ATO I, CENA II

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ATO I

CENA II


Decode" do Paramore ressoava nos meus ouvidos através do fone compartilhado de Kakashi Hatake quando o sinal bateu, indicando que o tempo de aula havia se esgotado. Retirei o aparelho e coloquei sobre a mesa, sorrindo para ele em agradecimento. Recolhi meus materiais sem pressa e joguei-os dentro da mochila.

— As aulas são sempre assim? — A voz dele despertou-me do modo automático que se instalou em mim no momento em que comecei a guardar minhas coisas metodicamente.

Virei-me para olhá-lo. Seus olhos me encaravam, aguardando uma resposta.

— Como assim? — questionei, visivelmente confusa com a pergunta.

— Monótonas e fáceis — Ele deu de ombros, também guardando seu material.

Seu ar era de insolência. Assim como eu, parecia desejar estar em qualquer outro lugar do mundo e, se aquele site de fofocas idiota estiver certo, quem não preferiria estar em um intercâmbio em Londres ao invés de estar em um colégio de elite da pequena Konoha? Tudo bem que, somente de estar aqui, a denúncia era de que ele tinha condições financeiras muito boas, o que só salientava o fato de que ele poderia estar em outro lugar que não aqui.

Pela forma como ele copiava a matéria rápido e fazia anotações adicionais desorganizadas nas bordas do caderno, percebi que de fato a aula deve estar em um nível básico demais para ele.

Dei um sorriso amarelado.

— Acho que não sou tão inteligente quanto Vossa Excelência, então considero as aulas em um nível bem ok — respondi, tirando uma com a cara dele.

Notei a forma com a qual ele ficou desconfortável com a resposta. Talvez essa não fosse a reação que ele esperava. Mas algo me dizia que ele facilmente sairia daquela...

— Não foi isso que eu quis dizer...— murmurou ele. Parecia sorrir, mas eu infelizmente não podia ver — Mas se você se julga assim, ok, acabei de te conhecer, não posso opinar...

Agora sim seus olhos exibiam um brilho de quem sorria enviesadamente, o que me fez revirar os olhos e rir. Ele parecia gostar dessas interações quase cômicas, quase amigáveis.

— Desculpa, não sou o melhor com interações sociais quando estou com raiva — ele falou, dando de ombros.

Olhei-o. Não me parecia com raiva, talvez insatisfeito e entediado e, ainda assim, não era nem de longe a pior pessoa com quem eu já tinha conversado no colégio.

— Tá tudo bem, primeiros dias são sempre uma droga — comentei — Boa sorte! — despedi-me.

— Obrigado...

Levantei-me juntamente com ele, joguei a mochila sobre os ombros e me direcionei para a saída, adentrando ao corredor dos armários novamente. Perdi Kakashi de vista. É uma pena enorme, pois sendo sincera, a vista era bastante agradável.

Caminhei em direção ao meu armário para guardar alguns materiais e pegar outros. Avistei Itachi e Kagome por ali, já que meu armário e o da minha melhor amiga eram próximos. Assim que os vi, meu sorriso tornou-se malicioso; jamais perderia a oportunidade de encher o saco de Kagome e Itachi... Era quase um mantra.

— Parece que essa aula foi bem interessante, né?! — provoquei, enquanto caminhava de um jeito teatral perto deles.

Kagome revirou os olhos e Itachi ficou vermelho. A linguagem corporal de ambos denunciavam o que já estava mais do que exposto, praticamente escancarado.

A Dama e o Vagabundo -  Kakarin!auOnde histórias criam vida. Descubra agora