Como ajudá-lo?

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- Kensuke? - Chamou Oyama consideravelmente alto depois das três vezes que Kensuke não lhe ouviu.

- Ah, me perdoe. O que você disse? - Perguntou dando-lhe um leve sorriso forçado.

- Desculpa dizer isso sendo hora do seu almoço, mas a distribuidora remarcou a reunião para três horas. - Disse Oyama querendo saber o porquê de Kensuke estar tão desconfortável. Parecia estar lhe evitando o dia todo.

Kensuke suspirou e olhou no seu relógio, eram 1:45p.m.. O ideal era sair naquele minuto.

- Obrigado por avisar, irei procurar a Liza. - Kensuke forçou outro sorriso educado e levantou-se de sua mesa, já com a cabeça funcionando agitadamente.

- Ela está em reunião, pediu para que eu fosse com você. - Informou Oyama e Kensuke sentiu o coração acelerar.

- Ah... Ok, vamos indo então. - Sorriu levemente, fingindo que não havia nada de errado, e eles partiram em silêncio.

...

- Então com isso eu encerro por aqui. Obrigado por comparecer, senhor Inko. - Encerrou a reunião um homem com expressões desinteressadas, quase entediada.

Kensuke acenou com a cabeça e todos foram oficialmente dispensados, levantando e conversando educados, e um tanto falsos, entre si.

Kensuke só queria sair dali logo.

Odiava ter que cumprimentar e sorrir para pessoas como aquelas, rever alguns deles. Era desconfortável e não faziam nem um pouco bem para sua cabeça.

- Vamos, Oyama? - Perguntou gentilmente e Oyama lhe acompanhou porta à fora.

Na mente de Oyama apenas uma coisa preocupante pairava, mas ele não sabia como conseguir intimidade suficiente com Kensuke novamente para poder perguntar.

Ele lhe deu uma rápida olhada, por estar andando ligeiramente atrás do loiro pôde lhe observar sem disfarçar, e isso era uma dádiva.

Kensuke estava perfeito.

Sua calça jeans escura, que desenhava seu traseiro belamente e sua camisa social azul claro caiam perfeitamente em seu corpo. Sua face distraída e calma era linda como sempre, seus passos despreocupados fazia Oyama acreditar em anjos.

Ele era perfeito, mas, como toda obra de arte, têm aqueles que não sabem apreciar da devida forma.

- Inko, espere um pouco. - Uma voz vinda de trás dos dois lhes fizeram parar.

Dois homens, ambos presentes na reunião, se aproximaram de forma confiante e despreocupada. Imediatamente Oyama percebeu, pelas suas poses e formas de andar, que seus cargos eram importantes. Eles se sentiam os melhores por ali.

- Boa tarde, Suô, Hebi. - Cumprimentou Kensuke amigavelmente.

- Parece que você está conseguindo se virar. - Disse o homem da direita, esguio e elegante, cabelos negros e olhos escuros. Era bonito, mas tinha uma expressão arrogante.

- Sim, sim, agradeço a todos por isso. - Respondeu Kensuke sem cair na provocação, já acostumado com aquela situação desagradável.

- Você não vai desistir? Tudo bem, já provou que consegue, mas aqui não é seu lugar. - O da esquerda se pronunciou igualmente ofensivo.

- E faz tanto tempo que você não tem uma... mentoria do diretor Mio, tem certeza que da conta do serviço? - Seu tom era extremamente desagradável. Mencionar esse nome era proposital para causar ânsias em Kensuke.

- Naturalmente agradeço ao senhor Mio por ter sido uma inspiração inicial, mas o que alcancei não tem relação com ele. - Respondeu Kensuke composto como sempre, ainda sorrindo como se as palavras fossem elogios e não ofensas.

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