Itália. cp-10

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Scarlett.

duas semanas depois...

Eu gostaria de saber em qual momento eu me tornei essa pessoa, quando me tornei calculista e quando que deixei de ser a menina doce e frágil que eu era, talvez se nós voltarmos no tempo...eu possa entender.

Quando eu tinha 14 anos me humilharam e me desprezaram no colégio, a pressão que eu colocava em mim mesma me consumia pouco a pouco, o medo de ser insuficiente para cada pessoa que me cercava me matava e ninguém percebia, então eu enterrei isso o mais fundo possível.

Também pode ter sido a total falta de exemplos na minha vida, não me entendam errado quando eu digo isso, eu amo a minha a força que ela mostra a todos e o carinho que ela demonstra só a mim, a única que ela pode confiar e a única a quem ela contava tudo sem nem perceber que colocava pessoas sobre mim.

O vazio de não conseguir falar com ninguém, sentir que nada e nem ninguém está realmente se importando para aquilo o que você sente, o que você gosta ou o que você quer para o seu futuro. Em dias que pareciam normais, onde tudo estava tranquilo e não haviam sinais de que coisas ruins aconteceriam, mas no meio de toda essa tranquilidade eu sentia meu coração acelerar, me sentia agitada e depois de alguns minutos...nada era como se o meu coração parasse, ele ficava calmo e eu quase não o sentia bater, o vazio no peito era tudo o que eu sentia, um buraco, uma nuvem preta o escondendo dos meu sentidos, tudo o que eu queria fazer era gritar, correr, bater em alguém ou sentir que alguém estava ali e entendia o que era isso que de tempos em tempos aparecia, me dominava e depois me abandonava com a sensação de vazio. até hoje não sei o que é isso que eu sinto, nunca tive coragem de procurar um especialista que pudesse me ajudar.

Quando eu tinha por volta dos meus 15 anos a raiva me consumia, não tinha um motivo, mas ela estava lá, eu me afastei da minha família e dos meus poucos amigos, tudo o que eu queria era sumir para não magoar mais ninguém. Haviam momentos que eu não me suportava, eu tinha raiva de mim por ter permitido que toda essa fúria fizesse as pessoas se afastarem de mim. Eu tive sorte, porque Maya não desistiu de mim. Eu e Maya entramos para a academia de box, eu descontava tudo o que sentia em cada golpe direcionado a sacos de pancadas ou aos adversários na minha frente. isso me ajudou me libertou e claro me deu a oportunidade de quebrar a cara da Emily santos, a menina que fazia bullying comigo nos tempos de escola.

Essas coisas e muitas outras que eu já passei me tornaram a mulher que eu sou hoje, forte, determinada, corajosa e principalmente segura de mim. não é como se só qualidades boas tivesse aparecido devido a esses acontecimentos, coisas como frieza, desconfiança, e às vezes excesso de raiva fazem parte da minha personalidade, mas uma delas é a que no momento mais de deixa incomodada, eu não consigo por para fora todas as coisas que acontecem na minha vida, eu guardo tudo por meses, coisas que me magoaram, que me destroem, coisas que eu deveria me permitir sentir mas eu não deixo que saíam, são meses em silêncio até que eu simplesmente viro uma explosão, destruo tudo que está a minha volta e deus salve quem estiver por perto.

Sou despertada de meus pensamentos assim que Maya entra na minha sala se senta na sua mesa que fica ao lado da minha e começa a falar.

-Anda no mundo da lua Scar? bati umas três vezes na porta, não sabia o que estava fazendo e não queria te atrapalhar, mas como você não me respondeu...eu entrei.- ela fala com um sorrisinho sem mostrar os dentes, somente seus lábios levemente curvados para cima.

-Desculpa! eu poderia dizer que eu fui bem mais longe que a lua.- falo dando um leve sorriso para ela. me levanto e me sento na beirada da mesa repetindo o seu movimento, o que me deixa de frente para ela.- Muitos problemas para resolver sabe como é.- falo tentando parecer normal na sua frente.

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