ʚ capítulo 3 ɞ

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─── Sang Yu, a colega de quarto ♡༉───

Um olhar de confusão passou pela expressão séria de Wang Qinghai e ele acenou com a cabeça mecanicamente. Ele se virou e olhou para seu corpo físico morto, então atravessou a parede e saiu do hospital puxado pela corrente de ferro de Mu Rong.

A enfermeira retirou o equipamento de suporte vital, a auxiliar de enfermagem ligou para a família de Wang Qinghai para informá-los e o médico cobriu seu corpo com um pano branco.

Duas pessoas estavam flutuando ao longe quando Wang Qinghai por fim perguntou:

— Eu estou morto?

— Sim.

Ele moveu seus lábios como se quisesse dizer algo, mas no fim, as palavras apenas tornaram-se em um suspiro pesado.

A expressão de Mu Rong não mudou. Ela estava trabalhando para o Palácio Infernal há quinze anos, depois de ver essas coisas acontecendo tantas vezes, ela já havia se acostumado.

Para uma pessoa normal, a morte era o fim da vida, mas para Mu Rong, era o começo de outra jornada. Não havia motivo para tristeza.

Os dois chegaram em uma área residencial de classe alta no sul da cidade e entraram em uma casa bem iluminada. O primeiro andar já estava arrumado como uma sala de luto.

A China ainda estava na fase de implementação da reforma funerária e muitas pessoas ainda não aceitavam a cremação como um método funerário.

Um caixão foi colocado no centro da sala e havia um grande "Diàn¹" feito com papel preto colado na parede branca... {¹tln: Diàn (奠) significa fazer ofertas para o espírito dos mortos.}

No altar havia uma foto em preto e branco do falecido e nas laterais do caixão haviam duas pequenas flores feitas de papel, ambas ainda não estavam finalizadas.

As paredes dos dois lados estavam cobertas de coroas de flores em toda a parte até o quintal.

À esquerda da porta havia um cavalo alto de papel e à direita havia uma grande pilha de produtos de papel, incluindo vilas, pequenos carros de papel, utensílios diários, eletrônicos e mais.

No lado de dentro, havia duas filas de familiares ajoelhados vestidos com roupas de luto. Com soluços baixos e tristes, eles colocaram papel-moeda no braseiro, recitando orações para que o falecido descansasse em paz.

Vendo essa cena, um olhar de profunda inveja apareceu nos olhos de Wang Qinghai. Depois de morrer, seus olhos fantasmas foram abertos e ele pode ver que havia um homem da sua idade flutuando acima do caixão, vestindo roupas brilhantes e olhando para seus parentes com um sorriso.

Wang Qinghai olhou para si mesmo, ainda vestindo suas roupas do hospital.

— Eu sou uma Ceifadora Emissária da Academia do Deus da Morte. Tian Yingfa, sua hora chegou, por favor venha comigo.

Tian Yingfai olhou surpreso para Mu Rong. Esta ceifadora diante dele parecia um pouco diferente dos ceifadores das lendas.

Então, encarando essa pessoa da mesma idade de seus netos, Tian Yingfai curvou-se denovo e denovo e disse respeitosamente:

— Senhora Ceifadora, pode esperar mais um pouco? Meu neto mais novo está a caminho de casa e chegará aqui logo, deixe-me vê-lo uma última vez.

— Uma vez que o corpo morre, todas as conexões em vida são cortadas. É hora de ir.

A voz de Mu Rong era muito suave, mas havia uma firmeza em seu tom que não permitia discussão.

— Minha Senhora, eu imploro, só dessa vez.

Minha Colega de Quarto é uma Deusa da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora