17. Job

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Tenham uma boa leitura!

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A entrevista correu bem e agora Jung trabalhava no hospital como obstetra. Ainda não teve tempo de conhecer o hospital direito e nem fazer amizades pela agenda lotada que ganhou.

O azulado estava mais que satisfeito com o emprego e sempre procurava ter o melhor do humor para tranquilizar e satisfazer suas pacientes.

Agora mesmo tinha acabado de atender uma ômega de 25 anos que tinha acabo de descobrir a gravidez e não estava muito satisfeita com a descoberta por todos os problemas que ela tinha. A mulher estava desesperada e tinha pensado em abortar mas Wooyoung a acalmou e a ajudou a pensar melhor. Acabou que a mulher aceitou  começar com o pré- natal do bebê.

No momento, Wooyoung andava pelo hospital o conhecendo melhor e acabou chegando na sala de espera do 2º piso. O cenário não era tão mórbido como dizem, os bancos não estavam tão cheios e o local não cheirava como hospital- O que é uma ironia-, e sim á eucalipto. Nada muito forte.

O som de choro captou a atenção do azulado que olhou na direção do elevador que tinha acabado de chegar e viu uma menina, ômega, não passava dos 16 anos e um alfa da mesma idade provavelmente, acompanhados de uma enfermeira. Ambos muitos nervosos.

A garota era morena, de estatura baixa, mas magra que o normal, com olheiras fundas de quem não dorme direito a dias e o rosto vermelho e inchado pelo choro frequente.

Já o garoto, tinha a típica característica de playboy do ensino médio com o cabelo bagunçado propositalmente, o corpo forte, atlético, roupas caras e perfeitas. A única diferença era que ele estava com os olhos transbordando aflição e medo enquanto amparava a ômega, tentando ser forte por ela e para ela.

- Por favor, fiquem calmos. O doutor Lee ainda não chegou e eu temo que ele possa não vir hoje. - A enfermeira tentava acalmar a menina, sem chance de sucesso.

- Nao! Eu... Eu preciso ver ele hoje. Se meus pais descobrirem... - Botou as mãos sobre o rosto e chorou violentamente.

- Por favor Hwasa, se acalma! - O menino segurou os ombros dela. - Você não está sozinha. Eu estou aqui.

- Não adianta... Se meus pais descobrirem eu vou ser obrigada a casar com você. - Ela berrou temerosa, encarando os olhos magoados do alfa.

- Seria tão ruim assim me ter como seu marido?

A menina, vendo que falou algo que não queria, abraçou o alfa e chorou em seu peito. Wooyoung se aproximou, calmo como sempre e sorriu de lado, compreensivo. A enfermeira, vendo o médico, suspirou aliviada.

- Olá Doutor Jung. Eu posso te pedir uma ajuda? - A beta suspirou nervosa.

- Claro! Hoje está sendo um dia calmo para mim. - Abriu um sorriso simpático. - Em que posso ajuda-la senhorita...?

- Nayeon. Im Nayeon. - Sorriu um pouco nervosa. - Você pode tentar conversar com aquele casal ali enquanto eu tento entrar em contato com o Doutor Lee?

- Tudo bem. Mas eu posso saber quem seria o Doutor Lee? Eu ainda estou me adaptando e não conheço quase ninguém direito... - Coçou a nuca sem graça e a beta achou adorável.

- Ele é o psicólogo do hospital. Ele tirou férias e iria voltar hoje mas pelo visto acho que não.

- Certo obrigada. - A enfermeira sorriu e foi em direção a recepção falar com o psicólogo talvez.

Wooyoung olhou para os dois adolescentes que se abraçavam nos bancos enquanto pareciam discutir baixinho. Andou até eles com calma e sorriu ao receber a atenção do casal.

- Boa tarde. Eu sou o Doutor Jung Wooyoung. - Sorriu meigo e se sentou em uma cadeira em frente a eles, que o olhavam curiosos. - Vocês podem me dizer o nome de vocês? - A ômega se encolheu um pouco, parecia com medo. O alfa suspirou e olhou para o médico.

- Eu me chamo Kwon Hyukwoo e ela se chama Ahn Hyejin. - Ele se curvou em respeito.

- Prazer! - Wooyoung sorriu. - Eu posso conversar com vocês sabe... Até o Doutor Lee chegar. O que acham?

A menina, já mais calma mas ainda chorando analisava Wooyoung. Era a primeira vez que ela via qualquer doutor de cabelo colorido, feições tão delicadas e tão simpático quanto ele. E bom, ômega.

Não era muito comum ter um ômega trabalhando no hospital mais famoso de Seoul como médico. Se tivesse 4 era muito.

- O que acha Hwasa? Você pode conversar com ele enquanto eu pego um copo de água para você. - O garoto segurava o rosto dela com leveza e olhava para era com paixão.

- Tudo bem. - Ela sorriu um pouco e ele limpou as lágrimas que caiam, deixou um beijo na testa dela, murmurou um "Já volto" e deixou os dois a sós. - Eu posso mesmo confiar em você Doutor Jung? - Disse cansada e olhou para ele com desconfiança.

- Claro que sim. Se você quiser nós podemos ir para a minha sala para você ter mais privacidade... - Os olhos da menina demostravam pavor e ela se encolheu contra a cadeira. - Ou podemos ficar aqui mesmo. - Wooyoung sorriu tentando tranquilizar a menina e pareceu dar certo. - Quando você quiser...

Ela respirou fundo algumas vezes e olhou para os dedos trêmulos.

- Antes de tudo. Por favor, não me julgue antes de eu terminar a história. Ninguém além de mim sabe então me escute tudo bem? - Wooyoung concordou sério, focado na menina. - Resumindo eu estou grávida... - Ela olhou em volta procurando o namorado, e quando não achou, olhou nos olhos do ômega. - E eu tenho quase a certeza de que não é do Hyukwoo. - Os olhos da menina se encheram de lágrimas.

- Oh! Tudo bem... Continua. - Wooyoung suspirou e jogou o cabelo para trás.

- Desde 5 anos atrás, assim que minha mãe tinha acabado de completar 3 anos de casamento, meu... Padrasto... Me estuprou pela primeira vez. Eu tinha só onze anos Doutor... Só onze. - Wooyoung arfou surpreso e apertou as mãos na cadeira, sentindo seu coração acelerar. - Eu tentei fugir, gritei pedindo ajuda mas minha mãe tinha levado meu irmãozinho no médico, ele era um bebê, então estávamos sozinhos... - O choro da menina intensificou. - Foi a primeira vez, de muitas, que eu me senti o pior ser humano do mundo. E isso não acabou ali, continuou até a semana retrasada, a última vez que ele me encostou. - Ela parou de falar.

Wooyoung encarava a menina mas não a via realmente, as imagens daquele dia invadiam sua mente tão rapidamente quando Usain Bolt. Tentava respirar mas o ar não passava para seus pulmões, suas mãos tremiam como nunca e seus olhos pavorosos transbordavam de lágrimas.

Faziam anos que não tinha uma crise e agora, com o seu passado voltando, parece que o Castelo de Cartas que tanto construiu em volta do seu coração está desmoronando pouco a pouco.

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O que acharam?

Espero que tenham gostado...

Ate quarta que vem.

[Não revisado]

Tattoo Heart | woo + san ver.Onde histórias criam vida. Descubra agora