Capítulo 13 - Maria Eduarda

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Naquela semana recebi milhares de e-mails e directs nas minhas redes sociais elogiando minha matéria sobre o festival, muitas pessoas principalmente de Florianópolis falaram que além de cobrir o evento eu ainda promovi a cidade para o resto do país, me sentia tão feliz quando os meus leitores realmente gostavam de uma matéria minha. É gratificante poder entreter e incentivar alguém através de algo que eu amo tanto fazer. Lorenzo me elogiou e me parabenizou logo que eu cheguei, inclusive, ele me falou que se eu realmente quisesse seguir essa nova linha voltada para as artes e o entretenimento eu contava com o seu total apoio. Eu lógico aceitei na hora, seria um novo desafio, mas eu estava muito empolgada com tudo. No fim de semana eu resolvi chamar meus amigos para comemorarmos no nosso amado, Mistura Fina, meus novos rumos profissionais. Bruno me prometeu que logo depois teríamos nossa comemoração especial e eu mal podia esperar por isso.

Na sexta enquanto saia do prédio para ir almoçar, infelizmente hoje eu iria sozinha, Bruno tinha uma conferência importante, as obras do shopping estavam bem adiantadas mais ainda assim ele estava bastante ocupado, eu encontrei com a última pessoa que eu poderia imaginar no restaurante: Henrique. Ele estava de terno sentado em uma mesa sozinho e bebendo vinho olhando para o nada, achei estranho e mesmo não querendo fui até lá e o cumprimentei, afinal eu não era nenhuma mal-educada.

— Boa tarde, Henrique como vai? – Falo sorrindo. Ele se levanta e me dá um abraço do qual eu tento ao máximo não aprofundar, não posso dar muita confiança para esse cara, Bruno surtaria quando eu contasse que o vi aqui.

— Olá Eduarda, é impressionante, mas cada vez que a vejo você está ainda mais bonita – sorrio amarelo e agradeço o elogio.

— Foi realmente muito bom ver você, mas tenho que ir – saio pela tangente.

— Ei, está esperando alguém? – droga, o que eu falo? Se eu falar que sim corro o risco de passar por mentirosa e vou dar motivos para ele ficar ainda, mas em cima, por que se ele perceber que não o quero por perto vai se tornar ainda mais insistente e se eu falar que não ele pode se oferecer para me fazer companhia, merda.

— Na verdade eu vim só comprar a comida, vou comer no escritório, está meio corrido – sorrio, ufa essa foi por pouco.

— Ah, claro eu entendo. Aliás eu li suas matérias, ótimas por sinal, você realmente sabe o que está fazendo. Eu sei que você não vai comer aqui, mas posso te fazer companhia enquanto eles preparam seu prato.

— Huum, claro...claro que sim, eu aceito a sua gentileza – ora por favor, não iria demorar nem quinze minutos não é mesmo? Ele não poderia fazer nada contra mim, não preciso ser uma louca paranoica. O garçom se aproxima e fazemos os nossos pedidos e eu informo que o meu é para viagem.

— Então, você por aqui? Seu trabalho não fica um pouco distante dessa área? – Pergunto curiosa.

— Na verdade, estou supervisionando uma obra em uma rua próxima daqui. Mas será só por hoje. E você? Fiquei sabendo do incidente com a Vanessa, você sabe ela é ainda muito infantil, ainda mais quando se trata do Bruno. – opa, para tudo. Como assim? Ele fala com conhecimento de causa, quem falou para ele?

— Olha só Henrique eu realmente não quero falar sobre isso e muito menos sobre a Vanessa – falo em um tom sério.

— Ok, me desculpe. Ela na verdade me ligou para contar sobre o que tinha feito e eu a repreendi, mas, por favor, não fique com raiva dela, tudo isso que ela faz é por que ainda sonha que um dia ele irá querer ter algo com ela novamente – eu engulo em seco, um frio na barriga, quando ele fala novamente ele realmente está me dizendo que o Bruno teve algo com aquela magricela? Respiro fundo tentando conter a raiva que começa a borbulhar.

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