Capítulo 5

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Depois do ocorrido, BaekHyun desapareceu por dias, não apenas do colégio, mas de todos os lugares em que ele poderia estar, e isso incluía sua casa, as arquibancadas que eram praticamente seu habitat natural após as estressantes aulas, e os muros altos detrás dos quais se escondia com Kris para se pegarem.

Na verdade, por falar em Wu Yifan, o chinês não parecia nenhum pouco incomodado com o que acontecera, seu rosto não ficou marcado, sua reputação estava intacta e agora desfilava de mãos dadas com Krystal Jung como se a garota fosse um troféu, claramente uma demonstração dos poderes do jovem capitão do melhor time de basquete estudantil da província de Gyeonggi.

Irene não conseguia nem ao menos esconder o ódio que sentia do cunhado, principalmente por reconhecer que o irmão havia deixado a casa da senhora Bae — que utilizava seu sobrenome de solteira desde sua separação com o pai dos gêmeos —, por causa do maldito chinês que agora parecia feliz em não ter o olhar de BaekHyun sobre si.

De fato, nenhum de nós, incluindo JooHyun e sua mãe, sabia onde o ruivo estava, se voltaria, ou se deveríamos procurá-lo. Essa despreocupação era incômoda para mim, uma maldito ansioso que já imaginava ver os cabelos rubros sujos no meio de um matagal em um BaekHyun sem vida, e claro, todos riram de minha teoria e me acalmaram em relação aos sumiços do Byun, que juravam ser frequentes.

Ainda assim, a ideia dos sumiços supostamente frequentes de BaekHyun me tiravam o sono e me viciavam no café ruim da cantina. Para mim, parecia impossível o rapaz não ser procurado por nenhum de nós e mais impossível ainda não ser um motivo de preocupação.

E dessa vez eu de fato não consegui dormir, rumando para a varanda com meu cobertor como se, de alguma forma, eu pudesse encontrar BaekHyun simplesmente ficando sentado na varanda durante toda a madrugada, claramente a ideia mais idiota que tive.

4:27 da manhã — pelo menos segundo meu despertador —, a primeira figura humana a passar pela rua chamou minha atenção instintivamente, fazendo-me levantar para avistá-la de melhor forma, tornando possível enxergar os fios avermelhados iluminados pelos postes de luz.

— BaekHyun? — chamei-o, não muito alto, mas em volume suficiente para chamar sua atenção na rua silenciosa.

Ele procurou ao redor de forma assustada, até ver meu aceno na varanda fracamente iluminada, aproximando-se de minha casa ao reconhecer-me.

— Tá fazendo o que acordado? — questionou.

— Preocupado contigo — enrolei-me mais ainda no cobertor, sofrendo com as brisas frias do meio do outono.

O Byun pareceu demorar alguns segundos para raciocinar o que ouvira, mas ainda assim abriu um sorriso tímido, procurando em seguida alguma forma de escalar as cercas floridas que minha mãe sustentava na frente de casa.

— Você tá doido, BaekHyun? Minha mãe vai te matar se você estragar isso!

— Não se preocupa, Hunnie, sua mãe nem vai saber que alguém esteve aqui — riu, terminando de escalar a cerca em pouco tempo, logo pulando para dentro de minha varanda. — Agora entra, está frio.

— Onde você estava? Eu estava preocupado com você, sabia?

— Eu sei, SeHun, mas eu sumo muito mais do que você pensa — colocou suas mãos sobre meus ombros e com a proximidade pude sentir o cheiro dos cigarros e da bebida em sua jaqueta manchada. — Não se preocupe mais, agora vá dormir.

— Você vai pra sua casa? — questionei, interrompendo meus lentos passos que BaekHyun acompanhava com o olhar, a fim de garantir que estava realmente acatando ao seu pedido.

— Vou, minha mãe deve estar preocupada — suspirou em sinal de cansaço. — E a Irene deve estar querendo me matar.

— Está mesmo — confirmei e ele riu, aproximando-se e esbarrando nossos dedos de forma falsamente acidental.

— Obrigado por se preocupar comigo.

— Não precisa agradecer — respondi, tendo a porta de correr de minha varanda fechada entre nós, e eu, do lado de dentro, o vi sumir.

Problem BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora