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É uma tristeza, vontade de ir embora e fazer nada ao mesmo tempo. Queria voar, me desprender deste pote pelo qual esconde minha intensidade, minha profundidade; queria ter mais coragem, confiar mais em mim.

Dizem que sou de outro mundo, que transmito mistério nos meus olhos, mas mal sabem, é tudo composto por vontades, por mais do que a vida pode me dá além desses dias tão rotineiros e cinzas. Sei que posso fazer mais, ser mais, porém me faltam oportunidades, ausência de fronteiras que, do jeito que estão, apenas fazem com que tudo pareça extremamente impossível.

Sobre dificuldades: nunca sei, é complicado buscar reconhecer se ela vem de mim ou do mundo, afinal, sou do grupo dos que sofrem antes da pancada, dos que almejam riscos, mas que sempre têm medo de pôr algo a perder, porque mesmo quando queremos muito alguma coisa, abrir mão de outra para que esta se realize quase sempre dói, faz falta, empurra para o arrependimento.

“O que é a vida sem arrependimentos?” Uma vez li e acho que, realmente, eles são inevitáveis, mas existem alguns casos relativos: os que escolhemos um bem melhor em relação a outro que antes era apenas bom e, aqueles em que escolhemos o ruim, sem saber que ele é, afinal, tão doloroso, já que de longe parecia bom demais para ser verdade.

É… a vida é feita de escolhas, riscos, medos, arrependimentos, mas viver uma repleta disso e não perceber que no final das contas ela vale a pena, na minha humilde opinião, não é viver, é sobreviver, existir; duas coisas que, a propósito, se encaixam no que eu mais venho fazendo, mesmo com o tanto que me debato tentando fugir delas.

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