Mᴇᴜ ᴛᴇʀᴀᴘᴇᴜᴛᴀ

cap 4 🇺🇲🇧🇷

S/n Cooper

No outro dia

Acordei, tomei um banho e segui para a escola. No caminho, me peguei pensando no que Matheus disse. Será que eu sou uma doente de verdade? Esses pensamentos me absorveram até que Sabina apareceu na minha frente, me fazendo voltar à realidade.

Sabina: Ei, S/n! Planeta Terra chamando!

S/n: Ah, desculpa! Tava pensando longe demais.

Sabina: Deu pra perceber! Tô aqui faz uma hora contando da minha vida, e você nem escutou, né?

S/n: Er... não.

Sabina: Tá sabendo do novo professor de Ciências?

S/n: Não, conta aí. (Eu sabia, mas preferi fingir surpresa.)

Sabina: Parece que é o sobrinho do professor Geraldo.

S/n: O Geraldo tem sobrinho?

Sabina: Sim!

S/n: Nossa, nem sabia. (Eu realmente não sabia disso até Noah me contar.)

O sinal tocou, nos avisando para entrar na sala.

Sabina: Qual é a primeira aula?

S/n: Ciências.

Sabina: Ugh, não gosto de Ciências.

S/n: Nem eu.

Entramos, e a aula começou. Quando já estava quase no final, o professor Geraldo nos chamou para dar um recado.

Geraldo: Então, pessoal, vou precisar me ausentar da escola por dois meses porque vou fazer uma cirurgia. Durante esse tempo, meu sobrinho, Noah Urrea, será o professor substituto.

Samuel: E quando ele começa?

Geraldo: Na semana que vem. Se comportem, hein? Ele é bravo.

Bravo? Que nada..., pensei comigo mesma.

Mais tarde, fui ao consultório para minha sessão de terapia. Bati na porta e ouvi um "entra". Entrei e me sentei no sofá, olhando para baixo.

Noah: Aconteceu alguma coisa?

S/n: Eu... (Tentei responder, mas as palavras não saíam, e comecei a chorar. Noah se aproximou e me abraçou.)

Noah: Calma, S/n, estou aqui pra te ajudar. Me conta o que aconteceu.

S/n: Eu... eu sou uma doente.

Noah: Por que você pensa isso?

S/n: Meu primo disse que quem faz terapia é doente, que tem problemas mentais.

Noah: Você não é doente, minha princesa. Olha pra mim. (Saí do abraço e olhei para ele, ainda com lágrimas nos olhos.) Você só não se abre com as pessoas e isso é normal. Algumas pessoas não conseguem ver o quanto você é incrível. Está se tornando uma mulher linda, madura, e única. Não liga para o que os outros falam; o importante é o que você pensa de si mesma. Eles têm que aprender a respeitar.

Essas palavras aqueceram meu coração.

S/n: Obrigada, Noah... eu nem sei o que dizer. (Ele me deu um sorriso de canto.)

Noah: Está se sentindo melhor?

S/n: Sim... ninguém nunca me disse isso.

Noah: As pessoas se preocupam com o que veem por fora, e não por dentro.

Noah: Quer um chocolate?

S/n: Não, tô de dieta.

Noah: Você já é magra. Se emagrecer mais, vai virar um palito!

S/n: (risos) Tô brincando! Aceito o chocolate.

Noah saiu e voltou com uma barra de chocolate. Dividi o chocolate ao meio e dei uma metade para ele.

S/n: Minha mãe me ensinou a dividir.

Noah: Então, ansiosa para eu ser seu professor na semana que vem? (Ele encostou minha cabeça no ombro dele.)

S/n: Nem tanto.

Noah: Por quê?

S/n: Porque os alunos, com exceção da minha amiga, vão fazer de tudo para que você me mande para a diretoria.

Noah: E por que fariam isso?

S/n: Sempre fazem isso com professores novos. Já tô cansada dessa palhaçada.

Noah: Mas eu não vou deixar isso me influenciar.

S/n: Eles são bons no que fazem.

Noah: Mas eu sou melhor. (Ele riu.)

S/n: Ah, Noah, e você é bravo mesmo?

Noah: Depende da situação. Quando fico bravo, mando a pessoa pra longe, mas, quando tô calmo, sou gente boa. Mas, olha, mudo de humor várias vezes no dia.

S/n: Entendi.

Depois de um silêncio, acrescentei:

S/n: Me promete uma coisa?

Noah: Pode falar.

S/n: Tudo bem você ser meu professor, mas não quero que você me passe as respostas. Quero aprender por mim mesma.

Noah: Claro. E não diga que é burra, porque não é.

S/n: Obrigada. (Pensei um pouco antes de perguntar.) Posso fazer mais uma pergunta?

Noah: Quantas quiser.

S/n: Você ajuda a cuidar dos problemas dos outros, mas quem cuida dos seus?

Noah: Boa pergunta. Acho que minha mãe... conto tudo pra ela.

Ficamos conversando até dar a hora de eu ir.

Noah: Sua sessão acabou. Até segunda.

S/n: Até, tchau!

Noah: Tchau.