A Lenda das Sombras {Norenmin}

Part VIII

"Droga", a criatura pensou. O garoto olhou com cenho franzido, porém negando-se a se afastar de seu salvador.

Sabia o que se tratava uma Sombra, mas não possuía medo algum, o máximo que o homem fizera até então foi revirar os olhos para ele. Fora que era um homem tão bonito, em seu íntimo gostaria de crescer parecido com ele.

O Sombra o olhou pensativo, mas por fim falando com igual firmeza.

— Garoto, você precisa fugir. Vou colocá-lo no chão e você corre okay? — Avisou sério, querendo deixar claro para o garoto que ele não podia sob nenhuma circunstância desobedecê-lo e agarrar-se novamente as vestes dele. No fundo, não gostaria nem que o garoto permanecesse ali, sabia que as coisas poderiam sair do controle naquele momento, inclusive no íntimo dele.

Nenhum pouco feliz o menino olhou-o hesitante. Seus olhos presos aquele tom avermelhado tão forte e bonito antes de no fim assentir derrotado. Estranhamente confiava no ser, não possuindo medo algum dele.

— Mas e você? — Perguntou preocupado, sua voz saindo mais baixa ao agarrar-se mais ao adulto de cabelos brancos.

Aquilo surpreendeu completamente o Sombra que o olhou aturdido pela a preocupação para consigo, com um sorrisinho de canto o encarou, afirmando.

— Eu ficarei bem. — Assegurou com o olhar sério, tentando passar confiança em suas palavras. — Vá!

Colocou-o no chão, o empurrando para que a criança começasse a correr. O menino hesitou, olhando para trás antes de colocar-se a correr para longe daquela gritaria.

Com um suspiro, o Sombra levantou-se, se virando lentamente. A tempo de voltar-se ao homem, cujo já tinha esquecido completamente a criança e o pequeno roubo a sua banca de doces, achando que ela era na verdade uma vítima do Sombra que estava prestes a destroçá-lo.

As pessoas olhavam surpresas, gritando pela a criatura tão bela e ao mesmo tempo assustadora a frente deles. O Sombra sentia-se repleto em agonia por não conseguir sair dali, tentando a todo o momento contatar sua sombra interior, fazendo os gestos conhecidos na mão, mas em nada conseguindo.

"Ele ia matar o garotinho.''

"Aposto que ia comê-lo vivo.''

As pessoas falavam umas para as outras, pouco se importando se a criatura os escutava naquele momento; Ele certamente queria defender-se e gritar que não, mas sabia que não adiantaria nada. Ninguém acreditaria em sua espécie de qualquer forma.

Sentia-se zonzo de repente, seu rosto indo à direção das pessoas curiosas que se amontoavam ao seu redor. Empurrou o homem com uma força descomunal o fazendo afastar-se, em uma enorme distância de si, voando para cima de uns sacos de algo desconhecido. Aquilo só atormentou ainda mais as pessoas que gritaram assustadas, correndo e tentando-o pegar.

Homens correndo atrás de si enquanto corria, pulando por cima de algumas coisas, que estavam amontoadas no chão para vendas.

Guardas também se aproximaram com suas armas, a fim de pegar a criatura que aquele momento era o assunto na vila atraindo toda a atenção dos humanos para si. Estes que, jogavam objetos e frutas na direção dele como uma tentativa de pegá-lo e machuca-lo.

Gritou de dor quando sentiu algo bater contra si o fazendo cair, ao olhar para trás constatou que se tratava do maldito chicote de couro enorme que um dos guardas segurava.

Conseguiu levantar-se pronto a correr, mas naquela medida já estava cercado de humanos armados contra ele, com suas espadas, arco e flecha e até mesmo, chicotes. Sendo o último a arma que mais o assustava, temendo ainda pelo o que aquela arma fizera consigo anteriormente, tirando-o sua sombra.