Capítulo 31 - Fernando e Verônica

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Fernando

Estou me sentindo nas nuvens! Milhares de acontecimentos bons têm tomado conta da minha vida desde que me permiti viver do lado da Andrezza. Amo e sou amado na mesma proporção, temos um pedaço de nós dois crescendo dentro dela e agora sabemos que é uma menina. Uma princesinha pra alegrar nossos dias. Esses acontecimentos foram adiando a conversa com a minha mãe.

Na manhã seguinte acordo com a Andrezza chorando e olhando atentamente para o lençol, fico sem entender até que eu mesmo vejo o sangue.

- O que é isso? – perguntei

- Aí amor eu não sei, acordei com dor e quando vi já estava assim – ela chorava muito, levantei e fui até o guarda roupa, a vesti e a levei as pressas ao hospital.

Mais uma vez a conversa com a minha mãe iria ficar pra depois, levaram a Andrezza pra outra sala que eu não pude acompanhar. Senti-me um lixo, senti meu peito afundar e ali me restava tristeza. Eu chorava pedindo aos céus para que tudo ficasse bem com minhas duas meninas. Até que sinto uma mão em meu ombro.

- Filho? – ela perguntou cautelosa

- Oi Verônica – disse entre lágrimas e ela apenas me puxou para seu colo e ali desabei, ela fazia carinho em meu cabelo e falava que ficaria tudo bem. Essa foi a primeira demonstração de afeto que recebi dela. Me senti bem com isso e talvez essa fosse a hora de falar com ela sobre toda essa mudança.

Mas, assim que abri a boca o doutor me chamou.

- Fernando Garcia

- Eu – respondi e levantei

- Venha comigo até a sala – o olhar dele estava sombrio e eu senti um medo terrível dentro de mim – Sente-se

Fiz o que ele me pediu e a impaciência tomava conta de todos os meus pensamentos.

- E então, como elas estão?

- Quer mesmo saber? – não sei por que, mas ali senti que algo havia dado muito errado

- Claro, diga-me, por favor – implorei

- O sangramento que ela teve foi por conta de um descolamento da placenta. Mas, pela demora de vir ao hospital, ela acabou perdendo o bebê. Eu sinto muito – disse ele me observando.

- O que? Isso não pode ser como assim? Ela não caiu, ela não se esforçou como isso aconteceu? – disse inconformado de ter perdido minha pequena pérola, minhas lágrimas desciam sem permissão e eu apenas consegui formular a seguinte frase – Ela já sabe?

- Ainda não, ela está sobre os efeitos dos remédios, tivemos que retirar o feto com ajuda de alguns aparelhos e ela foi medicada. Daqui a pouco ela acorda. Seja forte e a ajude, ela irá precisar muito de você

Levantei e sai da sala desolado, minha mãe veio prontamente me abraçar.

- O que houve?

- Ela perdeu o bebê – e mais uma vez mais lágrimas iam sendo derramadas e mais um abraço forte vindo da Verônica.

- Eu sinto muito meu filho, de verdade – eu senti a sinceridade em suas palavras – Fique bem, eu amo você

- Obrigado, vou ir lá vê-la. Já volto – e assim segui onde ela estava.

A vi deitada, abrindo os olhos devagar como se estivessem pesando toneladas, segurei sua mão e sabia que iria ser difícil dela saber.

- Oi – disse ela fraca – O que aconteceu?

- Shiiii. Não diga nada – disse calmo – Não se esforce

Tentei de todas as formas pensar em como dizer a ela, mas enquanto pensava ela passou a mão esquerda em sua barriga e sentiu a falta do volume de antes.

Amor a Tira ColoOnde histórias criam vida. Descubra agora