2 - Decisões

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De todas as pessoas que poderiam aparecer hoje, tinha de ser ele

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De todas as pessoas que poderiam aparecer hoje, tinha de ser ele...que porra mano...o Andrew anda sempre com aquele idiota atrás... o Andrew e o James avistam-nos na outra ponta da biblioteca. Ele ainda não estava perto de mim e eu a estava a ferver de raiva. "Beth tem calma", diz a Erika agarrando a minha mão. "Eu estou calma", digo enquanto fixo o meu olhar no James. "Hm claro e eu gosto de homens...", diz ela com um tom sarcástico. Eu apenas bufei com o que ela disse, fazendo com que ela solte uma gargalhada. As gargalhadas da Erika eram extremamente contagiantes, quando dei por mim estava a rir também. Com a nossa crise de riso nem reparamos que eles já estavam ao nosso lado. "Que bom humor matinal Eliza", diz o James com um sorriso pomposo. "Eu estava de bom humor... até ver essa cara escrota.", digo revirando os olhos. "Calma docinho", diz ele aproximando-se da minha cara. "Voltas a chamar me docinho e arranco-te a língua, Garcia!", digo com alguma agressividade na voz. "Pronto. Pronto. Já chegava vocês os dois...Beth?", diz o Andrew. "Bom dia também para ti mano...", digo aborrecida. "Quando é que vais lá a casa? A Amy esta cheia de saudades tuas...", diz ele. "Eu também tenho muitas saudades da minha pequena borboleta...", confesso. "Então vais ao jantar que os pais vão fazer deste fim de semana?", pergunta ele impaciente.

Ir aquele jantar implicava ver os meus pais, coisa que eu evitava ao máximo. Eles não são o tipo de pessoas que façam bem a ninguém, especialmente mentalmente. Implicava ver o James, pois as nossas famílias são parceiras de negócios. E honestamente a minha paciência para aquele playboy irritante era nula. Ganhei repulsa ao James, no dia em que o apanhei a tentar dormir com a filha de uma das minhas empregadas, na mesma altura que andava com a minha melhor amiga, a Hope. Ela nunca ficou mal com isso, até porque na realidade nunca gostou realmente dele, mas eu fiquei com ranço desde esse dia. Isso e o facto de ele estar sempre a provocar me. Ele amava tirar-me do sério, e o pior é que conseguia sempre fazê-lo. Eu queria evitar tudo isto, mas ao mesmo tempo queria ver a minha irmãzinha...eu estava a morrer de saudades dela. Os meus pais negligenciam completamente a educação da Amy. A minha mãe não queria ter mais filhos, mas o meu pai obrigou-a a continuar com a gravidez, quando ela nasceu a minha mãe recusou qualquer tipo de contacto com ela, nem sequer a amamentou. Eu na altura tinha 12 e o meu irmão 15. Quem cuida da Amy sou eu, o Andrew e as nossas criadas. A minha mãe finge que ela não existe e o meu pai ou esta demasiado ocupado com os negócios ou com a sua coleção de amantes...aos 18 tive de sair de lá de casa e deixar a Amy com o Andrew e fui viver para a penthouse, que meu avô deixou em meu nome antes de morrer. Foi uma maneira de fugir do caos que era viver com os meus pais...foi a maneira de fazer com que tudo aquilo parasse, mas na verdade não mudou nada...

"Vais?", pergunta ele mais uma vez. "Sim, mas seu eu oiço um comentário insensível da parte deles eu vou para o quarto da Amy e depois vou me embora, sem falar com eles...", digo. "Eu não vou deixar que eles te digam nada maninha", diz tentando me reconfortar.

A Erika salta ao ver que já faltavam 5 minutos para a aula de marketing começar. "Beth! Aula! Vamos!", diz ela desesperada, sabendo que teríamos de correr até à sala que era no outro edifício. "Depois eu falo melhor contigo!", digo antes de começar a correr em direção à saída da biblioteca.

Corremos até ao outro edifício o mais rápido que conseguimos, subimos dois lances de escadas, chegando ao corredor onde estava a sala onde iriamos ter aula. Felizmente, o professor tenha acabado de chegar. Tivemos uns 30 segundos para recuperar o folgo antes de começar a aula.

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