Corro pela rua onde moro o mais rápido que consigo. Tento esquecer o que acabei de ver mas aquelas imagens não me saem da cabeça. O pior é que eu sei que ele me vai apanhar a qualquer momento e fazer-me o mesmo que lhes fez a eles.
Decido ir por um caminho pelo qual nunca tinha passado. Mas, logo me arrependo percebendo que era um beco sem saída.
Isto foi uma péssima ideia.
Ainda tento fugir, mas ele agarra o meu cabelo impedindo-me. Logo de seguida sinto algo frio ser encostado à minha testa, uma arma. Não consigo evitar deixar algumas lágrimas percorrer as minhas bochechas rosadas.
De repente ouço o som de uma arma a disparar e, como reflexo, fecho os olhos com força. Por momentos penso que a bala tinha sido dirigida a mim, mas, quando abro os olhos vejo aquele homem deitado no chão, com líquido vermelho à volta da sua cabeça. Acho que é sangue.
- Estás bem? -um rapaz mais velho que eu pergunta. Se a minha mamã o visse não me deixaria falar com ele, porque ele tem desenhos nos braços, mas como ela não está aqui eu digo que sim com a cabeça.
Ele tem cabelo castanho, como o do chocolate que o meu pai me traz todas as sextas feiras, e os olhos verdes como o jardim da nossa casa.
- Como te chamas, pequena? - ele pergunta, aproximando-se de mim enquanto guarda o objecto preto.
- Rose, mas a mamã gosta mais que me chamem Rosie. - respondo envergonhada.
Eu acho que ele acabou de me salvar a vida.
- É um nome muito bonito. - afirma fazendo-me sorrir.
- Como é que tu te chamas? - pergunto curiosa.
- Harry, Harry Styles. - diz com um pequeno sorriso. - Onde estão os teus pais Rosie? - pergunta e o meu sorriso desaparece.
- Eles estão no céu, acho eu. - respondo e ele olha para mim confuso. - Aquele senhor e mais três homens mataram-nos. Eu consegui fugir, mas ele veio atrás de mim.- esclareço apontando para o corpo deitado no chão.
Espero que ele tenha ido para o inferno.
- Anda, eu vou levar-te para minha casa. - ele diz estendendo a mão para eu à agarrar.
Será que devia agarrar a sua mão e ir com ele? E se ele me fizer mal?
- Podes confiar em mim Rose, eu não te vou magoar. Mas nós temos que sair daqui antes que os outros homens cheguem. - ele diz ao perceber que eu não lhe ia dar a mão, mas depois do que ele me disse mudei de ideias.
- Tu vives com os teus pais? - pergunto enquanto andamos em direção à sua casa.
- Não. Os meus pais também estão no céu. - admite um bocado triste.
- Então tu vives sozinho? - ele diz que sim com a cabeça como resposta. - Não és demasiado novo?
-Provavelmente.
- Quantos anos tens Harry? - pergunto curiosa.
- Quinze. - ele responde e olha para mim.
- És quatro anos mais velho que eu.
(...)
- Chegamos. - o Harry afirma, abrindo a porta de um pequeno apartamento.
Olho em volta e reparo que ele não parecia um sítio feliz como a minha casa, era demasiado escuro.
- Podes sentar-te ali enquanto eu vou preparar alguma coisa para comermos. - ele diz apontando para o pequeno sofá da sala, e começa a andar em direção à cozinha.
- Espera. - peço agarrando a sua camisola preta.
- Sim?! - ele diz tentando fazer com que eu fale, mas eu perdi a coragem. - Que se passa, Rosie? - ele pergunta pondo-se de joelhos para ficar do mesmo tamanho que eu.
- Achas...achas que me podes ensinar a fazer aquilo que tu fizeste àquele homem? Eu quero fazer o mesmo aos outros senhores que estavam com ele. - eu pergunto esperançosa.
- Rose, o que eu fiz está errado. Eu não quero que tu faças o mesmo. - ele diz sério.
- Mas eu quero. - insisto cruzando os braços e batendo com o pé.
- Depois falamos melhor sobre isso, Okay?
- Está bem. - acabo por ceder.
(...)
- Posso tocar no teu cabelo? - peço envergonhada quando ele volta para a minha beira com duas sandes. Eu nunca tinha visto um menino com uns caracóis assim. Normalmente ou têm o cabelo liso, ou é encaracolado mas seco.
- Hum...acho que sim. - ele diz e abaixa-se para eu conseguir chegar à cabeça dele. Tal como eu achava, o cabelo dele é suave. Faz-me lembrar o da minha mamã. Eu estava sempre a fazer tranças no cabelo dela enquanto ela via televisão porque o seu cabelo era tão fofo. - Devias comer a tua sandes, Rosie. - ele afirma, levanta-se e dá-me a comida para a mão.
**********
Foi assim que eu conheci Harry Styles.
Desde esse dia eu e Harry vivemos juntos. Nestes últimos anos muita coisa aconteceu. Nós conhecemos Liam, Niall, Zayn e Louis pelo nosso caminho. Louis foi o primeiro com quem nos cruzamos. Ele era maior de idade, ao contrário de mim e do Harry, e por isso propusemos-lhe que se junta-se a nós. Juntos agora formamos um Gang. Aliás mais do que um Gang, nós uma família. Para sobreviver temos de vender drogas e assaltar alguns estabelecimentos, tirando isso somos basicamente inofensivos para a maioria das pessoas. Mas às vezes cruzamo-nos com certos grupos como os Pubelle, eles sim são perigosos, e quando isso acontece costuma haver armas ao barulho. Estes encontros nunca terminam bem. