II

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Pouco peço e nada tenho.
Nunca pedi muito à vida e muito pouco lhe fiquei a dever.
Não preciso da complexidade da felicidade, preciso, ou penso precisar, da simplicidade de pequenos prazeres. Um café com um amigo, um sorriso verdadeiro, uma mão para segurar. Só isso - tudo isso.
Só isso peço, tudo isso me é negado.
Estou para a vida como ela está para mim: ora fria, ora calorosa, ora boa, ora má, ora isto, ora aquilo.
Muito poucas palavras para falar da complexidade da simplicidade. Poucas almas puras para salvar este mundo infame.
Aprendi a nada pedir à vida e nada dar à mesma.
Não espero milagres ou prazeres vindos de graça. Tudo tem um preço. Tenciono nada ficar a dever à vida e, assim, lutar pelo que quero, não o pedir a nada nem ninguém.
Sorrir quando o sol brilha, sorrir quando a chuva cai. Sorrir para o mundo para ele sorrir para mim.
Já não espero gestos surpresos vindos sem qualquer razão aparente.
Quando a vida precisa de ti, "oferece-te" o que mais desejas e, um dia mais tarde, cobrar-te-à tudo isso - tudo e tudo mais.
Não esperes da vida o que ela não espera de ti. Não esperes de ninguém aquilo que negas a todos.

SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora