𝐩𝐞𝐫𝐝𝐢𝐭𝐢𝐨𝐧

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          𝐃𝐈𝐆𝐀 𝐌𝐄𝐔 𝐍𝐎𝐌𝐄
 
                             ⚔️
     
𝐂𝐡𝐚𝐬𝐞 𝐇𝐮𝐝𝐬𝐨𝐧:

                  𝐃𝐈𝐆𝐀 𝐌𝐄𝐔 𝐍𝐎𝐌𝐄                                                                    ⚔️                                         𝐂𝐡𝐚𝐬𝐞 𝐇𝐮𝐝𝐬𝐨𝐧:

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Realmente é divertido. Quando falo que me divirto com ela não estou mentindo. Foi divertido quando a vi pela primeira vez e percebi que ela não se lembrava de mim, e foi hilária a sua reação quando descobriu quem eu era. É sempre engraçado quando ela fica irritada comigo e finge que me odeia.

Mas tudo isso começa a perder a graça quando ela me olha com aquele olhar que só ela tem. Tudo fica sério quando ela começa a me encarar pensativa, querendo saber o que eu estou pensando, querendo saber o que acho sobre o que ela está fazendo comigo, e talvez se perguntando sobre o que eu quero fazer com ela em seguida.

Não posso dizer que foi uma surpresa o que aconteceu entre nós. Antes de eu ir morar um tempo com a minha mãe, sempre havia uma tensão entre nós, ainda mais depois do beijo do guarda-roupa. Depois daquele beijo nada nunca foi o mesmo. Eu e Angel nunca fomos amigos, nós brigávamos todos os dias e sempre tentávamos nos evitar, até que começamos a ficar maiores, e algumas dúvidas sobre a vida e sobre a nossa sexualidade começaram a surgir.

Quando Angel me falou que ela ainda era virgem eu não podia acreditar. Como aquela menina poderia ser virgem? Eu sou homem, sei como os homens pensam e agem quando querem alguma coisa, e aqueles meninos daquela escola com certeza querem ver a Angel nua de joelhos na frente deles. É uma pena que até agora eu fui o único que já vi ela sem vestir nada.

Eles não a merecem, de qualquer maneira. Eu falto o resto da aula e espero o refeitório começar a servir o almoço. Quando ele abre, praticamente todas as turmas foram liberadas, e o lugar agora está caótico como sempre.

Quando Charli me vê ela vem correndo até mim e me abraça pressionando seu corpo contra o meu mais do que o normal. Dou um sorriso para ela e sinto seus mamilos sendo espremidos entre nossos corpos.

— Senti sua falta — ela diz depois de me dar um selinho.

— Eu também senti sua falta. — Me afasto dela e me sento em uma das mesas, e ela vem atrás de mim. Não quero que as pessoas pensem que nós estamos namorando. Não há nenhum motivo especial nisso, eu apenas não quero, porque nós não estamos namorando, não quero que isso estrague meus outros planos.

— E então, como foi seu dia? — Ela pergunta se curvando em minha direção.

— Não quero falar sobre o meu dia, quero saber do seu — minto. Nunca que eu quero saber como o dia dela foi, Charli só fala de fofocas e de roupas, ninguém aguenta isso. Mas é melhor fingir que estou ouvindo ela me falar sobre seu dia fútil do que contar para ela o que eu acabei de fazer com a sua melhor amiga.

Não presto atenção em uma palavra que ela me diz. Meus olhos correm pelo refeitório procurando alguma coisa para me entreter enquanto ignoro as palavras que saem da boca de Charli, porque não poderia estar mais entediado do que eu estou agora. Do outro lado lado do refeitório avisto Angel, e ela está do mesmo jeito que antes. Seu vestido claro está combinando perfeitamente com o resto de sua roupa, coisa que ela faz praticamente desde o dia que nasceu. Seu cabelo, entretanto, está bagunçado, e ela também não está mais usando batom.

Sorrio ao perceber que fui eu que fiz ela não parecer a menina perfeitinha de sempre. Ela da voltas ao redor de algumas mesas para cumprimentar algumas pessoas, então corre os olhos pelo lugar à procura de alguém, provavelmente de Vinnie, o que é estranho, já que eles estão sempre juntos. Mas se for considerar os últimos dias, isso não é tão anormal, não os vi nenhum vez juntos na semana passada ou nessa semana, e pelo seu estado hoje de manhã, alguma coisa aconteceu entre eles.

Mas não me importo de qualquer maneira. Já que ela não está procurando por Vinnie, ela deve estar procurando por Charli. Não demora muito para ela a achar, mas Charli está de costas para ela e não a vê, mas eu sim. Angel percebe que eu estou com a Charli e começa a mexer na barra de seu vestido de uma maneira inquietante.

Ela olha para a nossa direção se perguntando se deve vir até aqui ou não. Ela lambe os lábios e olha para mim, e quando se da conta de que eu estou a encarando, seu pé começa a bater no chão de uma maneira suave e nervosa, e seu peito começa a subir e a descer sem parar.

É engraçado como a Angel se perde apenas com um olhar. Percebo que os olhares ficam sérios quando as sobrancelhas dela se franzen e seus olhos ficam focados nos meus. Você quer jogar, Ang?Continuo com o jogo. Angel não desvia o olhar, é claro, nunca vi alguém tão teimosa quanto ela. Ela olha para mim como se me desafiasse, então faço questão de mandar um olhar de mesma intensidade para ela.

Entre todas as coisas que estão acontecendo no refeitório, a única que se sobressai é o olhar teimoso dela se negando a se virar para outro lugar. E por mais que eu não esteja prestando nem um pouco de atenção na conversa da Charli, ela fala tanto sobre si mesma que não se da conta de que eu não dou a mínima para o que ela diz.

Se eu olhar para Angel por mais alguns segundos, tenho certeza de que alguma coisa vai acontecer. Ou comigo, ou com ela, mas isso não vai acabar bem. Angel morde o lábio inferior e respira fundo. Ela aperta o tecido do seu vestido em suas mãos delicadas e levanta o rosto, como se tentasse encontrar um pouco de ar antes de se perder em meio ao oceano.

Minha respiração também se acelera. Seus olhos  chegam aos meus fazendo as cores e emoções se misturarem em meio ao barulho do refeitório, fazendo eu e ela nos perder lentamente.

— ...Mas fora isso, nada demais aconteceu — Charli fala antes de levar sua mão até meu rosto, o que me faz desviar o olhar de Angel, nós impedindo de terminar nosso jogo. — Mas ainda podemos fazer inúmeras coisas novas hoje. — Charli aproxima o rosto do meu e me beija. Dou um breve beijo nela e me afasto.

Angel continua nos encarando, mas desta vez ela não está com um olhar curioso, desta vez ela está confusa, como se milhões de coisas estivessem se passando dentro da sua mente.

— Hoje não vai dar — digo instintivamente. — Preciso ir, nos falamos depois. — Não penso antes de falar nada, apenas falo e saio de lá.

𝐃𝐈𝐆𝐀 𝐌𝐄𝐔 𝐍𝐎𝐌𝐄 ⚔️ - 𝐂𝐡𝐚𝐬𝐞 𝐇𝐮𝐝𝐬𝐨𝐧 Onde histórias criam vida. Descubra agora