𝐭𝐨 𝐡𝐚𝐯𝐞 𝐥𝐮𝐧𝐜𝐡

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     𝐃𝐈𝐆𝐀 𝐌𝐄𝐔 𝐍𝐎𝐌𝐄

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         𝐀𝐧𝐠𝐞𝐥 𝐂𝐚𝐦𝐞𝐫𝐨𝐧 :

O jantar está marcado para hoje à noite, e não há nada que me faça esquecer isso

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O jantar está marcado para hoje à noite, e não há nada que me faça esquecer isso. Não sei porque estou tão ansiosa para este jantar, nada demais vai acontecer nele. Pelo menos nada de novo. Mas não consigo me acalmar, agora minha mãe acha que eu gosto do Chase e tenho certeza que ela vai ficar o jantar todo me observando para ver como me comporto perto dele, e este é o problema.

Não sei como me comporto perto dele, e depois de tanto tempo pensando nele, não creio que será de um jeito normal ou discreto. Quando chega a hora, coloco um vestido longo azul de tecido fino com sapatos de salto e desço para receber os convidados. Desta vez o jantar não será algo simples como foi das últimas vezes. Algumas outras dezenas de pessoas virão jantar junto com a minha família e a do Chase.

Provavelmente são pessoas importantes que trabalham com nossos pais, mas não posso dizer com certeza. Quando a sala já está cheia de gente e o barulho das vozes começa a ficar alto, vou para a cozinha, onde não tem ninguém. Chase ainda não chegou, mas quando chegar preciso achar outro lugar para me esconder. Querendo ou não, esta cozinha se encontra com uma alta circulação de pessoas, e ele pode passar por aqui facilmente. Ou ele ou a minha mãe, e com certeza não quero nós três presos no mesmo cômodo.

Não tenho a resposta certo do porquê que estou tão inquieta em ver Chase, já o vejo quase todos os dias em diversas situações ou posições diferentes. Talvez seja diferente para mim poder conversar com ele normalmente na frente das pessoas. É claro que eu posso fazer isso na escola, mas lá temos muitos olhos e ouvidos atentos na vida dos outros, e aqui não, aqui as pessoas se preocupam com contratos enormes e mais trabalho. Ou talvez eu apenas não queira que minha mãe esteja certa.

Fico por lá por mais alguns minutos, mas sou obrigada a ir para a sala quando minha mãe me encontra e me faz ir cumprimentar as outras pessoas que acabaram de chegar.

— Se apresse Angel, hoje tudo tem que ser perfeito — diz ela, logo após dar algumas ordens as cozinheiras. Saio da cozinha com nenhum ânimo e vou para a sala. Quando chego lá, coloco um enorme sorriso falso no meu rosto e começo a conversar com os convidados. Falo com um por um até chegar nos nossos queridos vizinhos. Chase e o Sr. Cole estão conversando com os meus pais perto da porta de entrada. Estão todos tão concentrados e sorridentes que por um segundo acho que, em algumas horas, nem vão perceber que eu não os cumprimentei.

Tento fingir que não os vi e ir para outro rumo, mas já é tarde, Sr. Cole me vê e abre um sorriso, e acabo tendo que ir até eles.

— Sr. Cole, como vai? — Pergunto. Estico meu braço para dar um aperto de mão, mas ele me puxa e me dá um abraço apertado. Fico um pouco sem jeito e quase piso no seu pé, mas felizmente nada de tão ruim acontece.

— Minha querida — ele chama, segurando em ambas as minhas mãos e me observando. — É impressionante como está cada dia mais bonita. Já está uma mulher com este vestido. — ele elogia.

— Muito obrigada Sr., mas o senhor deve estar vendo beleza a mais com todo o seu bom humor — digo, tentando ser o mais culta possível.

— É claro que não. Posso estar velho, mas consigo reconhecer uma peça rara quando a vejo, e você se parece com uma desde que era apenas um bebezinho.

Acabo ficando sem palavras e demoro para responder. Como devo responder a um elogio desse? Se tem uma coisa que sou péssima é a responder elogios.

— Ah, por favor Sr. Cole, assim eu fico sem jeito — digo.

— Ela não está acreditando — ele ri olhando para os meus pais.

