Dois anos vivendo em um mesmo apartamento com um homem para ele, enfim, mostrar quem realmente é. Como é possível alguém superar totalmente nossas expectativas (aquelas ruins, que indicariam o quanto essa pessoa poderia fazer algo totalmente ridículo, ruim e considerado inaceitável) e ainda se achar no direito de estar bravo quando você não concorda?!
Neil Josten, aquele cara por quem eu me apaixonei em algum momento (e ainda não sei como isso foi possível acontecer, afinal, Andrew Minyard não tinha "amor" e "paixão" em seu dicionário), e agora está mostrando a péssima pessoa que realmente é.
O quarto em que divido com ele e nossos gatos (contra minha vontade, na maior parte do tempo), está escuro. A cortina corta luz desempenha muito bem seu papel para me permitir dormir durante à manhã.
Puxo o cobertor por cima da minha cabeça para tentar evitar ouvir os barulhos vindos da cozinha. Prefiro não saber o que diabos ele está fazendo lá fora.
Em momentos como esse eu repenso o porquê de ter decidido iniciar um namoro com esse homem.
Deveria ter me mantido distante de todas as pessoas, sem aceitar que ninguém se aproximasse e fizesse parte da minha vida. Também deveria ter ouvido Aaron e não Renee (mesmo que isso signifique uma burrice, principalmente em minha opinião). Se tivesse dado atenção para a opinião do meu irmão, nunca teria nem permitido que Neil Josten se aproximasse de mim. Também não teria beijado aquela boca insolente, e nem adorado o corpo daquele que só sabe trazer desgraça para minha vida.
Sendo bem dramático (o que descobri, recentemente, que eu sou e não me importo de ser), Neil Josten é a representação da pior escolha que fiz na minha vida.
Por que eu não mantive distância? Por que eu deixei o meu desejo por aquele garoto de olhos azuis ser mais forte do que minha racionalidade?
Se eu tivesse sido um pouco mais esperto, não teria que aguentar uma droga de festa de Halloween na minha própria casa para todos os membros das Raposas.
É, eu sei. Preciso repensar minhas decisões de vida.
A porta do quarto é aberta com bastante barulho e ouço os passos do meu namorado se aproximando da cama. Sinto quando ele sobe em cima da cama (ele tem essa mania insuportável de ficar em pé em cima da cama e andar até onde estou deitado), e o sinto jogar seu corpo por cima do meu.
- Andrew, já é quase meio dia. - Neil tenta puxar a coberta de cima de meu rosto, mas a seguro com força. Ouço ele suspirar. - Você não pode ficar deitado o dia inteiro fazendo drama.
- Sabe que eu posso - respondo, irritado.
Ele ri e sua risada quase me faz soltar a coberta. Gosto de ver seu rosto quando ele está rindo.
Rir não era algo muito comum para Neil Josten e eram momentos raros, e sempre ocorriam apenas na presença das Raposas. Mas, desde que passamos a morar juntos, só eu, ele e nossos gatos, os risos são cada vez mais comuns.
E eu amo vê-lo rindo.
- Não faz assim - peço, e consigo imaginar ele sorrindo por saber o que exatamente está acontecendo em minha mente nesse momento. - Você fica abusando dos meus pontos fracos.
- É engraçado ver Andrew Minyard dizendo que tem pontos fracos.
- É ridículo, não engraçado. Você me tornou um homem fraco. - Minha fala é puro drama, mas me arrependo no momento em que as palavras saem de minha boca.
O corpo, que até então estava deitado por cima do meu, cai ao meu lado no colchão. Puxo a coberta o suficiente para conseguir vê-lo. Neil está com os braços por cima do rosto e em silêncio.
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O Halloween de Andrew & Neil || AFTG
FanfictionCom a chegada do Halloween, Andrew Minyard repensa todas as decisões que o levaram até esse momento tão terrível e assustador: Neil Josten, seu namorado e com quem divide um apartamento, decidiu fazer uma festa de Halloween para as Raposas e ele vai...