ATO I
CENA I
Rin Nohara Point Of View
Ouvi os primeiros acordes de uma música conhecida e gemi de dor psicológica ao pensar em levantar da cama. Droga! Eu precisava mesmo ir à escola? Refleti sobre isso durante alguns segundos intermináveis e cheguei a conclusão de que sim; eu deveria ir. Na verdade, eu já deveria estar pronta.
Levantei a contragosto, fui até o banheiro escovar os dentes e tomar um banho. Enquanto a água caía sobre meu corpo, só conseguia pensar no quanto eu estava desanimada quanto a ir até o colégio. Eu, como uma típica adolescente revoltada, realmente odiava a rotina e ainda assim tinha de lidar com ela. Bufei e saí do banho enrolada na toalha, indo em direção à pia para escovar meus dentes.
Segunda-feira é o pior dia da semana e eu posso provar!
Já pronta, desci as escadas e avistei meu pai sentado no sofá da sala, lendo um jornal.
— Bom dia, pai — murmurei entediada.
— Bom dia, filha! — ele disse sorrindo, expressando uma alegria totalmente desconfiável para o grande senhor Nohara.
Quero dizer, é o meu pai! Ele nunca está de bom humor — devo lhe adiantar. No entanto, preferi não me importar muito com isso, apenas dando de ombros e ignorando sua mera existência. Bom, você deve estar me julgando neste exato momento, e não adianta mentir 'pra mim, eu sei que está. Honestamente, eu poderia tentar te convencer de que eu estou certa fazendo o que faço. Mas sei que não vou conquistar sua confiança logo de início e, por isso, vou deixar você tirar suas próprias conclusões. Agora, talvez você esteja pensando que eu sou uma garota completa e inteiramente mimada e mal-agradecida. E, bem, talvez eu seja em algumas partes...
Mas o meu pai é um assunto delicado. Nossa relação é ainda mais complexa...
— Senhorita Nohara, hoje o café da manhã será servido no jardim de inverno — uma das empregadas me informou.
Apenas concordei, agradecendo-a. Dirigi-me até o jardim de inverno, encarando a grande mesa posta. Segundos depois, meu pai apareceu, dirigindo-se até seu lugar de sempre. Eu sabia que ele estava me esperando para tomar café — era um costume, obviamente dele, e não meu.
Infelizmente, aquele não era um dia bom. Eu havia acordado de pé esquerdo e não queria aturá-lo. Além disso, eu estava atrasada, o que era uma desculpa pra lá de ótima para não ficar ali.
— Estou atrasada — murmurei com uma careta, apenas me aproximando o suficiente da mesa para preparar rapidamente algum lanche que servisse de café da manhã no caminho para o colégio.
Café com leite na garrafa térmica, bolinhos em uma tigela e uma barrinha de cereal. Coloquei tudo isso dentro do bolso externo da mochila e despedi-me rapidamente.
— Tchau, pai! — murmurei, deixando o jardim de inverno.
— Tenha um bom dia, Rin.
— Obrigada.
Dramaticamente correndo, joguei a mochila nas costas e fui em direção à porta principal. Entrei no carro que me aguardava do lado de fora. Dentro dele, me aconcheguei no banco de couro e saquei meu celular de dentro do bolso da calça, desbloqueando o aparelho e conectando os fones, selecionando uma música qualquer em meu Spotify.
Apanhei também a garrafa térmica de café e tirei bons goles da bebida quente, esperando ansiosamente que ela cortasse rapidamente o excesso de sono que eu estava começando a sentir. Tirava, vez ou outra, pequenas mordidas dos bolinhos que havia levado comigo.
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A Dama e o Vagabundo - Kakarin!au
Fanfiction"Liberdade. s.f. 1. Direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de com acordo com a própria vontade. 2. Grau de independência legítimo de um cidadão, um povo ou uma nação elege como valor supremo, como ideal". A concepção de liberdade é algo que K...