30 - Reflexões

12 2 5
                                    


2:58 P

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

2:58 P.M

A Elizabeth já tinha se levantado e ido para a cozinha fazer alguns doces e aperitivos para os irmãos e o cunhado. Eu estava na cama dela deitado a pensar. Ela ficou muito alterada a falar com a Becky. Eu consegui ouvir um pouco do que elas estavam a dizer, apesar do Vince me ter dito para não ir para a sala. Eu ouvi o meu nome e o da Angel. Naquele momento, senti o desconforto no meu estomago e um aperto no meu coração. Imagens do corpo sem vida da Angel vieram à minha mente. Por muito tempo, uma parte de mim tinha sido engolida no dia em que a perdi. Acho que parte de mim perdeu-se com ela. Quando ouvi o clique da porta da varanda corri para fora do quarto. O Vince tentou me impedir, mas não conseguiu. Quando vi a Elizabeth com a mão no pescoço da Becky percebi que, se não dissesse nada ela não tiraria a mão de lá tão cedo. Quando eu a chamei e ela olhou para os meus olhos e aí vi. O olhar dela estava carregado de fúria, magoa e angustia. Quando a Becky fugiu e a Eliza caiu no chão, senti uma bota a esmagar o meu coração. Ela estava cansada. Ela tem passado por muito nestes últimos tempos. E por mais que eu tentasse ajudar, não há nada que eu possa fazer para aliviar o que ela sente.

Saio da cama e vou até à cozinha. Ela estava a lavar a loiça e nem sinal do Vincenzo. Sento-me na cadeira da ilha. Ela fecha a torneira, enxuga as mãos dela e reparo que ela estava com as mangas da camisola para trás, expondo os braços dela. Ela não estava muito longe de mim, então consegui reparar em algo nos pulsos dela. Pareciam cortes. Agora que penso nisso, ela tem sempre os braços tapados. E já a vi com ligaduras mais do que vez...

Ela aproximou-se de mim e abraçou-me. O cheiro dela começou a alastrar-se pelas minhas narinas. Era suave, quente e doce. Tal como ela. Eu queria afastar-me um pouco para conseguir olhar para o rosto dela, mas ela puxou o corpo dela contra o meu e não deixou. "Eu preciso deste abraço...", foi tudo o que ela disse. Deixei-me ficar assim, com ela perdida nos meus braços. "Eles chegam a que horas?", pergunto baixinho. "Por volta das 4 da tarde...", diz ela a respirar contra o meu pescoço. Ela libertou-se um pouco do meu abraço e olho para mim com seus olhos vibrantes. "Estas bem?", pergunta ela com as mãos em volta do meu pescoço. Ela estava naquele estado de nervos e pergunta-me a mim se eu estou bem? Esta mulher não existe... "Eu estou bem Cariño. Não te preocupes comigo. Preocupa-te contigo.", digo beijando-lhe a testa. "Vamos fazer assim. Vais trocar de roupa, enquanto eu acabo de limpar a cozinha, eles já devem estar quase a chegar. O teu irmão chega sempre antes da hora.", digo pegando nos fios de cabelo dela e prendendo-os com um elástico, que estava anteriormente no pulso dela. Ela acenou com a cabeça e foi em direção ao quarto.

