Cap:7

193 34 34
                                    

Pov. Kirishima

Meu corpo doía muito, eu não conseguia parar de chorar, devo ter ficado o dia todo assim, já é a décima vez que o Mestre goza dentro de mim e a cada minuto eu quero vomitar e sair correndo chorando, não aguento mais, tenho certeza que minha parte de trás está sangrando, isso é nojento.

Eu apenas quero morrer nesse momento, eu odeio isso, sinto nojo do meu próprio corpo, sinto vontade de vomitar, ele finalmente termina, se veste e vai embora, eu ainda estava amarrado e meus pulsos doíam, a droga começou a parar de fazer efeito a poucos minutos, me sento com dor e tento me soltar, mas ainda estava muito fraco.

Uso meus dentes para rasgar as cordas, já não aguento mais, minha bunda doía, mais eu sei que isso vai passar, sempre passa, me arrasto para um canto e começo a chorar desesperadamente, coloco minhas mãos em volta do meu pescoço, eu poderia usar as minhas garras para rasgá-lo, mas eu não morreria, meu corpo iria se regenerar.

"Preciso sair daqui", é tudo que eu penso, vejo uma janela, mas era pequena demais, eu não ia conseguir passar, ir pela porta da frente está fora de questão, mas eu começo a ouvir passoas, foda-se, vou sair pela porta da frente mesmo.

Eu subo as pequenas escadas e me jogo contra a porta e saio correndo, ouço o Mestre me chamar, mas corro ainda mais rápido, em um piscar de olhos eu já estava na floresta, continuo correndo pela floresta até estar mais que quilometros longe do circo.

Estava ofegante, cansado, caio no chão, as memórias de tudo que ele fez comigo voltam e eu volto a chorar, acabo não aguentando e vômito, estava com nojo, com tanto nojo, com nojo do meu corpo, começo a perder o controle e minhas garras saem dos meus dedos, eu não consigo me controlar e começo a arranhar minha própria pele, como se pudesse tirá-la de mim, nunca senti tanto nojo de mim mesmo.

Começo a gritar, não consigo segurar tudo aquilo que sentia, então fico gritando, de nojo, de raiva, de ódio, de tudo, as lágrimas não paravam de escorrer pelo meu rosto, soco o chão com força. Por que isso aconteceu comigo?! O que eu fiz pra merecer isso?! Eu já não aguento mais!

Se eu... Se eu parecesse mais com um homem... Se eu fosse mais masculino talvez... Talvez isso não acontece comigo... Por que eu nunca consigo me defender?... Eu nunca consigo reagir... Eu fico com tanto medo... Tanto nojo... Por que nunca consigo fazer nada?!

Respiro fundo, ofegante, tentando me acalmar, depois de alguns minutos eu seco minhas lágrimas e olho em volta, eu estou perto dos limites da cidade, caminho mais pela floresta, percebo que já está amanhecendo, não acredito que fiquei tantas horas dopado no porão do Mestre.

Vejo uma rua, por sorte não havia nenhum carro, deve estar muito cedo pra ter alguém rondando, havia uma grande caixa verde de lixo, me aproximo, talvez tenha alguma roupa, o cheiro era muito forte, tive que segurar a respiração para conseguir chegar perto, infelizmente não acho nenhuma roupa, mas ouço uma voz familiar.

- Eijiro Kirishima Bakugou? - Olho pro lado e reconheço na hora quem é.

- SHINSOU?! - Praticamente dou um berro.

- O que você tá fazendo aqui? E pelado? - Ele pergunta, eu não sei o que responder.

- Eu... Dei uma fugida temporária do circo?... - Droga, isso soou como uma pergunta

- Pelado? - Ele arqueia as sobrancelhas.

- É mais confortável... Coisa de híbrido, você é humano, não entenderia... - Digo meio desnorteado. - E você? Não te vejo a sei lá, 6 anos? - Pergunto.

- Foram 5 e eu estava fazendo uma caminhada matinal. Quer uma roupa? - Ele pergunta, aceno, percebo que ele estava com uma mochila. - É uma roupa de calor, mas acho que você não deve estar com frio. - Ele diz me entregando um short e uma blusa regata. - E como vão as coisas lá no circo? - Ele pergunta enquanto me visto.

Monstro De CircoOnde histórias criam vida. Descubra agora