Part 3

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 Deixa eu contar uma coisa para você que não me conhece, meu nome é Isabella Mikaelson, filha de Elijah Mikaelson, fui adotada depois que sofri um acidente no orfanato onde eu morava, já tinha se passado dois ano desde o acontecimento, tive algumas sequelas do acidente, por exemplo amnesia, não lembro nada sobre o antigo orfanato que foi até fechado e tinha perdido minha fala, algo atravessou a minha garganta e quando Elijah tentou retirar comprometeu a minha fala, mas isso não me atrapalha, fora que agora sou vampira, eu sei vampiros não existem... e posso provar que existe e que sou filha de um dos originais, meu pai achou que com a minha transformação eu me curaria de todas as sequelas do acidente, mas isso não aconteceu eu apenas fiquei presa nos meus dezesseis anos. Neste exato momento estou a caminho de Forks onde vou morar com Charlie Swan um amigo da minha tia Freya, onde Elijah está? Infelizmente morto... ele morreu junto de Tio Klaus para salvar minha prima Hope. E não o odeio por partir junto de seu irmão, para ele o "sempre para sempre" era sagrado, e muito menos odeio a minha prima, mas eu tinha que me afastar um pouco de tudo.

Na península Olympic, do noroeste do estado de Washington, há uma cidadezinha chamada Forks, quase constantemente debaixo de uma cobertura de nuvens. Chove mais nessa cidade insignificante do que em qualquer outro lugar dos Estados Unidos.

Era em Forks que agora eu me exilava — uma atitude que assumi com muito pavor. Eu detestava Forks.

Eu adorava New Orleans. Adorava o sol e o calor. Adorava a cidade vigorosa e esparramada. As comemorações que sempre tinha e que meu pai sempre me levava era lindo.

– Bella – disse Tia Freya, pela centésima vez, antes de eu entrar no avião – , Você não precisa fazer isso.

Eu preciso Tia, eu acho que não suportaria estar aqui e lembrar dele e do Tio Klaus... apenas dê um abraço em Hope por mim. – falo e vou em direção ao embarque sem olhar para trás.

Charlie me aguardava na radiopatrulha. Eu também esperava por isso. Charlie é o chefe de polícia Swan para o bom povo de Forks. Minha principal motivação por trás da compra de um carro, apesar da verba escassa, era que me recusava a circular pela cidade em um carro com luzes vermelhas e azuis no teto. Nada deixa o trânsito mais lento do que um policial.

Charlie me deu um abraço desajeitado com um só braço quando eu cambaleei para fora do avião.

– Como você está Isabella? – pergunta e o respondo com línguas de sinais.

Estou bem Charlie... Tia Freya mandou lembranças e pediu para agradecer. – respondo e ele sorri, Charlie quando soube de Tia Freya que eu queria fugir um pouco de New Orleans e Mystic Falls ele prontamente ofereceu sua casa e passou a ter aulas de línguas de sinais.

– Que bom que está bem, Freya nem precisa agradecer, é um prazer ter você comigo... e sinto muito pelo seu pai. – Concordo com a cabeça, lembrar de meu pai ainda era doloroso.

– Olha o seu carro chegou aqui ontem do jeito que a sua tia mandou, eu só peço que quando for se alimentar que venha para Port Angeles para evitar suspeita, e fora que temos na cidade de Forks uma família de vampiros de outra raça.

Outra raça? – pergunto e ele concorda.

– Sim, eu já tinha ouvido falar dessa raça mas nunca tinha conhecido nenhuma até esse ano eles se mudarem para aqui.

Não é da nossa conta... apenas temos que ficar longe deles. – falo e ele concorda.

Trocamos mais alguns comentários sobre o clima, que estava úmido, e a maior parte da conversa não passou disso. Ficamos olhando pela janela em silêncio.

Era lindo, é claro; eu não podia negar isso. Tudo era verde: as árvores, os troncos cobertos de musgo, os galhos que pendiam das copas, a terra coberta de samambaias. Até o ar filtrava o verde das folhas.

Era verde demais — um planeta alienígena.

Por fim chegamos à casa de Charlie.

Apenas uma viagem foi necessária para levar minhas coisas para cima. Fiquei com o quarto do lado oeste, que dava para o jardim da frente.

Só havia um banheiro pequeno no segundo andar, que eu teria que dividir com Charlie. Estava tentando não pensar muito nisso.

Uma das melhores coisas em Charlie é que ele não fica rondando a gente. Deixou-me sozinha para desfazer as malas e me acomodar, uma proeza que teria sido completamente impossível para minha Tia. Tia Freya passou a ser como uma mãe para mim, infelizmente não cheguei a conhecer Hayley por quem meu pai era apaixonado, ela tinha falecido antes de eu chegar na família, Hope culpava meu pai pela sua morte, ele mesmo se culpava, não precisava de mais ninguém para colocar mais culpa nele.

Era legal ficar sozinha, sem ter que sorrir e parecer satisfeita; um alívio olhar desanimadamente pela janela para a chuva entristecendo tudo e deixar algumas lágrimas escaparem. Eu não estava com vontade de ter um acesso de choro. Ia economizar para a hora de dormir, quando teria que pensar na manhã seguinte.

A Forks High School tinha um total assustador de apenas 357 ,agora 358 alunos; em New Orleans, havia mais de setecentas pessoas só do meu ano. Todas as crianças daqui foram criadas juntas — seus avós engatinharam juntos. Eu seria a garota nova da cidade grande, uma curiosidade, uma aberração.

Talvez, se eu parecesse uma verdadeira garota de New Orleans, pudesse tirar proveito disso. Mas, fisicamente, nunca me encaixei em lugar nenhum. Eu devia ser um pouco mais bronzeada, atlética, loura uma jogadora de vôlei ou uma líder de torcida.

Quando terminei de guardar minhas roupas na antiga cômoda de pinho, peguei minha necessaire e fui ao único banheiro para me lavar depois do dia de viagem. Olhei meu rosto no espelho enquanto escovava o cabelo úmido e embaraçado. Talvez fosse a luz, mas eu já parecia mais pálida, doentia. Minha pele podia ser bonita era muito clara, quase translúcida , mas tudo dependia da cor. Não tinha cor nenhuma ali. Eu tinha escondido da minha família que eu estava começando a entrar em depressão, mas não era culpa de ninguém, mas eu não lembrava nada dos meus dezesseis anos atrás e a única pessoa que me aceitou e me ajudou a viver era Elijah que agora estava morto, Tia Freya e Tia Rebekah e até mesmo Kol não sabiam o que estava passando dentro de mim, Hope até tentou conversar comigo mas nunca tinha dado brecha para ela entrar realmente. Eu estava fadada á ser uma garota de dezesseis anos para sempre, sem lembranças de sua infância e fadada a conversar com as pessoas por língua de sinais e ter olhares por onde passa por ser diferente. Deitei em minha cama e deixei o sono vim até mim e derramei lagrimas até poder alcançar a escuridão.

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