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Enquanto o silêncio do meu quarto me engolia, às 1:20h da madrugada de uma quarta-feira, penso no vazio ao qual me encontro ultimamente.
Daqui, eu escutei os bichinhos noturno fazendo o seu papel na cadeia alimentar, e me pergunto se estou fazendo o meu papel também.
Se o homem é o lobo do homem, será que já fui devorada a tempos atrás e não sei? Não vi? Não senti?

É claro que senti.

O meu lobo é aquele que levou minha capacidade de acreditar, foi aí que eu fui devorada, e, encarando o teto do meu quarto no silêncio, eu penso em como vou recuperá-la.

Talvez seja andando pelas ruas e pensando, talvez seja escrevendo, talvez seja conversando com amigos, talvez seja ouvindo música que eu consiga.

Pode ser também que seja olhando para o passado, olhando para mim mesma até o caminho que percorri no presente momento, como se estivesse assistindo um filme, sentada no meu sofá, torcendo pela personagem principal, porque, apesar de tudo, eu torço por mim, e quero ver com isso vai acabar.

Eu torço para que eu vença meus lobos internos e externos.
Eu torço para que o Thomas Hobbes esteja errado.

Com sorte, ele estará.

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