Capítulo Sete

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RAFAEL


Um simples ato como um beijo tinha poder para mudar toda uma história.

Não pensei nas consequências quando me atrevi a beijar Estrela, tirando muito mais dela do que um momento romântico e intimo entre um homem e uma mulher. Naquela troca de carícias senti na pele o tamanho do sentimento que existia entre nós e toda a mudança que a presença daquela garota e de seu bebê representavam em minha vida.

Parecia loucura me apaixonar por uma menina de dezessete anos, ainda mais estando ela grávida de outro homem, mas foi exatamente nesta loucura que me atrevi a me aventurar.

Quando a conheci a temi certamente porque meu coração sentiu de imediato o perigo que a linda menina de olhos castanhos representava. Era linda e meiga. Doce e de olhar inocente. O tipo de mulher do qual a vida toda busquei manter distância, pois existia ali a possibilidade de ter meu coração roubado.

Estrela estava em seu quarto tomando um bom banho após chegarmos em casa naquela noite. Fiz o mesmo e me senti na sala de estar para esperá-la para o jantar, que Ana deixou posto na mesa antes de sair. Meu pensamento vagava perante todas as possibilidades...

Aceitar Estrela em minha casa como um hóspede era uma situação. Tê-la ali agora que nos beijamos implicava em outra coisa, em sentimentos!

Aceitar Estrela em meu coração implicava em responsabilidade vitalícia. Ela teria um filho! Eu realmente estava pronto para arcar com tamanha responsabilidade, principalmente não sendo o verdadeiro responsável por ela?

O amor poderia superar tantas adversidades?

Estrela apareceu na cozinha quando comecei a colocar os pratos na mesa. Parou na entrada usando uma camisa branca minha e um short escuro, sua roupa preferida para dormir. Notei como sua barriga estava ainda mais esticada sob o tecido claro, dando a impressão de que tomaria todo seu corpo em algumas semanas. Ela era pequena e estreita, por isso se tornava ainda mais meiga grávida. O cabelo escuro e espesso descia úmido por seu corpo até a cintura e a face parecia corada ao me encarar.

Sorri para ela, puxando uma das cadeiras e apontando para a mesma. Estrela sentou-se e me olhou atentamente.

— Obrigado.

Disse para minha surpresa. Sorri ainda mais, sentando-me ao seu lado enquanto ela servia seu prato com o macarrão ao molho branco e brócolis.

— Quero que saiba que fico demasiadamente feliz em ouvi-la falar, Estrela. Me faz sentir imensa alegria por saber que fiz parte disso... Estou certo?

Na verdade queria deixar claro que o beijo ajudou em algo, mas decidi ser mais ponderado.

— Realmente, não posso negar — Sussurrou receosa, encarando seu prato — Você me fez perder o medo. Mostrou que nem todos os homens são iguais e que existem pessoas boas no mundo... Pessoas que são verdadeiramente capazes de estender a mão quando precisamos e que tem um grande coração. Seu pai está orgulhoso de você, Rafael.

— Não fiz isso somente por meu pai, Estrela — Garanti encarando-a firmemente. Estrela finalmente ergueu os olhos castanhos para meu rosto — Te busquei naquela noite porque não consegui ficar em paz sem tê-la aqui. Fui até você porque gosto de ti — Estrela separou os lábios para dizer algo, mas não conseguiu — De que tinha medo? Seja o que for, não precisa mais temer! Não permitirei que nada te machuque, muito menos ao seu bebê — Estrela sorriu timidamente, ajeitando o cabelo atrás da orelha — Confia em mim?

— Confiar em você é a única esperança que me resta, Rafa — Respondeu com os olhos escuros brilhando para mim — Posso te chamar de Rafa?

— Pode me chamar como quiser — Sorri para ela sem esconder a emoção. Vê-la falando era como contemplar o sol de perto.

Atada a Ele: Sob sua ProteçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora