sussurro e se eles não estivessem tão perto provavelmente Lunária não teria escutado. – Você aceita ser minha acompanhante no casamento.

– Aceito.

Lunária olha para o piercing na sobrancelha do Cesar e depois para sua boca e ao voltar para os olhos do mesmo. Ela o beija, devagar e com uma delicadeza que a fazia parecer uma mentira de tão perfeita. Levando a mão de uma forma delicada ao pescoço do mais alto na área onde não tinha queimaduras talvez com medo dele a afastar, algo que não acontece.

Kaiser corresponde de uma forma desajeitada pela surpresa mas ela explodiu sua cabeça fazendo com que ficasse difícil de pensar. Lunária sorri durante o beijo e talvez por um momento ela pensa que ele é uma ideia. Uma ideia, uma emoção, um estado de espiríto.

Ao se separarem as bochechas dela estavam coradas e talvez seja pelo álcool mas por alguns segundos Cesar Cohen percebe o brilho arroxeado passar pelos olhos dela quase como algo... Paranormal.

A Florista, Kaiser/Cesar CohenOnde histórias criam vida. Descubra agora