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Toronto, CanadáJaneiro, sexta-feira 13:00

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Toronto, Canadá
Janeiro, sexta-feira 13:00

Melanie Miller Pov's

Contemplar a vida após a morte. É uma das coisas que eu tinha em mente a alguns anos atrás. As pessoas não dão valor para o que elas tem em volta. Não dão valor ao abraço de algum familiar ou amigo, ou aquela mensagem de boa noite.

Eu também não dava, mas comecei a perceber como isso era importante quando estava beirando a morte.

Com doze anos, eu comecei a ter sintomas estranhos. Cansaço e perda de energia era um deles, e para mim que sou uma pessoa super ativa, era estranho. Meus pais me levaram ao hospital, fiz alguns exames e fui diagnosticada com câncer no estômago.

Fiz muitas seções de quimioterapia, aquilo acabava comigo. Meu cabelo, sobrancelha e cílios caíam, eu não conseguia comer direito e nunca tinha disposição para nada.

Câncer no estômago é considerado um dos cânceres que são mais difíceis de serem curados, então a químio que eu fazia era forte. Fiz algumas cirurgias, e em uma delas eu quase não consegui resistir. E, depois de muito tempo, quando eu tinha dezesseis anos eu consegui vencer o câncer.

Desde então, eu vivo minha vida como se não houvesse o amanhã. Festas, boates, andar de moto com máxima velocidade, nadar com tubarões, saltar de bungee jumping, pular de paraquedas, acordar na cama de um estranho e não lembrar o que aconteceu, fazer tatuagens e colocar piercings. São coisas que eu já fiz, faço ou pretendo fazer.

Hoje foi a virada de ano, e como uma tradição desde que eu venci o câncer eu vou pular de paraquedas mais tarde. Sempre preferi pular no final da tarde, para conseguir ver o pôr do sol. É tão mágico.

Eu não tenho tempo para relacionamentos, eu sou do tipo que prefere ficar com todos os garotos - e garotas - mas sem envolver nenhum tipo de sentimento.

Quando completei dezoito, sai da casa dos meus pais e vim morar em um apartamento consideravelmente grande com minhas amigas, isso sempre foi um sonho nosso.

Faço faculdade de medicina, quero poder ajudar outras pessoas como os médicos e médicas me ajudaram. Por enquanto, eu sou estagiária na empresa da minha família. Na verdade, eu seria a pessoa que se tornaria dona, mas eu não quero isso para minha vida.

— Lendo de novo esse livro? — Nailea pergunta adentrando meu quarto.

Nailea e Avani são minhas melhores amigas, nos conhecemos quando tínhamos uns sete anos. Somos praticamente inseparáveis. Elas estavam do meu lado na época do tratamento, sempre estiveram. Quando eu não podia ir para a escola por causa de alguma consulta, elas faziam questão de passar a tarde me passando todo conteúdo que eu perdi.

You're mine | Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora