É impressionante como as pessoas são capazes de nos desiludir logo nas primeiras horas do ano. Harry apareceu ontem às 2 da manhã em casa com uma vadia que nem conhecia de lado nenhum.
Uma das regras, que ele estabeleceu, com a qual todos concordamos foi que nenhum de nós podia trazer um acompanhante para esta casa. Porque além de ser uma falta de respeito para com as pessoas que aqui vivem, nós temos armas e droga espalhada por todos os cantos e podia ser perigoso para nós se esse acompanhante encontrasse alguma dessas coisas. Harry, além de desobedecer a sua própria regra, trouxe alguém que tinha conhecido à umas meras horas.
Ela podia perfeitamente ser um membro de um gang inimigo, podia nos ter morto a todos, não a todos pois eu e o Styles éramos os únicos que estávamos em casa, mas pelo menos a nós dois podia. Já para não falar de ela poder revelar a nossa morada aos nossos inimigos. que não são poucos, e aí é que estávamos mesmo lixados. Nós não nos podemos dar ao luxo de confiar em alguém dessa forma.
**********
Ouço a porta da entrada bater, mas não ligo minimamente. Devem ser os rapazes que se cansaram da festa e decidiram vir mais cedo embora.
Olho o meu relógio para ter a certeza que não era mais tarde do que eu pensava, mas eu estava certa, são apenas duas da manhã. Os rapazes só costumam chegar destas festas por volta das seis, ou até mais tarde.
Começo a achar tudo mais estranho quando ouço um risinho feminino. Mas que raio?
Levanto-me do chão e estava prestes a ir até à porta, para tentar perceber o que se estava a passar, quando a mesma se abre revelando Harry aos beijos com uma rapariga que eu nunca vira antes. Pela maneira que eles começam a despir a roupa um do outro, eu percebo que eles não deram pela minha presença.
- Sinceramente, Styles. - digo e ele larga a mossa de imediato, fazendo com que ela quase caia no meio do chão. Se não estivéssemos sob estas circunstâncias e eu não estivesse tão irritada tinha soltado uma gargalhada ao ver a rapariga no chão com uma expressão que revela a vontade que ela tem de matar o Harry por a deixar cair e com a cara de parvo com que ele me olha.
- Hum...Rosie...e-eu...- ele tenta explicar-se mas encontra-se de tal maneira atrapalhado por ter sido apanhado que não sabe como o fazer.
- Miúda, desaparece daqui. - ordeno ignorando o meu melhor amigo por completo.
- A miúda tem nome, sim? - diz levantando a voz. Só podem estar a gozar comigo, já estou a ver que vou ter de me chatear. - E eu só vou embora quando o Harry me disser para o fazer. - ela afirma cruzando os braços em frente ao peito. Que pita mimada.
- Eu vou contar até 3, se não estiveres fora do meu campo de vista quando eu acabar vais sair a mal. - ameaço e ela limita-se a revirar os olhos e começa a bater com o pé.
Ai, eu juro que lhe parto o focinho. Quem é que a mossa pensa que é para me revirar os olhos? Ela claramente não sabe com quem se está a meter.
- Rosie. - Harry chama na tentativa de me fazer ter calma, mas não funciona. Ele abusou desta vez.
- Cala-te, Styles! - ordeno irritada. - 1, 2, 3. - eu conto, mas a miúda não se mexe nem um milímetro. - Estou a ver que queres sair a mal. - afirmo já sem um pingo de paciência.
- Eu não tenho medo de ti. - afirma e eu agarro o seu braço puxando-a para fora do quarto. Ela ainda tenta protestar, começando a tentar dar-me pontapés, mas eu dou-lhe um murro no nariz o que faz com que ela comece a sangrar e a chorar. Eu não acredito que ela está a chorar por ter levado um morro. Está bem que a maioria das pessoas a quem já fiz o mesmo eram homens, mas é algo que nunca me tinha acontecido. O Styles podia, pelo menos, ter tido melhor gosto.
- Se não tens devias ter. Desafiaste a pessoa errada. - digo quando chegamos à porta da entrada. - Se te volto a ver aqui, podes ter a certeza que vais sair numa carrinha funerária. - ameaço e de seguida fecho-lhe a porta na cara.
(...)
- Rosie, desculpa. Eu estava bêbedo, não tinha noção do que estava a fazer. - Harry tenta-se perdoar uma hora depois, quando ambos nos encontramos um pouco mais sóbrios
- Não estavas assim tão bêbedo. Conta-me a verdade. - peço e ele assente.
- Eu queria sentir alguma coisa. Eu tinha esperança de sentir alguma coisa quando a beijasse quando lhe tocasse. Mas eu não senti nada. Até hoje eu nunca senti amor desse género por ninguém. - ele admite frustrado consigo próprio.
- Tinhas de a trazer aqui para isso? Tu tens noção que aquela rapariga podia ser de um gang inimigo? Ela podia nos ter morto. - questiono. Neste momento não sei se estou mais irritada ou desiludida.
- Eu sei, por favor desculpa-me. - ele implora.
- Ok, Harry. - acabo por ceder depois de quase uma hora dele a pedir desculpa. Ele logo me abraça. - Mas que seja a primeira e a ultima vez. Se isto se repete a rapariga vai estar em muito maus lençóis, e tu ainda pior.
- Está bem. - ele concorda acenando com a cabeça para cima e para baixo repetidamente. - Au, isto não ajuda minimamente com a minha ressaca. - ele informa fazendo-me soltar uma gargalhada.
- És mesmo um idiota. - afirmo deixando um leve beijo na sua bochecha. Apesar de tudo eu adoro este parvo. - Anda, eu jurei que te ia ajudar a curar essa ressaca e tenciono cumprir a promessa. - digo puxando-o para a casa de banho, onde se encontram os medicamentes.
- És um amor, Rosie! - afirma.
- Eu sei.
**********
Como sempre, passado algum tempo eu acabei por o perdoar. Ele sabe como me persuadir. Isso é uma das consequências de ele me conhecer melhor do que eu me conheço a mim própria.
Vou guardar o que aconteceu como um segredo, pois eu sei que os rapazes não o iriam perdoar assim tão facilmente como eu. Ele pode pensar que isto é positivo, mas se ele repetir vai ser duas vezes pior, pois vai levar com as consequências de não um erro, mas dos dois de uma só vez.
O Liam e o Niall apareceram umas horas depois com Zayn e Louis apoiados neles, os últimos dois estavam completamente mocados. Aquilo não podia ser apenas uma bebedeira. Estes três são tão irresponsáveis. Por acaso estou surpreendida com Niall, normalmente eu e o Liam temos sempre de cuidar daqueles quatro, mas hoje ele foi minimamente responsável.
Nós não somos nenhuns santinhos, também fumamos, bebemos e usamos drogas. A diferença é que, ao contrário deles, nós sabemos quando parar.
Se eu tenho de aturar isto tudo logo nas primeiras horas do ano, eu nem quero imaginar como vão ser os próximos 364 dias.
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We're fireproof |h.s|
Fanfiction- Como é que te chamas? - Harry, Harry Styles. (...) - Posso tocar no teu cabelo? - Hum...acho que sim. (...) - És um amor, Rosie! - Eu sei. (...) Isso é uma das consequências de ele me conhecer melhor do que eu me conheço a mi...