Hiroshi estava descabelado correndo, sem ar, esbarrando em todos que passavam perto de si, queria pedir desculpas pelo o que causou a eles mas estava tentando diminuir o seu atraso. Pela primeira vez o seu alarme não despertou, nem escutou a voz mansa e aveludada de Myung-Dae o irritando logo cedo chamando-o de "Bela adormecida", apenas escutava seus pensamentos confusos e xingamentos por quase não acordar.
Chegou pedindo desculpas aos colegas de trabalho, fez apenas por educação, lembrou-se do que Myung-Dae falou, não demitiriam ele não importa o que aconteça, Hiroshi perguntava-se se era realmente verdade caso ele tivesse que matar alguém dali. Será que ele seria preso, ou o poder da família de Myung-Dae abafaria tudo?
Ainda não conhecia essas pessoas, fazia pouco tempo que estava nesse corpo e tudo o que ele fez foi matar e desovar os corpos, ah ele também teve crises. Mas não fez nada que pudesse melhorar a sua atitude com as pessoas ao seu redor. Não sabia o porquê Myung-Dae ainda não o incomodava, mas sentia falta da voz dele.
"Achei que precisava de um descanso depois de ontem."
Hiroshi remexeu-se desconfortável na cadeira, não gostava que Myung-Dae falasse sem aviso algum quando estava perdido em pensamentos, mas estava aliviado, a voz gostosa na sua cabeça era a afirmação de que nada estava errado e que ele não estava sozinho.
ㅡ Não quero descanso nenhum. ㅡ A voz de Hiroshi era extremamente baixa, a delegacia estava lotada e não queria que alguém escutasse seu momento de loucura.
"Certo, vou começar a te ajudar, vou contar tudo o que precisa saber sobre as pessoas que convivo, preste atenção porque não vou repetir nenhuma informação novamente."
ㅡ Ok.
"Aquele senhor careca de olhos azuis que está falando no telefone, o nome dele é Roberto, ele tem 60 anos e é o irmão mais novo do falecido Fernando que era dono daquele terreno que enterravámos os corpos. Ele normalmente é um policial nervoso e irritadiço, mas não demonstre medo dele, ele é inteligente, se você começar a agir de maneira assustada com ele, ele vai perceber que tem algo errado."
Hiroshi não queria falar e acabar sendo descoberto, então abriu um documento em branco no word e digitou suas dúvidas.
*Fácil para você falar, você conviveu com ele. Falecido Fernando? Você matou ele?*
"Se o homem que eu mostrei já tem 60 anos e ele é o irmão mais novo do falecido, porque a sua primeira hipótese é que eu matei ele e não alguma doença da velhice?"
*Porque você é um assassino? Talvez seja por isso.*
"Ele morreu de problemas no coração, eu era uma criança quando isso aconteceu."
*Se o irmão dele mora na cidade, por que deixou o terreno ficar abandonado daquela forma?*
"Não sei, boatos que eles não se davam bem e viviam brigando."
*Algo mais que preciso saber sobre ele?*
"Ele fala alto, a voz dele vai te irritar, não demonstre desconforto ou medo perto dele, pode ser que ele grite caso algo não seja o que ele espera, e ele sempre está observando."
*Ele já desconfiou de você?*
"Já."
A voz de Myung-Dae estava fraca, como se falar sobre isso despertava dores que ele não queria vivenciar novamente, Hiroshi queria saber mais, mas não queria mexer em feridas não cicatrizadas.
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O Acaso do Destino
Misterio / SuspensoUm jovem estudante passa a noite na casa da família graças a um feriado, infelizmente sua família é alvo de um assassino, que mata aqueles que passam do horário que ele estabelece em sua mente, o estudante testemunha o crime e denuncia a polícia, o...