— Fale para ela como ela está bonita, Cole. — Chase me olha envergonhado e acaba tendo mais problemas para achar palavras do que eu. Olho para ele já sentido minhas mãos suarem. Começo a balançar o pé dentro do vestido e a esfregar as mãos um contra a outra, mas não consigo tirar os meus olhos dele.

Chase também fica inquieto e sem jeito, e pela primeira vez o vejo sem saber o que responder. Percebo que minha mãe nos observa com um pequeno sorriso de lado, vendo o quanto eu fiquei corada, mas tento ignora-la. Se for prestar atenção em mais um coisa que está acontecendo aqui agora provavelmente vou desmaiar.

— Sim, pai — diz Chase. — Concordo com você quando diz que ela está bonita. Angel sempre teve uma fisionomia muito agradável. — Fecho os olhos rapidamente para digerir o que acabou de acontecer. Ele realmente disse que me achava bonita com a expressão fisionomia agradável? E é claro, porque quando se trata de Chase, um elogio nunca vem de graça, ele tinha que fazer algo para me irritar.

O encaro com um olhar desafiador, mas nem sei exatamente o motivo. Talvez seja por desafia-lo por admitir que sempre me achou atraente. Sr. Cole e meus pais voltam a conversar entre si e com os outros convidados da festa e acabam nos deixando sozinhos. Olho para Chase sem saber o que dizer ou fazer. Então fico do lado dele e observo os outros convidados. As vezes sorrindo para um ou outro que nos cumprimenta brevemente.

Quando ficamos em silêncio e sem mais pessoas para cumprimentar outras pessoas da festa, a situação se torna constrangedora, e nada vem na minha mente para tornar isso menos envergonhoso.

— Seus pais não acharam que você está vulgar demais para um jantar de negócios? — Pergunta Chase, em um tom de deboche na voz. Me viro rapidamente e o encaro sem acreditar em seu comentário nada respeitoso e grosseiro.

— Você realmente está me insultando na minha própria casa?

— Ah, então você prefere que eu te insulte lá fora? — Ele aponta para o jardim da frente.

— Daqui a pouco é onde você vai estar se continuar sendo um babaca. — Retruco, e tudo que ele faz é soltar uma risadinha baixa. Meu comentário não parece ter atingido Chase como eu esperava, mas pelo menos isso calou a sua boca.

O encaro de baixo. Por mais que eu esteja usando um salto bem alto esta noite, Chase ainda fica vários centímetros maior que eu, e por mais que isso seja bom na maior parte das vezes, não gosto do sentimento que isso causa em mim em situações como essa.

— Quer saber Chase, estou surpresa que conseguiu fazer um elogio hoje, não sabia que você era capaz disso —  comento.

— Não sabia? Vivo fazendo elogios Angel, mas é uma pena que a maior parte deles não são pra você.

Não acredito. Como ele consegue fazer isso? Como ele me irrita tanto? Estava errada, ele de fato tem uma resposta pronta para tudo.

— Não é uma pena, prefiro nunca receber um elogio de você do que ser mais uma de suas putas. — Chase ri e passa os dedos no seu paletó suavemente.

— Qual é a graça? — Pergunto.

— Não é nada, só você dizendo que não quer ser uma de minhas putas, quando não consegue ficar longe de mim.

— Quem disse que não consigo ficar longe de você?

— Bom, um dia desta semana eu não fui para o colégio, e advinha quem veio atrás de mim?

— Babaca. — Quando vou conseguir ganhar em uma discussão com ele?

— Eu tive um motivo para ir lá, Chase.

— Eu sei, nunca disse o contrário — reponde ele, ainda rindo e tirando sarro de mim. — Só não precisava ter transado comigo depois.

— Cala a boca, você queria aquilo mais do que eu. — Ele me observa e ri sarcasticamente, então olha para o lado e se afasta. Mas ele não está certo, não uma de suas putas. Suas "putas"não sabem da onde ele é ou como ele é. Não sabem onde ele mora ou a verdade sobre a grande parte de sua vida. Chase pode me chamar do que quiser, mas tenho certeza que sou uma das pessoas mais próximas que ele tem, mesmo que goste de transar com ele de vez em quando.

𝐃𝐈𝐆𝐀 𝐌𝐄𝐔 𝐍𝐎𝐌𝐄 ⚔️ - 𝐂𝐡𝐚𝐬𝐞 𝐇𝐮𝐝𝐬𝐨𝐧 Onde histórias criam vida. Descubra agora