"Quero apenas cinco coisas... Primeiro é o amor sem fim A segunda é ver o outono A terceira é o grave inverno Em quarto lugar o verão A quinta coisa são teus olhos Não quero dormir sem teus olhos. Não quero ser... sem que me olhes. Abro mão da primavera para que continues me olhando." - Pablo Neruda
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>leo<
𝟸𝟸 𝚍𝚎 𝚜𝚎𝚝𝚎𝚖𝚋𝚛𝚘 𝚍𝚎 𝟷𝟿𝟿𝟶
"Eu amo você" meu deus. Três palavras. As três palavras mais especiais que eu já ouvi. Ela me ama.
Eu a amo? Sim, mas se a resposta é sim porque eu não consigo dizer? Eu tenho medo de machucá-la. Todas as pessoas que eu disse essas três palavras não as disseram de volta ou nunca fizeram questão. Se eu não respondê-la vou estar a machucando igual essas pessoas me machucaram...
Olho para ela e ela já estava dormindo nos meus braços com o rosto mais sereno que eu já havia visto. Tiro meu olhar dela e começo a encarar a janela que ficava no teto do meu quarto.
Eu a conheço a tão pouco tempo mas sinto que ela é tudo para mim. Quero que ela seja a primeira pessoa que eu vejo quando acordo e a última que vejo quando vou dormir. Mas se eu sinto tudo isso porque não consigo dizer? Talvez seja porque eu estou confuso e todos os meus sentimentos não cabem em três palavras?
[...]
Acordo no dia seguinte e percebo que tinha adormecido no meio dos meus pensamentos na noite passada. Me mexo e sem querer acabo acordando ela.
- Desculpa, não queria te acordar - acaricio seus cabelos
- Tudo bem, eu já estava quase acordada mesmo - ela ri fraco e coloca seu braço em cima da minha barriga
Me dou conta que não havia perguntado se ela estava bem depois te ter tido sua primeira vez ontem.
- Você está bem? Eu me refiro a noite passada, eu te machuquei ou fiz algo que você não queria? -
- Leo, se acalma eu estou bem, foi perfeito - ela ri da minha cara de preocupação
- Sendo assim podemos fazer isso mais vezes? - pergunto animado
- Leo! - ela me repreende rindo
Eu não resisto e a beijo. Incrível como toda vez que nós beijamos parece que é a primeira vez, seus lábios macios em sintonia com os meus, poderia ficar assim para sempre. Podia fazer nossos beijos durarem para sempre.
- Você está com fome? - pergunto com nossas testas grudadas e ela assente com a cabeça - Vou preparar algo para nós comermos - sorrimos
A dou um último celinho e me levanto para preparar algo para nós.
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>s/n<
Leo sai do quarto e meu sorriso aos poucos se desfaz, noite passada eu não estava completamente dormindo...
Eu não acredito que aceitei perder minha virgindade com alguém que não me ama!
Eu não posso forçá-lo a me amar mas uma parte de mim fica imensamente mal por ele não retribuir esse amor. Será que ele não sente absolutamente nada por mim?
Mas também não vou ser egoísta com ele, não vou cobrar algo dele sendo que não nos conhecemos nem há seis meses.
Porém o silêncio que ele me deixou noite passada me machucou como facas...
Enxugo algumas lágrimas teimosas que insistiam em cair e levanto da cama para tomar um banho e lavar o meu rosto que está vermelho.
[...]
Leo e eu já estamos no carro dele indo para a escola e não temos mantido contato visual e nem nos falando muito, sinto que estamos nos evitando um pouco.
Chegamos na escola e eu desço do carro sentindo olhares queimares em nós dois por estramos saindo do mesmo carros sozinhos, os ignoro e pego minha mochila adentrando na escola.
- Ok ok, agora me conta por que você estava no mesmo carro que o Leonardo - Avani fala chegando perto do meu armário onde eu guardava minhas coisas
- Bom dia para você também - rio
- Bom dia, agora me conta tudo! -
- Ok, mas não aqui, vamos ao banheiro - a puxo para o banheiro
Entramos no banheiro e eu encosto na pia enquanto Avani tira um pirulito da mochila esperando eu começar a falar.
- Bom, ontem depois da aula eu fui para a casa dele e lá nós ficamos no jardim dele lendo e comendo romãs porque tem um pé de romã lá, depois de um tempo lendo ele me beijou e as coisas começaram a esquentar então... - sou interrompida pelo sinal tocando indicando o início das aulas - Hm, depois eu termino então - Avani revira os olhos brava
- Merda de sinal - ela fala e eu rio
Saímos do banheiro e vamos em direção à sala, mas antes nossos telefones apitam e olhamos o que era...
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