Quando já tinha tudo limpo e arrumado oiço o meu telemóvel a tocar. Era o Vincenzo. "James... Abbiamo un problema. (James... Temos um problema.)", diz quando eu atendo a chamada. "Quello che è successo? (O que aconteceu?)", pergunto alarmado. "Mio padre mi ha chiamato. Una giornalista ha detto di avere informazioni sul fatto che un altro uomo viveva con Elizabeth oltre a me. Doveva pagarla per farla tacere. Egli è furioso. Ho dovuto pregarla di non chiamare suo padre o il tuo. (O meu pai ligou-me. uma jornalista disse que tinha informações de que outro homem estava a viver com a Elizabeth além de mim. Ele teve de lhe pagar para a calar. Ele está furioso. Eu tive de lhe suplicar para não ligar ao pai dela ou ao teu.)", diz ele com um tom nervoso. Porra. Se o meu pai ou o dela descobrem que estamos a viver juntos... Vai dar merda. Muita merda. "Sai chi ha fatto trapelare le informazioni? (Sabes quem vazou a informação?)", pergunto baixinho para que a Eliza não oiça. "Mio padre dice che era una donna... Ora cercherà di controllare la situazione per non far trapelare nulla. James è attento. Non voglio che vi dovete allontanare l'uno dall'altro per questa merda. Sarebbe devastata e non credo che potrei tirarla su di morale... (O meu pai diz que foi uma mulher... Ele agora vai andar a tentar controlar a situação para não vazar nada. James tem cuidado. Eu não quero que vocês se tenham de afastar um do outro por causa desta merda. Ela ficaria desolada e eu acho que não a conseguiria animar...)", diz ele com um tom sentido.Uma mulher... a Becky não se atreveria depois da Elizabeth quase lhe ter arrancado a cabeça... certo? "Starò attento, non preoccuparti. Quando torni a casa? (Eu vou ter cuidado, não te preocupes. Quando é que chegas a casa?)", pergunto olhando para o relógio. "in circa 15 minuti. Ho dovuto lasciare il supermercato dalla porta sul retro perché un paparazzi mi ha seguito. (Em cerca de 15 minutos. Tive de sair do supermercado pela porta das traseiras porque um paparazzo me seguiu.)", ele estava claramente a perder o folego, parecia que tinha estado a correr a meia-maratona. "Quindi a presto. Grazie per avermi fatto sapere. (Então até já. Obrigado por me avisares.)", digo antes de desligar a chamada. Olho para trás e lá estava ela. O cabelo ainda preso como eu tinha deixado, uma camisola de lã cinzenta, uma saia de cabedal preta e com umas meias do Mickey. Como explicar esta mulher... "O que é que aconteceu? Estavas a falar com quem?", pergunta ela intrigada. "Com o Vince.", ela aproximou-se de mim. "Vince? Desde quando é que tu lhe chamas Vince?", pergunta ela erguendo a sobrancelha. "Desde que eu e ele nos tornamos amigos...", digo olhando para baixo. Acho que nunca tinha reparado o quão pequena ela fica perto de mim, mas honestamente tudo perto de mim é pequeno. Tenho um metro e noventa e três afinal de contas. Ela parece um pequeno minion. Eu começo a rir sem parar com a comparação que fiz e ela começa a olhar para mim com uma expressão séria.

"O que é que tem tanta piada James Rivera Garcia?", comecei a suar frio. Ela usou o meu nome completo... "Nada Elizabeth Mitchell Martinez.", mal eu acabei de dizer o nome dela, ela tinha mordido a minha mão. "Auuuu!", digo e ela começa a rir. Ela afastou-se lentamente de mim, continuando a rir. "Aí achas graça não é... então vamos ver se vais achar graça a isto.", digo começado a correr atras dela. "James amor eu estava a brincar.", diz ela fugindo de mim. "Não vai ser o amor que te vai salvar agora Elizabeth.", digo ao vê-la se esconder atras da ilha da cozinha. "Amor tem piedade. Eu sou só uma mulher pequenina e indefesa.", diz ela quando eu chego perto dela. Agarrei nela e puxei-a até mim. Os batimentos dela estavam fora de controlo. Distrai-me nos olhos dela e ela mordeu-me o lábio. Esta mulher vai ser definitivamente o meu fim...Ela sorri. Eu prendo-lhe os braços e mordo-lhe a nádega fazendo-a gritar. "Isso é cruel...", diz ela caindo no chão. "Porquê?", pergunto me sentando ao lado dela. "Porque agora não podes acabar o que começaste...", diz ela com os olhos a brilhar. O meu fim... quando eu ia dizer algo oiço a porta de casa a abrir.

"CHEGAMOS!", diz o Andrew, o Vince e o Adam ao mesmo tempo. "MANA? ESTAS ONDE?", pergunta a pequena Amy. "CHÃO DA COZINHA!", grita ela. A Amy chega ao pé de nos e atira-se para a irmã. "Ai meu amor. Tive tantas saudades tuas.", diz a Eliza com a Amy nos braços. Elas ficaram assim durante imensos minutos e eu só conseguia sorrir.

Deep pathOnde histórias criam vida. Descubra agora