Cafeteria

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6:30

Passo pela porta e sou recebida por uma senhora de aparência frágil. Ela envolve suas mãos delicadas nas minhas em cumprimento e me dá um sorriso gentil. Essa é a Sindy, dona da cafeteira Doce Cacau, que me contratou depois de uma ligação minha para o número no planfeto. Foi muita sorte eu ter ligado em um momento que a Sindy estava desespera em contratar alguém.

Ela me contou que a cafeteira está aberta há muitos anos, mas ultimamente tem perdido clientes desde que a única atendente dela foi embora. Com isso em mente, decidi divulgar a cafeteria pela Internet, algo que ela não é familiarizada em mexer.

A idéia da cafeteira é ser um lugar aconchegante, que não tenha muitos funcionários indo de lá pra cá entre as mesas. Agora, além da dona, existem duas funcionárias nesse lugar. Eu e a senhora Vanusa, a ajudante na cozinha.

Naquele mesmo dia em que tinha pego o panfleto, Sindy me disse que eu poderia começar à trabalhar logo amanhã, no caso, hoje.

- Bom dia!, senhora Sindy.

- Bom dia, querida. Aqui está seu uniforme! - Sindy me entrega a blusa, o avental e uma touca. Não são novas, foram usadas pela última atendente. Felizmente ela tinha o mesmo tamanho que o meu! - Você disse que é sua primeira vez trabalhado em uma cafeteira, não é? Não se preocupe, docinho. Tudo que precisa fazer é ficar atrás daquele balcão, atender os clientes, receber o dinheiro e é claro, preparar o café. Simples?

- Ah, sim. Eu vou ter tudo sob controle!

- bom saber! - Com uma mão atrás das minhas costas, ela me guia até os fundos da cafeteria onde estaria localizado o banheiro, longe do balcão e das mesas. - Enquanto se arruma, vou abrir as portas. Com licença.

- Certo.

Sindy se afastou como um jato cheia de empolgação. Eu entrei no banheiro e em poucos minutos, saio dele com o vestimento no corpo. Sem esperar pelas ordens de Sindy, me posicisiono atrás do balcão.

- Muito bem, S/n. Essa é a máquina de café expresso. Você me disse que sabe utilizá-la.

- Ah, bem... Sim, eu sei, mas nunca mexi em uma. Pesquisei bastante antes de ligar para a senhora.

- Bom... É um pogresso. Deixei preparado para você, mas terá que checar se a regulagem está boa de vez em quando.

- Entendido. Eu vou dar conta. Obrigada pela oportunidade, Sindy!

- Disp-

Outra senhora que creio ser Vanusa, passa por nós e deixa um delicioso rastro de cheiro para trás. É de dar água na boca! Ela carrega uma bandeja cheia de... pães de queijo? Vanusa os coloca na vitrine.

- Eu não sabia que vocês vendiam pão de queijo! - Digo, visivelmente surpresa.

- Eu experimentei e adorei! Não é, Vanusa? Queria saber também se os clientes gostariam.

- S-Sim... - Vanusa respondeu com uma voz tímida. Ela olhou para mim e voltou para a cozinha em silêncio.

- Oi! - Mas ela ignorou meu chamado.

(Fiz alguma coisa? Talvez ela só seja tímida. Uma senhora tímida... Não sei porquê isso parece improvável)

- Vanusa é uma mulher quieta. Ela julga pela energia dos outros. - Sindy dizia à mim enquanto seu olhar estava em direção à cozinha.

- Energia?

- É, ela consegue ver coisas que nossos olhos não vêm. Todavia, se ela tentar adivinhar seu futuro, não dê ouvidos! Uma vez me disse que eu ganharia na loteria e isso nunca aconteceu! Me deu tantas esperanças para nada! Mas afim, querida. - Sindy largou sua indignação e seguiu o mesmo rumo de Vanusa. - Clientes!

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