Oito

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Uma semana havia se passado desde o último encontro dos dois. Louis jamais admitiria, nem sob tortura, que ficou mexido pelo jeito leve de Harry ao conduzir o desastre que poderia ter sido aquela conversa. Estranhamente Louis gostou de conversar com o jogador em sua casa, sem segundas intenções ou ofensas. Styles era interessante.

Tomlinson não se orgulhava de ter vasculhado os confins da internet em busca de qualquer coisa que pudesse resolver os mistérios ao redor de Harry. Como diabos um jogador famoso conseguia esconder tanta coisa assim? 

Mesmo choramingando para Niall e chantageando emocionalmente o loiro — não que o médico se orgulhe, mas ele precisava saber —, Horan manteve-se firme e não contou nada a Louis.

Depois de pesquisas frustradas — o médico chegou a buscar "Harry Styles assassinou...", pois somente um assassino ocultaria as coisas tão bem. —Louis decidiu deixar a paranoia de lado.  Quando topou isso com Styles, ele tinha um propósito: sexo. Então não havia motivos para pesquisar pela vida do maior, pois aquilo não era relevante. Ele sabe que não ia querer Harry vasculhando seu passado.

Louis balança a cabeça e toca seu lábio inferior inconscientemente. Seu passado estava morto e talvez o de Harry também deveria estar. 

Saindo de seus devaneios, Louis se dirigiu até a sala do Diretor Geral do hospital. Era o momento de ter A conversa.

Desde que terminou a faculdade, Louis tinha um grande interesse em se especializar em Neurocirurgia. Mas quando começou sua residência, surgiu a vaga de Cirurgia Geral no Mount Sinai e ele viu a garantia de um emprego ali, no hospital que já trabalhava e com as pessoas que conhecia. Preferiu não arriscar uma residência mais longa e optou por se especializar como Cirurgião Geral. 

Tomlinson jamais se arrependeu. Ele amava seu trabalho, mas sentia precisava de mais. Por isso, ao fim do seu ciclo de palestras e de formação de seus quatro residentes, Louis decidiu conversar com o Diretor Clínico e solicitar uma mudança, saindo da emergência para a clínica e a permissão para iniciar a especialização em neurocirurgia, finalmente.

Louis bateu na porta do escritório do Dr. Wilson e entrou devagar. O médico mais velho abriu um largo sorriso e apontou a cadeira em sua frente.

— Há muito tempo você não vem me ver, Louis! Senti sua falta. Como estão indo as coisas? Não está pegando mais plantões do que deve novamente, hm?

O Diretor Geral tinha um carinho especial por Louis, ele sabia bem. Desde que chegou ali, onze anos antes, como um garoto franzino e perdido, Dr. Wilson tinha o acolhido e sempre ajudou em tudo que pode, mesmo nos meses sombrios que sucederam o evento. Tomlinson não gostava de lembrar aqueles meses horríveis.

— Sabe como é, Dr. A gente acaba se empolgando com os residentes, quando percebe já está dando plantões de 24h como se estivesse na faculdade. — o médico mais velho riu e concordou. 

— Deus sabe o que eu sofri com a sua turma. Ainda bem que foi a minha última, minha mulher quase me pediu divórcio por não parar em casa. 

Louis meneou a cabeça e lhe deu um sorriso terno.

— Dr. Wilson, eu preciso lhe pedir algo. Compreendo se não for possível no momento, mas não posso adiar por mais um ano... — O Diretor lhe olhou atento, com uma sobrancelha arqueada. — Eu quero me especializar em Neurocirurgia. Mas, com a orientação dos residentes e os plantões na emergência eu não teria tempo hábil. Não estou reclamando, de maneira alguma, mas... É um sonho que tenho e quero muito seguir. Eu estive pensando e, se fosse possível, gostaria de voltar para clínica ou para as visitas e sobreaviso. 

Irresistible | l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora