Capítulo 15

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Sabo estava na mesa da cozinha mexendo em algumas anotações sobre contas e outras coisas chatas.

Ele não trabalhava, mas isso é uma das coisas que ainda tinha que resolver em sua vida pessoal: Precisava de um emprego.

Deixar Dragon, Rouge e Ace pagarem suas contas lhe deixava mal, com peso na consciência. O fazia se sentir um fardo.

Fazendo-o se questionar se realmente havia feito boas decisões em sua vida. Afetando outras pessoas com seus problemas.

Podia não se lembrar de todas as broncas, surras e brigas que teve com seus pais, mas se lembrava de cada ameaça que eles fizeram aos pais de seus irmãos. Se lembrava de cada xingamentos que eles proferiram a seus amigos.

No final, parece que Sabo era um peso a todos que o conheciam.

Ace, Dragon, Rouge, Luffy, Koala, seu pai, sua mãe, Sterry... Era inevitável não se sentir assim.

Quando se cresce ouvindo que você é inútil, fica fácil se convencer disso, mesmo que ainda haja pessoas para lhe dizer o contrário.

Não percebeu quando esse sentimento preencheu sua mente, mas agora, a única coisa que conseguia fazer era se sentir mal. Sentindo que poderia simplesmente começar a chorar.

Respirou fundo, deixando aquelas anotações de lado. Nesses momentos, o silêncio de sua casa era esmagador, sentindo-se na pressão do fundo do mar.

Se levantou e foi para seu quarto, se sentando na cama e colocando alguma música de sua playlist. Algo para lhe distrair do silêncio.

Após alguns minutos com a música tocando, suspirou cansado, olhando para o lado e vendo o livro com capa de couro.

Pegou-o e abriu.

"Está tudo bem?"

Sorriu de canto ao ver as palavras se formarem assim que abriu o livro, mesmo que não estando exatamente feliz.

— acho que sim.

"Você não parece bem."

— sou tão transparente assim? — disse com um sorriso triste de canto.

"O que houve?"

— nada de mais... Só estou pensando de mais.

"Quer conversar sobre isso?"

— sinceramente, eu preferia tentar esquecer isso. — disse baixo.

"Se assim preferir."

Ficou em silêncio, tentando prestar atenção na música que tocava de fundo.

"O que está ouvindo?"

Seus olhos focaram nas palavras recém formadas.

Olhou para o celular. Não é como se não soubesse o nome da música, apenas preferiu não pensar, tocando na tela para ver o nome.

— Sweet Dreams.

"Você gosta dessa música?"

— sim... Ela é boa. — disse calmo.

"É realmente uma boa música."

— não entendo muito de música para lhe contar melhor sobre.

"Não tem problema. Apenas estar com você já é bom o suficiente. Não precisa me explicar tudo."

Sorriu de canto.

— você gosta de mim?

"Sim. Muito."

Irrealidade (Hiatos)Onde histórias criam vida. Descubra agora