nós os dois | rúben dias

04.

ᴘᴀꜱꜱᴀᴅᴏ.

ⅱ. 𝚚𝚞𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚍𝚎𝚜𝚌𝚘𝚋𝚛𝚒𝚛𝚊𝚖-𝚜𝚎 𝚊𝚙𝚊𝚒𝚡𝚘𝚗𝚊𝚍𝚘𝚜.

Assim que os ponteiros do relógio disposto em cima do quadro branco apontaram para os números quatro e trinta, o professor catedrático terminou a lecionação da matéria da cadeira em questão e prestou as despedidas ao batalhão de estudantes presentes no auditório. E, Gabriela prontificou-se a arrumar a esferográfica no estojo laranja e, seguidamente, o estojo e o caderno de linhas na sua bolsa cinzenta, acomodando, depois, as alças da mesma no seu ombro direito. Ao lado de alguns dos seus colegas, abandonou o espaço da faculdade e deslocou-se para o exterior da instituição de Ensino Superior. Os seus passos travaram à saída do edifício, e o seu percurso para o exterior do campus universitários foi interrompido, quando os seus olhos verdes caíram na figura da sua colega de curso, e amizade mais próxima ganha na cidade capital, que se encontravam sentada num dos bancos de pedra dispersos pelo local exterior pertencente à universidade.

- O que fazes aqui, Glória? Esta aula não era a do teu turno. – Questionou-a assim que a abeirou.

- Sim, eu sei. – A de cabelos claros confirmou. – Vim fazer um trabalho de grupo para a biblioteca, e, como faltava poucos minutos para o fim da aula, acabei por ficar à tua espera para te acompanhar até à residência universitária. – Clarificou, levantando-se do lugar que ocupava, carregando consigo a sua mala.

Glória entrelaçou o seu braço no da bracarense e, daquela forma, a dupla de amizades encaminharam-se para fora do recinto universitário por entre uma conversa animada acerca de um assunto banal. Novamente, o percurso sofreu mais uma interrupção, naquela ocasião por o olhar da loira ter avistada o seu primo parado a poucos metros de distância da entrada da instituição de ensino.

- Rúben! – Puxando consigo a amiga, Glória gritou a fim de captar a atenção do defesa-central benfiquista, que, até então, tinha o olhar preso ao ecrã do telemóvel.

No instante em que os olhos castanhos de Rúben subiram e caíram sobre as fisionomias do duo, um sorriso inevitável nasceu nos seus lábios, em particular, graças ao ar angelical que o rosto bonito da nascida na cidade de Guimarães manifestava. Esta, por sua vez, não deixou de se sentir envergonhada pelo intenso olhar do jogador a vislumbrá-la à medida que se aproximava dele, vítima do puxão vindo de Glória.

- O que estás aqui a fazer? – Ao mesmo tempo que o cumprimentava com um forte abraço, a estudante universitária de cabelos claros perguntou.

- Estava por estes lados e pensei que preferias se te desse boleia a estares à espera dos transportes. – A amizade mais próxima de Diogo Gonçalves elucidou, depositando um carinhoso beijo na bochecha da prima mais nova por dois meses, enquanto cumprimentou a vimaranense com um assentir de cabeça e um sorriso de lado, embora o olhar que lhe dirigisse falasse mais alto.

- Sim, claro! Deus é grande, obrigada, priminho. – Glória não resistiu em suspirar de alívio pelo aliviar de horas que iria passar à espera do autocarro e a mudar de linha no comboio. – Lembraste da Gabriela, certo? – Inquiriu, apontando com a cabeça para a jovem rapariga atrás de si.

- Sim, lembro-me. – Rúben assentiu, sorrindo de lado.

Gabriela mostrou um sorriso tímido, sem nunca olhar diretamente para o jogador dos vermelhos e brancos, manifestando-se atrapalhada pelo intenso admirar dos olhos castanhos do mesmo.

- Sendo assim, vejo-te amanhã, Glória. – A morena de olhos verdes deu um passo em frente para se despedir da colega de turma, contudo as suas ações foram interrompidas pela mesma.