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☆━━━ 𝚙𝚘𝚟'𝚜 𝚆𝚎𝚗𝚍𝚢  ━━━☆

{...} 19:33 p.m

Novamente Nessa bateu na porta do meu quarto, já era a quinta vez desde que eu saí do banheiro. Já fazia mais de 20 minutos que eu havia acordado daquele pesadelo.

Enquanto eu tomava banho, eu reparei que meus braços estavam levemente vermelhos, acho que possa significar que aquilo realmente aconteceu. Tento não demonstrar, mas eu estou com tanto medo, sempre que eu fecho os meus olhos, é a imagem daquela coisa que vem em minha mente, o modo como ela estava em cima de mim, como ela me queimou, aquela dor, tudo isso me atormenta sem parar. Mas eu não vou contar para a Nessa, ou qualquer um dos meus amigos, pois eu sei que vão achar que eu estou ficando louca.

— ANDA LOGO WENDY, OS VIZINHOS ESTÃO VINDO!!
— a voz da minha irmã invadiu o quarto mais uma vez. 

— TÔ INDO!
— só faltava o tênis e eu estaria pronta.

Ouvi os passos de Barrett se afastando do cômodo, também ouvi uma reclamação, mas não consegui entender o que ela disse extremamente.

"Mestiça imunda"

A voz metálica daquela criatura se fez presente em meus devaneios. Abaixei a cabeça e apertei os olhos, tentando esquecer que aquilo aconteceu, mas não seria tão fácil. Enquanto eu amarrava meus cadarços, olhei de relance para meus braços, as marcas estavam lá, mas fiquei atordoada quando começaram a queimar. Queria que fosse coisa da minha cabeça, mas eu tinha certeza de que estava acordada, a expressão de dor estava bem estampada. Mirei a janela, tinha uma silhueta lá, meu coração deu uma pontada forte. Era uma silhueta feminina, que começou a andar em minha direção. Não pensei duas vezes em correr até a saída do meu quarto. Ao sair, eu bati a porta com força, tenho certeza que a casa inteira ouviu.

"Você vai morrer." Ouvi a voz da criatura, só poderia ser ela ali de novo.

Eu desci as escadas muito rápido, se eu tropeçasse, a queda seria horrenda. Minha respiração estava totalmente descompassada, meu coração batendo forte e minhas mãos geladas. Quando eu estava quase no final, olhei para trás para ter certeza de que eu não estava sendo seguida, quando virei o rosto novamente, bati em alguém, quanta sorte, se for minha mãe, tenho certeza que ela vai brigar comigo.

Por conta da velocidade que eu estava, quando esbarrei nessa pessoa, foi quase inevitável não tropeçar para trás, por sorte eu fui pega, pelos braços, que estavam queimando e roxos. Foi quando a fixa caiu de que iriam perguntar o que foi aquilo, se não fosse apenas uma ilusão.

— Opa! Cuidado, poderia ter se machucado.
— olhei assustada para o ser que me perguntou.
— Está tudo bem?

Era um homem alto, careca, pele preta e olhos verdes. Usava roupas formais, tinha cara de advogado. Sua aparência me lembrou, de semblante, o meu pai.

Eles acariciou meus braços, eu teria reclamado, mas a queimação passou instantaneamente quando isso foi feito. Olhei para o antigo lugar dos hematomas, e todos tinham sumido. Ele me soltou depois disso. Como eu queria que fosse só mera coincidência.

— S-sim, eu só m-me assustei.
— pedi mentalmente para que ele não ter vistos as marcas.

— Você deve ser a Wendy.
— acenei.
— Eu sou Cassiel, Cassiel Huffman.

𝕿𝖍𝖊 𝕬𝖓𝖌𝖊𝖑 𝕺𝖋 𝕯𝖊𝖆𝖙𝖍 - Payton MoormeierOnde histórias criam vida. Descubra agora