Entre textos e (re)começos (Pausada)

Capítulo 2

Quando ficou claro que ela não o olharia nos olhos e muito menos falaria sobre o que aconteceu entre eles naquela noite na varanda, Bora voltou com a postura insistente. Enquanto a Ada procurava evitá-lo de um lado, Bora criava todas as oportunidades possíveis para estar perto dela e provocá-la. Teve até um dia em que ele criou uma situação com a ajuda de Selin e eles se encontraram na sala de produtos de limpeza.

A família de Ada estava a um fio de sair da mansão Doğrusöz. Ada tentava segurar as pontas como podia, mas era muito difícil manter um equilíbrio quando Bora não lhe dava o espaço que ela precisava. Não podia culpá-lo totalmente porque ele não sabia o que estava acontecendo. Bora era o tipo de pessoa que precisava estar a par da situação para tomar qualquer decisão ou estratégia que fosse necessária. Lidar com o desconhecido o deixava nervoso e impaciente e toda a situação com Ada era um campo minado sem lógica.

Para Bora, estava claro que ela o amava de todas as formas possíveis. O sentimento era recíproco. Naquele momento, não havia nada que ele não fosse capaz de fazer por ela. Queria andar de mãos dadas com Ada sempre que quisesse, queria falar para todos da sua família que eles estavam juntos. Em um futuro próximo, planejava comprar uma casa onde eles dois pudessem viver em paz com Elif, sem a interferência de ninguém. Queria se entregar de corpo e alma para ela sem medo e acordar no dia seguinte com ela em seus braços.

Ele não estava fazendo o suficiente? Por que ela se sentia tão insegura? Começou a pensar em todos os sinais que Ada deu desde que se conheceram. Ela já sofreu antes, isso estava claro no dia que ele a acompanhou no hospital. Estava quase certo de que ela tinha sido traída. Será que era isso? Ela não confiava em ninguém o bastante porque tinha medo de ser traída novamente? Quem teria sido capaz de fazer isso com ela?

Acima de tudo: COMO foi para a Ada passar por tudo isso? Naquele momento Bora percebeu que ele não sabia nada sobre o passado amoroso dela e isso o deixou inquieto. Não porque tivesse medo de alguma coisa, mas porque sentiu que as respostas para a maioria das suas perguntas poderiam ser encontradas se ele tivesse a chance de saber quem era ela.

Se o problema era falta de confiança, ele precisava ser claro. Bom, isso ele já fazia, mas era com a Ada que ele estava lidando. Depois que se encontraram na sala de limpeza, ele armou um plano.

No dia seguinte, Ada chegou à empresa e todos a olhavam de forma estranha. Ela não entendeu nada no início e ficou ainda mais confusa quando chegou à sua mesa e tinha um buquê de flores com um pequeno envelope vermelho. Entendeu de imediato que se tratava de Bora e não pode deixar de sorrir para o gesto. Amava tanto aquele homem que o coração ficava apertado.

Rüzgar veio por trás da Ada, lendo o remetente do bilhete.

- Na verdade, foi uma grande lição pra mim, sabia?

- Do que você está falando?

- Se eu soubesse organizar surpresas pra você como o Bora faz... Se eu soubesse o seu valor, não teria te perdido. Não estaríamos nessa posição.

- O que você fez pra atrapalhar a minha vida já não foi o suficiente? Você foi ver a minha tia, mostrou os papéis do divórcio pra ela! Agiu pelas minhas costas, o que é tudo isso?! Eu deveria saber que você agiria pelas minhas costas...!

- Está bem. Olhe, acabou. Eu me rendo. Eu entendo que você não me ama de jeito nenhum. E não tenho a intenção de te deixar com raiva, quero dizer...

- Eu não acho que você deveria estar muito chateado também. Tá andando muito com aquele pedido de divórcio por aí. Tuğçe ligou para a nossa advogada!

- Do que você está falando?

- Ela encontrou o número da nossa advogada nas suas últimas ligações. Graças a Allah ela não disse nada sobre nós.