Capítulo 9

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Chegando em casa, se despediu de Ace e Luffy, se encostando cansado na porta.

Olhou as próprias roupas. Iria torcer para não ter manchado sua roupa branca com aquela comida toda.

Já estava escuro, parece que passou o dia fora.

Teve que tomar outro banho já que se meteu naquela guerra de comida.

Hoje havia sido realmente um dia divertido.

Sentindo a água escorrer pelo seu corpo, se lembrou de sua conversa no caminho para casa.

Não havia pensado nisso. Qual seria a sexualidade de Law? Ace era bisexual e Luffy assexual, e como dito antes, Sabo era pan.

Terminando seu banho, se arrumou e foi se deitar.

Suspirando cansado, olhou para o livro na mesinha ao lado. O pegou e se ajeitou sentado de forma mais confortável, não demorando para abri-lo.

"Você se divertiu?"

Sorriu.

- sim.

"Que bom. Como foi o seu dia?"

- foi divertido. Eles me levaram para ver um filme, mas acho que fizemos bagunça de mais, quase fomos expulsos do shopping. - riu fraco.

"Você parece feliz. Gosto de te ver assim."

Sorriu levemente.

- no caminho para casa, contei de você para meus irmãos.

"E como foi?"

- Luffy ficou bem animado querendo te conhecer. Acho que vocês se dariam bem. - riu fraco. - quer dizer, o Luffy em si já é bem extrovertido, sendo carismático e tendo uma enorme facilidade em fazer amigos.

"Gostaria de conhecê-lo um dia."

- Ace começou a fazer perguntas, me colocando numa situação complicada. Perguntaram sua idade, onde a gente se conheceu e onde você mora...

"E o que respondeu?"

- eu acabei improvisando as duas primeiras perguntas, disse que você tinha vinte e seis anos e que nos conhecemos na praia. Não respondi a última.

"Foi um bom improviso."

Riu fraco.

- talvez. Estranharam o modo como eu contava de você. Me questionaram sobre nosso relacionamento.

"E o que respondeu?"

- eu disse que somos amigos.

Nenhuma palavra se formou.

- não somos...?

"Sim."

Sorriu de canto.

- aliás, eles tocaram em um assunto interessante. Qual sexualidade eu deveria dar a você?

"Não sei."

- hm... Pessoas diferentes tendem a sofrer preconceito. Não gostaria disso para você.

"Não se prenda a isso. Indiferente do que escolher, isso não vai acontecer."

Sorriu de canto, levemente triste.

- talvez. - suspirou cansado. - talvez... Eu te deixe como bi. Assim você poderia ser mais livre a escolher com quem ficar, não se limitando a um só gênero. Rouge dizia que achava incrível pessoa que conseguiam sentir prazer com ambos os gêneros. Sempre tão amável... Ela é bem compreensiva. Ace tem sorte de tê-la como mãe.

"Isso parece bom para mim. Seu irmão deve ter muita sorte."

- sim, ele tem. Na verdade, Ace e Luffy tem muita sorte. Rouge é muito compreensiva, uma mulher incrível. E Edward também. Ele nunca se importou com esses detalhes, dizendo que Ace era único apenas por ser ele. - riu fraco. - ah, sim, Ace é bisexual. Então foi muito bom para ele ser aceito dessa forma. E Luffy é assexual. Ele não se interessa por sexo ou coisa parecida, mas não é como se ele deixasse de amar. Foi engraçado quando ele veio apresentar a sua primeira namorada. Ele não namora muito, são raras as vezes em que o vemos com alguém. Mesmo Dragon não ficando muito em casa, Luffy foi contar a ele na primeira oportunidade. Ele contou como se fosse nada, mas seu pai o abraçou de forma acolhedora. Dragon sempre foi muito... Como eu posso dizer... Aberto, eu acho. Mas ele sabe bem como o mundo pode ser cruel, então ele acolheu Luffy, mesmo com ele dizendo que não precisa... Quanto a mim, isso seria só mais um detalhe para minha família me desprezar. - sorriu triste. - sou realmente grato por ter Luffy e Ace... - olhou para o livro. - e tem você. Também sou grato por ter você.

"Você é realmente incrível. A forma como me conta as coisas e me trata com tanta naturalidade... Eu gosto disso. Acho que o conceito de perfeição é muito relativo, por que eu não consigo ver defeitos em você."

Riu fraco.

- acabou de dizer que sou perfeito?

"Sim."

- isso é bem... - não soube como completar a frase, ficando sem jeito. - obrigado, eu acho.

"Não precisa agradecer. É apenas o que eu acho. Para mim, você é perfeito."

Corou levemente.

- não precisa ficar repetindo. É desconsertante.

"Lamento."

Bocejou.

"Você deve estar cansado."

- sim, estou...

"Deveria ir dormir."

- é, eu vou...

"Boa noite."

- boa noite...

Fechou o livro. Suspirou cansado, sorrindo de canto. Conversar com Law parecia ser uma das coisas que mais o deixava feliz, sem nem ao menos perceber.

- continua -

Irrealidade (Hiatos)Onde histórias criam vida. Descubra agora