A garota e o Nephilim.

•🕎•

S/n-

-Não tenha medo, querida, não vou machucar você.

Chuck diz isso de uma maneira tão convincente, que não sinto medo dele. Nem mesmo vontade de recuar, pelo contrário.

S/n: Eu não estou com medo.

Me aproximo, sentando ao seu lado em um pequeno tronco caído. Chuck me dá um sorriso de lado, e de alguma forma me parece solidário.

- Você não me parece bem, querida.

S/n: É, todos nós passamos por tempos dificies.

- Antes de tudo, permita-me fazer uma pergunta.

Olho atentamente para ele.

- Já tentou se recuperar dos seus fantasmas?

Juro que estou confusa. Chuck fala como se conhecesse todo meu interior, como se ele pudesse enxergar através de mim.

Solto um surpiro.

S/n: Meus fantasmas nunca irão embora, por mais que eu tente afasta-los.

Chuck olha para a frente, fixando a longa extensão da estrada.

- Você ao menos tentou com vontade?

S/n: Como assim?

- Tentou se afastar daquilo que traz esses fantasmas?

Por alguma razão Jack vem na minha cabeça, e a lembrança da nossa discussão me faz ficar com os olhos rasos.

S/n: Talvez eu goste de tê-los por perto.

Nunca disse tanta verdade para mim mesma. Depois de tudo que aconteceu, depois de tudo que passei, lidar com os meus fantasmas passou a ser uma rotina diária.

Mordo o lábio, pensando por alguns segundos.

S/n: Como veio parar aqui? Quem é você na verdade?

Encaro Chuck ao perguntar isso, ele apenas me olha com uma expressão calma no rosto.

- Como falei, estou aqui para ajudar.

S/n: Você nem me conhece, e do nada aparece no meio de uma floresta querendo me ajudar? Você é o que? Meu anjo da guarda?

Chuck solta um risinho.

- Digamos que sou muito mais que isso.

Me viro para Chuck, e quando menos espero, ele segura minha mão.

- Eu sou Deus, filha.

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Jack-

Meus pulmões clamam por ar, me forçando a parar de correr. Me inclino sobre os joelhos, recuperando o fôlego.

Não tenho a menor noção de quanto tempo estou correndo, procurando pela garota. Já devo ter andando por cada parte dessa floresta, mas nenhum sinal dela. A garota simplesmente desapareceu.

- Eu não posso desistir...eu vou encontrá-la, eu TENHO que encontrá-la.

Pego o celular no bolso, e disco o número, ainda com as mãos trêmulas.

" Você o que???".

A voz de Dean está tão revoltada, que afasto o celular dos ouvidos para proteger minha audição.

- Dean, fica calmo...

" Como me pede para ficar calmo??? Como foi deixar a garota sair por ai sozinha?? Você ficou maluco?? Vo...".