Mᴇᴜ ᴛᴇʀᴀᴘᴇᴜᴛᴀ

cap 9 🇺🇲🇧🇷

Noah Urrea

No dia seguinte, eu acordei, tomei um banho rápido e fui direto para a escola. Assim que cheguei, avistei S/n e Sabina conversando no corredor.

Sabina: Amiga, me conta sobre seu encontro com o Alex!
S/n: Foi tranquilo, nada demais.
Sabina: Sério? Não rolou beijo ou algo a mais?
S/n: Sabina, já falei mil vezes que não quero arrumar ninguém agora.
Sabina: Ah, sei... Tá me fazendo suspeitar que você é lésbica, viu?
S/n: Pode ter certeza que não.

Ao entrar na sala, as duas pararam de falar e me olharam. Notei que S/n ficou um pouco corada.

Noah: Que foi?
S/n: Ah... é que você me olhou tão intensamente.
Noah: Me desculpe, não foi minha intenção.
S/n: Tudo bem – disse, mas parecia triste.

Percebi que algo a estava incomodando.

Noah: Você está bem, S/n?
S/n: Estou, sim.
Noah: Quando você for para a terapia hoje, a gente pode conversar?
S/n: Tá bom.

Mais tarde, no meu consultório, enquanto esperava por S/n, a porta se abriu e, para minha surpresa, era Letícia.

Noah: O que você quer aqui?
Letícia: Vim tirar satisfações.
Noah: Você prometeu que me deixaria em paz depois do jantar.
Letícia: Quem é a "sortuda" que você tá apaixonado? Era aquela garota de vestido preto, né? Você não tirava os olhos dela. Acho que vou ter que ter uma conversinha com ela...

Noah: Não se atreva! Se você fizer isso, eu juro, Letícia, que...
Letícia: Eu sabia! Mas o que ela tem que eu não tenho?
Noah: Ela é... diferente. Totalmente diferente de você e de todas as outras.

Letícia: Cai na real, Noah. Aquela garota não te ama.
Noah: Não me importa. Eu a amo.

Letícia foi embora, claramente frustrada. Minutos depois, S/n entrou na sala. Ela estava com um casaco preto, capuz na cabeça, como se tentasse se esconder. Notei que seus olhos estavam inchados.

Noah: O que aconteceu?

Ela não respondeu. Apenas começou a chorar, me abraçou e sentou no meu colo, buscando conforto. Passei a mão pelas suas costas, fazendo carinho, e aos poucos ela se acalmou.

S/n: Eu... não quero falar sobre o que aconteceu.
Noah: Tudo bem.

Ela encostou a cabeça no meu ombro, respirou fundo e... me cheirou?

S/n: Me desculpa... – disse, corada.
Noah: Tudo bem. Sou cheiroso?
S/n: Muito cheiroso.
Noah: Ah, bom! – Brinquei, sorrindo.

S/n: Aquela mulher de ontem... ela é sua ex?
Noah: Sim.
S/n: Você só namora gente bonita. Ela é bem mais bonita do que eu.
Noah: Tá errada. Você é mais bonita que ela.

Ela sorriu, e por um segundo me deu uma vontade imensa de beijá-la, mas me contive.

S/n: Você pode me ajudar a estudar para a prova de amanhã?
Noah: Claro.

Peguei meu caderno e revisei a matéria com ela. S/n era tão dedicada e calma que, ao fim do estudo, ela parecia exausta.

Noah: Quer que eu te leve para casa?
S/n: Se não for incômodo...
Noah: Claro que não.

No caminho, no carro:

Noah: Posso te fazer uma pergunta?
S/n: Pode.
Noah: Você tá gostando de alguém?
S/n: Acho que não, kkkk. Vai ser difícil eu me apaixonar... as pessoas não me querem.
Noah: As pessoas não te querem, ou é você que não quer elas?
S/n: É... acho que é isso mesmo. Você sabe o motivo, né?
Noah: Sim, eu sei.

Chegamos à sua casa.

Noah: Pronto, chegamos.
S/n: Obrigada – disse, me abraçando antes de sair do carro. – Obrigada por me ajudar a estudar.
Noah: Não precisa agradecer.

S/n Cooper

Assim que entrei em casa, vi minha mãe desligando o celular, animada.

Camila: Adivinha quem vai voltar a morar com a gente semana que vem!
S/n: Lucas Cooper?
Camila: Isso mesmo! E aí, como foi sua terapia hoje?
S/n: Foi boa. Noah me ajudou a estudar, e ficamos conversando.
Camila: Humm, quero nota boa na prova, mocinha! Se não, vai ficar sem celular.
S/n: Tá bom, mãe.

Fui para o meu quarto, tomei um banho e estudei mais um pouco. Eu precisava acertar tudo na prova de amanhã.