Nem todo mundo tem um final feliz

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Magnus

Tinha sido uma noite agitada, e um dia ainda mais agitado. 

Desde que saí da casa de Alexander depois de nossa conversa na noite anterior, fui bombardeado com memórias dele, como se minha mente estivesse tendo um show de fotos sem intervalo à vista. 

Foi como se, quando finalmente me dei permissão para entender e explorar uma possível amizade com Alec, meu cérebro se soltasse, como água explodindo em uma represa após um longo fechamento. 

E com as memórias, vieram os sentimentos que eu associei a elas conforme aconteciam, e essa era a parte que eu estava tentando desesperadamente superar. 

Todos os sentimentos de desejo, de luxúria e até mesmo a outra palavra com 'A' que eu não conseguia começar a pensar. 

Tudo me atingiu com força total enquanto estava deitado na cama, enquanto tomava banho, enquanto preparava o almoço. 

Eu desisti de tentar abafar isso com a TV, porque para que você precisava de uma televisão quando sua mente era uma farra da Netflix 24 horas por dia, sete dias por semana?

Foi uma loucura. E não parecia estar parando em breve.

Depois de um banho longo e quente, coloquei a primeira camisa que vi no meu armário, mas depois de olhar no espelho, a arranquei e tentei outra. E depois outra. 

Esta noite, Alec iria me buscar depois que ele saísse do trabalho, o que significava que eu tinha um longo dia para me estressar por vê-lo novamente, e eu não queria parecer muito arrumado, como se estivesse tentando demais. 

Shorts seriam muito casuais, então... talvez jeans?

Dez camisas depois, finalmente decidi por uma de rubi profundo e entrei no banheiro para fazer a barba.  Mas quando eu levantei a navalha, minha mente vagou com mais uma memória.

—Eu gosto disso. — Disse Alec, passando o polegar ao longo da borda da minha barba por fazer.

— Você gosta? — Eu pretendia fazer a barba naquela manhã, mas estava com pressa para vê-lo e isso escapou da minha mente. — Então, eu devo ficar com ela?

— Você fica gostoso pra caralho de qualquer maneira. Mas isso... — Ele se inclinou e roçou sua bochecha mal barbeada contra a minha. — Seria muito bom contra minhas coxas...

Puta merda. Meu coração bateu forte com a memória... e eu abaixei a navalha.

Fiel à sua palavra, Alec estava esperando no estacionamento do meu apartamento às seis da tarde.

Ele estava encostado no capô do carro, com os braços enormes cruzados sobre o seu peito largo, a camiseta preta que ele usava esticada até o limite. Seu cabelo parecia mais escuro, mas quando desci as escadas e tive uma visão melhor, percebi que era porque estava molhado, como se ele tivesse vindo direto depois do banho. 

O efeito foi... bem, enervante, se a forma como meu estômago embrulhou fosse qualquer indicação.

— Olá. — Ele disse, puxando o capô e me dando um sorriso torto. 

Eu não tinha certeza se deveria dar-lhe um abraço, ou apertar sua mão, ou bater com os punhos ou o que quer que devíamos fazer para nos cumprimentar, então parei na frente dele e esperei para ver o que ele faria. 

Como ele sentiu minha incerteza, ele enfiou as mãos nos bolsos, me dando uma resposta que eu não tinha certeza se queria.

— Ei. Acabou de sair do trabalho? — Eu perguntei. Duh, é claro que ele tinha. Eu já sabia disso.

Se lembre de mim (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora