Finalmente

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Estava sentado sobre a cama. Ajeitando minhas coisas para que eu pudesse ir embora. Eu ainda estava digerindo o fato de ir para a casa de Samuel, mas como ele disse, lá é mais seguro. Longe de meu padrasto possivelmente tentar fazer algo contra mim. Penso por onde ele pode está andando. Em algum bar pelos arredores ou em outra cidade, quem sabe por onde ele anda. Nunca tive curiosidade para com as rotinas dele. Ele nunca se importou com minha mãe e naquele dia eu pude ter certeza de tudo. A bile me subiu a garganta só em pensar naquelas palavras. Leandro, o nome do namorado do Victor, ainda me era novo e um pouco surpreendente, e um segredo que eu não poderia nem ousar abrir a boca. Ele, leandro, é muito legal. Quase sempre ele passa por aqui, e eu não entendo o porque de eu ter ganhado esse afeto. Quando o medico me liberou da dieta de apenas comida pastosas , ele se ofereceu para ir buscar algo para mim. De vez em quando conversava comigo sobre sua vida, coisas que eu decorei: ele tinha vinte anos, estranho, eu diria que tem mais. Viajou por muitos lugares que cheguei a me perguntar se uma vida seria capaz de fazer isso. Sabia muito sobre as coisas e a forma tudo se seguia, o que me deixava curioso a fazer mais perguntas. Me espanto ao ver ele entrar em meu quarto, Leandro usava uma camisa Polo azul e uma calça jeans da mesma cor, entretanto mais escura que a sua camisa. Parecia feliz com algo. Juntou as mãos em contentamento e falou:

-Hoje você vai para casa, isso é bom. Vou ser seu chofe

-Eu acho que minhas condições não permite nem eu ser atendido em um hospital como esse, algo que terei que lidar brevemente...

-Não terá não - ele pega minha bolsa. Eu o olho.

-Que ? - falo confuso

-Sua dívida foi paga - ele sorrir e eu entendo

-Você, não...eu não posso...foi você? - falo com certa vergonha. Já havia dado muito trabalho e ainda continuava dando a eles.

-Se eu disser que foi um pagamento anônimo você fica mais aliviado ? - ele fala com um ar de riso

-Não, Leo...eu não posso aceitar, é muito. - odiei a mim mesmo

-Jason, por favor...que tal você se recuperar e depois a gente conversa sobre isso? Tudo bem?. Vamos, Samuel foi para casa arrumar tudo para a sua chegada. - Ele se aproxima e segura em meus braços com certo cuidado. Eu não precisava de ajuda, mas não recusei.

-Eu acho que não é necessário tudo isso. Sabe...isso que ele faz. Eu não sou melhor que ele, e nem uma celebridade para ele arrumar a casa a minha espera. Vou me sentir sempre em divida com vocês.

-Jason, você desconhece muito de você mesmo e de seu próprio valor. Quanto da sua vida você parou de viver para agradar a outros ?. Acho que deveria aceitar as muitas coisas, ou poucas, como quiser chamar, coisas que a vida lhe dar.

Ele estava certo. A vida para mim nunca foi fácil, eu tive que me doar bastante para manter tudo o que eu amava comigo. Acho que não tinha muito o que falar depois desse sermão. Assenti apenas e sai daquele quarto e hospital com ele. Seu carro era um Audi Q8, minha nossa, era maravilhoso. Parecia ter saído de um lava jato, pois todo o corpo metálico dele parecia o próprio sol. Era capaz de eu ver a mim mesmo de forma tão autêntica quanto ao espelho.

-Eu tive que escolher um carro confortável, esse era o melhor ao meu ver - ele fala

-E quantos carros você tem ? - pergunto sem entender

-Aqui no Brasil eu tenho esse e mais um, mas bom...acho que se eu explicar a você, talvez não entenda, então..sem perguntas - ele sorrir

-Estranho - sorrio e entro no carro após ele abrir

O banco do carro era tão macio que a cama do hospital perdia de dez a zero sem nenhuma sombra de dúvida. O cheiro que era dentro se comparava a lavando de jasmin com uma mistura de roupa nova, eu gostava de decorar o cheiro das coisas.

Por Você.....(Conto Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora