Capítulo 1

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   A brisa invadia o quarto de Adeena no Castelo de Esmeralda, o castelo real. A garota havia acabado de acordar e se olhava no espelho, para a nova aparência. Ainda não tinha se acostumado.

   Seus cabelos antes castanho, agora é de um tom de caramelo e longo, seus olhos são de um âmbar como a íris de um lobo como nunca virá nada igual nas terras humanas antes.

   A pele de Adeena, apesar de ter um aspecto pálido, é cheio de cor e luz, sempre estava com a boca e lábios rosados e quando o sol a envolvia, era como se brilhasse. As orelhas agora são maiores e pontudas e Adeena as escondia com o cabelo.

   Batidas ressoaram na porta de carvalho branco do quarto e então foi aberta por uma mulher baixa de cabelos escuros e chifres acentuados.

   — Bom dia, princesa Adeena. Seu pai quer falar com a Vossa Alteza. Vou prepara-lá.

   A garota suspirou. Odiava ser chamada por aquele nome.

— Leuane, por favor. Eu já disse para me chamar de Hayley — Adeena sorriu gentilmente.

— Me desculpe, Princesa Hayley.

Ela suspirou. Não adiantaria, havia pedido para que a chamassem por Hayley fazia uma semana, desde que chegou e continuavam insistindo em a chamar de Princesa Adeena.

— Irei preparar seu banho para vesti-la — A princesa assentiu.

Assim que o banho foi preparado, Adeena passou alguns longos minutos na banheira se limpando e colocando os pensamentos no lugar. Quando a água já estava morna, resolveu sair.

Leuane queria fazer tranças no cabelo da princesa que está recusou dizendo que não queria mostrar as orelhas e não havia se acostumado ainda com a nova aparência. Leuane assentiu e deixou o cabelo de Adeena solto, colocou uma tiara com a desculpa de que sem um penteado ou adereço, ficaria sem graça.

   Adeena escolheu um vestido preto pesado e básico, a não ser pela manga que se estendia em uma espécie de capa com detalhes em fios de prata formando algumas flores e folhas. O tecido das mangas se misturava com a capa acoplada e descia até os pés. E nas laterais e atrás do pescoço se formava uma gola firme. Adeena arfou ao se olhar no espelho. Escolherá roupas escuras desde que chegou, para demonstrar o luto que sentia por perder uma parte de si mesma.

   — Você está deslumbrante, mesmo que de preto — Leuane disse. A princesa aceitou o elogio.

   A dama acompanhou Adeena pelo castelo á sala do trono. Um lugar enorme e com bastante espaço vago. As paredes brancas e móveis revestidos em esmeralda. Tons de verde luminoso e dourado para todo móvel que olhará.

   No trono, Bankemin, o Rei de Ástrea e pai de Adeena estava sentado no trono mais alto, ao seu lado, Morneg, seu irmão gêmeo, discutia com o Rei. A aparência idêntica a sua, cabelos caramelo, olhos âmbar como de um lobo e pele que parecia brilhar, quase uma versão masculina de si.

   — Já conversamos sobre isso, filho — O homem bufou.

   Eles perceberam a presença de Adeena.

   — Mandou me chamar, pai?

   — Já se passaram uma semana, devemos conversar.

   A princesa suspirou.

   — Vou mandar chamar Golren para liberar sua memória.

   Morneg observava tudo em silêncio.

   — O que? Eu ainda não estou pronta! Eu... Eu nem ao menos sei se quero.

   — Adeena. Você não pode simplesmente esquecer de todos os seus quinhentos anos.
   Morneg concordou.

Princesa Sem Trono (Reino Mítico Vol. 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora