Part XV

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A luz da enorme lua que os abençoava, pela as mãos da deusa Ming, preenchia o céu azulado e estrelado, cujo enfeitava a noite extremamente gélida.

Já era a segunda noite que os três passavam em meio a caverna. Parte disso era uma relutância em deixar aquele local. Pois sabiam que, no momento que descessem as pedras para longe dele, o futuro dos três seria completamente incerto.

Jeno e Jaemin apenas gostariam de carregar a Sombra para com eles, retornar ao vilarejo pertencente ao clã Lee.

Retornar para casa com o príncipe das Sombras era o maior desejo que ambientava o coração dos dois humanos.

Contudo, a Sombra não pertencia ao clã dos humanos e certamente não os pertenciam, para que eles tomassem qualquer decisão por ele. Huang Renjun não era mais um prisioneiro e não seria, dependendo deles. Não deixariam ninguém o fazer mal.

O Lee, junto ao Na, o libertou. Então que assim fosse.

Renjun permanecia livre, para a decisão da qual ele quiser. Se ele quisesse ficar, Jeno e Jaemin lutariam por ele. Entretanto, no fundo de seus corações, eles sabiam que Renjun ansiava retornar aos seus. A sua espécie.

Aquilo os pesava.

O som melodioso e melancólico, de timbre suave e doce que ecoava pela a caverna, passando por todas as paredes rochosas que a formava era uma prova.

Na ponta da caverna, Huang Renjun estava sentado, observando com melancolia as estrelas brilhantes. A imagem era de tirar o fôlego, os recordava de quando o viram no quarto deles, em uma situação semelhante.

A luz azulada em seus fios esbranquiçados, — que com o vento agradável os faziam mover-se, roçando-se na pele alva da Sombra os fizeram ofegar e aproximar-se hipnotizados, com passos hesitantes e lentos. Não queriam interrompê-lo e assim, apagar a imagem tão bonita que se esforçavam para manter em suas memórias. As mais belas das pinturas estava ali.

Renjun dera um sorriso de canto, ainda com seus olhos fixos ao horizonte, antes de voltar a levar o instrumento musical aos seus lábios. Instrumento que ele criou entre as sombras de seus dedos. Era inacreditável o quão poderoso ele era, e naquele ponto, extremamente admirável.

A Sombra o soprou, dando novamente uma canção ao ar. Tão bela quanto ele. Quanto tudo ao seu redor.

Jeno e Jaemin sentaram-se de frente para Renjun, encostando as costas na parede rochosa e soltando um suspiro. Os pares de olhos sempre vidrados na pintura mais linda da qual tinham o prazer de vislumbrar.

Renjun sorriu, erguendo-se para se aproximar dos dois e colocar-se sentado entre eles.

Jaemin tocou a pele de sua cintura, seus dedos encaminhando-se para dentro do tecido do quimono de Jeno que o príncipe Sombra vestia — o tecido sendo muito maior que ele —, fazendo um carinho naquela região.

O contato com a pele sendo o bastante para causar arrepios no corpo do ser místico.

Jeno, por sua vez, olhava pensativo o horizonte até a bela canção ter seu fim. E sua mão áspera então, buscar conforto no rosto alvo. Naquele momento, uma coloração rosada tomando espaço nas bochechas onde seus dedos acariciavam.

— Renjun... — Jeno chamou, sério. A Sombra o olhou intensamente, aguardando sua fala. Nervoso, o líder molhou seus lábios antes de dar voz aos seus pensamentos. — Você precisa partir. Seu lugar é com o seu povo. Você não é um prisioneiro para nós mais.

A mão de Jaemin apertou a cintura dele, buscando força para suas palavras saírem tão firmes quanto a do líder. Sempre achou-se ser mais racional e forte que Jeno, entretanto, em meio a esta turbulência não havia dúvidas que o Lee parecia muito mais forte que ele.

A Lenda das Sombras {Norenmin}Onde histórias criam vida. Descubra agora