save me from this hell

Desespero

-Yumeko-
Me recuso a entrar de primeira mas meu pai me empurra pelas costas para que eu fizesse.
Ele pega no meu cabelo pela raiz de forma rude o puxando fazendo que eu me incline para trás perdendo o equilíbrio.Aquilo doía,ele estava realmente bravo dessa vez,eu ao menos conseguia chorar,eu só sentia angústia e raiva por todo meu corpo.

-Você sabe que não deveria sair correndo para muito longe além da sua escola-ele diz com uma voz irritada que me assusta-aquele garoto branco,quem era ele?

Começo a entrar em desespero,nada poderia acontecer!Eu não consigo saber o que ele pode fazer com o Haku,eu não poderia fazer nada!

-Não era ninguém eu já falei!-Minha voz estava trêmula eu não conseguia me conter.

A dor que eu sentia em meu cabelo era o de menos comparada ao medo que estava me sufocando.
Ele sequer se importa com minha educação,o que realmente queria era que eu passasse despercebida ,e se eu não fosse a escola iriam achar estranho.Por isso a maioria dos atos violentos são puxões de cabelo, não deixa marcas expostas, ninguém percebe.Por mais que eu queira falar...ele disse que cortaria a garganta da criança que soubesse ou jogaria uma bomba na escola para que todo mundo explodisse e que eu ficaria do lado de fora olhando aquilo acontecer por minha causa,foram essas suas palavras frias e arrogantes que me disse no meu primeiro dia de aula e fazem meu corpo inteiro tremer odeio ter essas recordações.

-O jogador que você chamou já está aqui-minha vó aparece da porta que havíamos entrado-Ele irá se enfurecer se não ir rápido,ele está no porão.

Minha vó chegou como uma salvação naquele momento,sua voz era firme, sua expressão séria e seus olhos repletos de preocupação direcionados a mim.
Ao ouvir as palavras dela meu pai solta meu cabelo de uma vez e já vai andando ao porão onde o jogador anônimo o esperava.Levo minhas mãos à cabeça sentindo ela dolorida,mas logo me viro e abraço minha vó,talvez o único lugar que eu sinta conforto era em seus braços amáveis.Ela passa a mão em minhas costas me abraçando também,sinto seu coração bater forte e um suspiro,parecia segurar o choro,fico mal em vê-la desse jeito...

-Me desculpa,eu deveria ter ido com você...-A voz triste dela naquele momento deixava tudo mais tenso.

-Não...eu não sei do que ele seria capaz de fazer com você.

Meu pai não tem limites,e minha vó não era capaz de suportar os maus tratos intensos dele,as vezes ele gritava ou apertava seus braços o que me deixava irritada.
Nós sempre cuidamos uma da outra quando esse tipo de coisa acontece,se não fosse ela nem sei se estaria viva ainda...
Minha vó não diz nada e segura minha mão indo comigo para o quarto,queríamos apenas ficar quietas sem pensar em mais nada e talvez tirar um pouco da tensão.