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Rose

Já haviam se passado dois dias. Harry parecia estar mais ocupado então mal nos vimos. Eu estava tensa dentro da casa dele, então ficava mais em meu quarto. Estava procurando emprego e também um outro lugar para morar. Já havia abusado demais da bondade de Harry, não podia continuar assim. Meus pais me davam uma quantidade mensal de dinheiro. Eles não querem que eu trabalhe enquanto estou na faculdade. Eles querem que eu foque totalmente nos meus estudos para ser a melhor aluna para então me formar com honra e arrumar um bom emprego. Mas bem, meus pais não sabem que abri mão do meu quarto na faculdade para ir morar com Noah e sabem muito menos ainda que eu e ele terminamos.

Sim, eu sei. Eu sou burra.

Deveria ter ouvido o meu pai quando ele disse que eu não deveria perder o meu tempo namorando. Mas eu era uma tola apaixonada. Agora sou uma tola de coração partido. O som da campainha fez com que eu saísse do meu quarto. Assim que abri a porta meus olhos se arregalaram. Um buquê enorme de flores e mais nada. Me abaixei para pegar o mesmo e vi que tinha um bilhete lá.

— Para quem é? — a voz de Harry veio de trás de mim, fazendo com que eu me virasse e fechasse a porta.

— Para mim? — disse lendo o bilhete.

— O que está escrito?

"Rosie, você merece alguém que te olhe como se você fosse o universo daquela pessoa".  — senti meu rosto esquentar e sorri automaticamente.

— Então você tem um admirador secreto! Viu só? Não precisa perder seu tempo chorando pelo seu ex escroto.

— É... Acho que você tem razão. — lhe encarei. — Pensei que só você me chamasse de Rosie. — ele quase se engasgou.

— Não está insinuando que fui em quem mandou as flores né? — ele disse com os olhos meio arregalados.

— Não, claro que não.... Até por que você me mandaria flores?

— Exatamente. Não tem motivo. — ele olhou em volta. — Bem, eu tenho que ir. Tenha um bom dia, Rose.

Ok, isso foi... Estranho. Quem me enviaria flores? E se for o Noah? Pode ser alguma piada de mal gosto dele. Mas acho que Noah nem sequer sabe que eu estou morando com o Harry. Meu celular vibra em meu bolso e eu logo pego o mesmo vendo que Niall me enviou mensagem.

Niall
venha me encontrar na cafeteria perto da faculdade. você precisa se distrair um pouco :)

O respondi falando que logo estaria lá. Arrumei um local para por as flores e então fui me arrumar para encontrar o irlandês. Como o dia estava frio, botei calça jeans, uma bota e um moletom. Ao chegar lá vi que ele estava acompanhado de um amigo. Já tinha o visto antes, acho que seu nome era Zayn. Cumprimentei os dois e me sentei ao lado de Niall.

— Como você está? — o loiro me perguntou.

— Estou bem.

— Seus pais lhe ligaram?

— Até agora não, o que é no mínimo estranho.

— Você é assunto na faculdade toda. — Zayn disse com um sorriso de canto. Ele é muito lindo, como não tinha reparado antes? Estava tão doente por Noah, assim?

— Bem, não fiz nada demais... — fiz uma careta e ele riu.

— Apenas socou o filho do reitor e fez o próprio irmão socar a cara do outro. Ok que Harry nunca se deu com o Noah, mas ele só socou o ele uma vez e foi por um bom motivo.

— Qual motivo?

— Ai você tem que perguntar para o Harry. — Niall disse. — Zayn sabe bem o que é levar um soco do Harry.

— O que você fez de ruim para ele? — o moreno bufou para o Niall.

— Eu e Harry já fomos melhores amigos, eu vacilei com ele e por isso ele me bateu, fim. — não iria insistir no assunto por mais que minha curiosidade estivesse gritando.

— Niall, eu preciso achar um emprego e um novo lugar para morar. — o loiro franziu a testa.

— Por que você quer sair de lá?

— Sinto que abusei demais da bondade dele. Não quero lhe causar mais problemas.

— Eu estou procurando alguém para alugar o quarto de onde eu moro. Não é um apartamento de luxo como o do Harry, mas é perto da faculdade e é um aluguel barato.

— Seria perfeito!

— Depois pede pro Niall te passar o meu número. — ele disse se levantando. — Vou indo, até mais Rosie.

Ele disse dando ênfase no apelido. Pera aí.... O segui com o meu olhar enquanto ele caminhava para fora da cafeteira. Será que foi ele? Não... Ele mal me conhecia. Mas ele me chamou de Rosie. Apenas ele e Harry me chamam assim. Nem mesmo Noah me chamava assim. Isso é tão estranho.

— Você está quase babando, Roseanne. — Niall disse gargalhando, revirei os olhos.

— Me deixa em paz.

— Tudo bem, eu te entendo. Antes você só tinha olhos para o idiota lá. E hoje em dia você está solteira e vendo que é mais rodeada de homens bonitos do que realmente imaginava. — acabei rindo.

— Ele é realmente bonito. Temos aulas juntos, amigos em comum e eu nem sequer prestava atenção em sua beleza.

— Engraçado pois ele sempre te achou atraente e sempre falava que o Noah era pouca merda. — oh deus, será que é realmente ele? — Mas não conte a ele que eu te disse isso.

Niall e eu ficamos por mais algum tempo ali comendo e conversando. Assim que paguei minha conta fui andando até a casa de Harry. Já fazia um tempo que eu não o via, então provavelmente ele não estaria em casa agora ou se estivesse seria trancado dentro do seu próprio quarto. Era engraçado o fato de que eu só conseguia pensar nele nesses últimos dias. Seria sempre grata a ele por tudo que ele fez comigo. Sinto que deveria fazer algo para pagar o mesmo depois de tanta ajuda.

Assim que cheguei no prédio, percebi que ele realmente não estava. Fui direto para a cozinha e prendi o meu cabelo. No meio do caminho decidi que faria uma janta para ele, para agradecer por tudo que ele tem feito por mim. Como não sou uma boa cozinheira, decidi fazer massa. Massa é prático, certo? Procurei receitas na internet e decidi fazer lasanha pois era o que parecia ser mais fácil e porque não tínhamos feitos compras ainda e era tudo o que dava para fazer. Lavei tudo o que sujei e arrumei a mesa da melhor maneira possível. Estava orgulhosa do meu próprio trabalho. A lasanha tinha um cheiro ótimo, me deixando com ainda mais fome.

Me sentei no sofá afim de esperar pelo moreno dos olhos cor de esmeralda. Já se passavam das oito da noite, então ele não deveria demorar muito para chegar. Estava quase tendo uma crise de ansiedade, eu podia ser bem ansiosa às vezes. Principalmente quando se tratava de surpresas.

— Puxa ele está demorando. — disse enquanto via a hora no meu celular.

Percebi que já fazia algum tempo que morava aqui e que eu nunca peguei o número do Harry para caso algo desse errado. De minutos, fomos para horas.

Harry não veio aquela noite.

Guardei tudo na geladeira e nos armários e então fui me deitar totalmente frustrada e chateada com a situação. Só conseguia pensar em que lugar ele estava para se passar da meia noite e ele ainda não ter voltado.

— Bem, não é da sua conte Rose. — disse a mim mesma enquanto me enrolava nas cobertas. — Você não é nada dele, ele não lhe deve satisfação.

E foi repetindo essa frase diversas vezes em minha mente que peguei no sono. Naquela noite, tive meu primeiro sonho com Harry.

Roses for RosieOnde histórias criam vida. Descubra agora