𝐣𝐚𝐩𝐚̃𝐨

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Margot Monserrat
point of view


── Vicent Hacker está preso em um solo nacional, localizado em uma penitenciária chamada Camp Delta. Estão o mantendo em cativeiro e ainda não abriram procedimento jurídico, não solicitaram extradição, e seus advogados foram tirados do caso. Ele está a dois meses sendo torturado friamente com cadeira elétrica não aprovada pelo governo, e agressões físicas fatais. Eu era sua psiquiatra mas fui demitida após não concordar com as punições. Então estou aqui pedindo pra que imediatamente seja retirado dessa detenção, e que ele seja submetido a justiça dentro da lei pois está perto da morte. Eu tenho provas verídicas.

A minha frente estava o governador. Ao meu lado o delegado. E atrás de mim, guardas. Eu tinha que ser clara e não expressar medo.

── Qual o seu nome? ── Ele me perguntou.

── Margot Monserrat.

── Bem, srta. Monserrat, me mostre as provas. ── Eu ponho sobre a mesa, as fotos que imprimi. Do porão extremamente sujo, da cadeira elétrica, dos alimentos fora da validade e com insetos, e do lugar onde "tomam banho" que na verdade é apenas um chuveiro podre que cai água não potável, ou seja, correm risco de aderir doenças de pele.

── O sr. Jow Bichler, mentor da penitenciária, é responsável por tudo. Oculta quase toda as ações feitas da DMF.

── DMF? ── Perguntou o governador.

── Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, senhor. É uma fiscalização nova. Estão fazendo nas prisões e penitenciárias. ── Explicou o delegado. Ele balançou a cabeça, cansado.

── Okay, Delegado Lewis, mande dez homens pra lá imediatamente. Chego em alguns minutos. ── O homem ao meu lado acentiu, e andou até a porta. ── Gostaria de fazer sua denúncia anônima? ── Perguntou pra mim.

── Não. Deixa no meu nome.

•  •  •

── Oi, Vovó. ── Dei um beijo em sua testa.

── Oi, Querida. Pra onde vai assim com tanta pressa? ── Pergunta ela.

── Tenho que ir na penitenciária. Só vim aqui te entregar os remédios novos. Dois por dia. Toma direitinho, hein? ── Ela sorriu.

── Pode deixar. ── Eu vejo um velhinho se aproximar. Pra ser mais específica, o que conheci na última vez que vim aqui. ── Ah, Querida, esse aqui é o Jeremy.

── Acho que já nos conhecemos antes. ── Eu sorri e apertei sua mão.

── Desculpa por aquilo. ── Riu.

── Está tudo bem. Bom eu tenho que ir, outro dia fico pra conversarmos.

── Minha neta é psiquiatra. ── Minha vó diz com orgulho.

── É uma profissão belíssima.

── Obrigada. ── Eu agradeço e começo a andar. Quando vejo um bebedouro no meio do corredor, eu paro.

A água gelada desce em minha garganta enquanto eu encaro a parede.
Quando o Jow saber que fui eu que o denunciei, ele não vai me deixar em paz, tenho certeza. Poderia fazer a denúncia anônima mas, ele não é burro, concerteza iria saber que fui eu.
Apesar do medo, estou com minha consciência tranquila pois sei que estou salvando uma vida. Por mais que El Diablo não mereça minha humanidade, não posso o deixar morrer aos poucos.

𝐄𝐋 𝐃𝐈𝐀𝐁𝐋𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora