Prólogo

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A cabana clandestina que mantém total restrição sobre seus feitos, está lotada de cortesãs, mercenários e assassinos. Todos os homens (em sua maioria brutamontes bêbados), estão em volta do ringue rindo, eles gritam e aplaudem querendo ver meu sangue, querendo ver se suas apostas foram certeiras, e mesmo estando no inverno, sinto-me em chamas, talvez seja pelo lugar ser pequeno e estar em superlotação, ou talvez seja pela adrenalina da certeza que não será o meu sangue a ser derramado esta noite.

— Uma mulher? mulheres não lutam! estão zombando? — ele se zanga

Talvez, se eu não rendesse tanto dinheiro provavelmente não deixariam mesmo. Foi realmente difícil conseguir entrar no ringue no início.

O homem é baixo, deve medir em torno de um e setenta, tem muitos músculos e bastante massa muscular. Sua força e mente estão concentradas nos músculos, sem agilidade e estratégias. Percebi assistindo algumas de suas lutas que o mesmo tem uma dominância melhor com sua mão esquerda, seu ataque é mais bruto e direto, formação dos pés é desajeitada, e sua direita parece sempre estar mais desprotegida. O brutamontes me encarou dos pés a cabeça, deve pensar que irá conseguir seu dinheiro sujo facilmente hoje, malícia brilha em seu olhos ao ver as faixas em volta de meus seios. Mesmo sendo muito conhecida na "toca do diabo" muitos ainda me subestimam, ou não acreditam que eu ganhe de homens com o triplo do meu tamanho, tudo isso por ser do gênero feminino, a maioria apenas acreditar quando me vê em ringue com os próprios olhos, e mesmo assim ainda sofro assédio desde os 13 quando entrei nesse ramo para eu e Feyre não morrermos de fome.

Visto a máscara de medo fingindo estar surpresa por ele ser meu adversário, ele corre em minha direção com um sorriso.

— Sua vadia — o homem acerta um soco em meu estômago com o punho esquerdo, me afasto, o ar me falta.

Punho esquerdo é?

Em segundos me esquivo de seu mesmo punho esquerdo e o soco diretamente no rosto pela direta, lhe dou uma rasteira nos pés desengonçados o levando ao chão, abro um sorriso de escárnio ouvindo a plateia gritar ao fundo. Limpo o sangue que escorre da minha boca

— A vadia nem sentiu seu soco, homem.

Espero chegar a tempo do jantar.

Corte de chamas e cinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora