Capítulo 2

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ARQUIVO ORIGINAL, LIVRO COMPLETO DISPONÍVEL NA AMAZON E KINDLE

(LEMBRANDO QUE A HISTORIA DAS MENINAS, ACONTECE CINCO ANOS DEPOIS DE *MALDITO RUIVO*).

Estelar Monroe

Os cinco anos que se passaram tinha feito bem a você, ainda que você carregasse o mesmo rosto quase infantil de anos atrás. Tinha se tornando uma mulher, cujo as expectativas sobre a vida era bem altas.

E ainda que eu sentisse meu coração doer ao se partir silencioso, eu ainda permanecia olhando o grande homem deslizar um anel em seu dedo anelar pequeno.

- Você está bem? – Me perguntou Isaak em um sussurro. Concordei que sim com a cabeça pois eu era incapaz de dizer algo sem ele notar minha voz ao se embargar.

Eu sempre tive noção do caminho perigoso que eu estava percorrendo lentamente, e ainda assim permaneci, pois você era uma amiga incrível. Coisa que não poderia ser dita de mim, pois eu não era sua amiga enquanto lhe desejava, não era sua amiga ao me pegar querendo beijar seus lábios, e eu não estava sendo sua amiga ao desejar que esse homem lhe deixasse.

E olha que sentimentos complicados nunca foi meu forte. Mais ainda assim eu me arrastaria lentamente para o furacão que você era. Permaneceria mesmo sabendo que você me destruiria bem mais do que as lâminas que eu já havia usado.

Sensação estranha que eu sentia vindo de você, ainda que tenha aceitado o noivado seu sorriso não me era sincero enquanto me olhava. Eu compreendia você Normani, viver de aparecia era o que você mais fazia.

- Estou noiva. – Disse ela me sorrindo ao me abraçar.

- É, você está. – Falei afastando seu corpo do meu gentilmente, pois sentir o cheiro doce que exalava dela me machucava.

Seus olhos escuros vieram para os meus, e eu não negaria o quanto ele me arrepiava. Ficamos nos olhando em silencio naquele entender silencioso, pois ela sabia, só não assumia. Sua atenção foi tomada de mim por ele, como todas as vezes era. E eu odiava o quanto ele nos afastava. A deixei ir me recusando a ficar por mais tempo. Caminhei para fora da mansão fechando minha jaqueta e a única coisa que eu ouvia era as batidas do meu coração junto do barulho da minha bota.

- Ei, ei,ei. Onde você vai? – Perguntou Isaak chegando apressado até mim.

- Vou embora. – Falei o óbvio subindo em minha moto recém comprada.

- Se isso te machuca porque aceitou viajar com ela? – Me perguntou seriamente.

- Poucas coisas me machuca Isaak, e essa não é uma delas. – Menti dando um sorriso de lado.

E eu odiava a forma em como ele me conhecia, ele sabia que eu mentia. E sabia mais ainda que eu mentia mais para mim do que para ele. Ainda que eu assumisse várias coisas, eu ainda negaria a maioria.

- Sabe. – Iniciou.

- Eu preciso ir buscar o moleque. – Cortei seja lá o que ele falaria.

Ele somente concordou com a cabeça me olhando. Liguei minha moto dando partida e saindo daquela penumbra que insistia em si estalar em meu coração.

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Meu apartamento era pequeno, a maioria em seu tom escuro. Assim como minha vida havia se tornado. Escura e vazia, era como eu me via.

Ainda que eu tenha de fato mudado meu destino, eu ainda permanecia com o mesmo vazio dentro de mim. E era exatamente por isso que eu nunca conseguia parar em um único relacionamento. Vivia pulando de mulher pois eu era incapaz de dar tudo de mim para fazer de fato dar certo. Eu nunca consegui de fato amar alguém, ainda que o gostar já me era corrente.

- Estelar. – Me chamou o moleque com sua voz doce e calma me tirando dos devaneios.

Ravi, não me chamava de mãe pois quando ele o fez eu o repreendi. Ainda que eu tenha achado grosseiro fazer isso com ele, eu fiz. Entendia que ele era somente uma criança onde não tinha qualquer culpa do meu passado, mais eu não conseguia ouvir ele fazer isso sem me lembrar.

- Por que não está dormindo? – Perguntei soltando a fumaça do meu cigarro e me virando na sacada para o olhar.

Era incrível ele carregar tudo de mim em sua aparecia, ainda que o cabelo loiro seja de outro alguém. Ele tinha os mesmos olhos verdes que o meu, o mesmo rosto fino, a mesma boca rosada com os lábios poucos cheios, e o mesmo nariz fino.

- Eu. – Hesitou. E eu não poderia o culpar dele sentir medo de mim. – Só gostaria de saber se vou precisar ficar na vovó quando a senhora for viajar. – Disse por fim em um só fôlego cruzando seus dedos em frente ao seu corpo pequeno para dez anos.

- Não. – O respondi e o vi suspirar aliviado. – Você vai ficar com Isaak e Miguel até eu voltar. – Contei e o vi sorri corando suas bochechas. – Agora vai dormir. – Mandei voltando a lhe dar as costas.

- Boa noite, Estelar. – Disse indo para seu quarto apressado sem esperar pela resposta.

E eu nunca o respondia.

Ainda que eu me achasse incapaz de o ter o comigo, ainda sim o fiz. Pois eu de fato não queria que ele sofresse bem mais nas garras de minha mãe. E dessa forma ele passou a morar comigo a dois anos. E eu sabia que no fundo eu era igual a minha mãe em o tratar mal, mais eu de verdade não sabia como fazer diferente.

Não depois de tudo.

Stand Up: Série Irmãos Escobar - Livro 04 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora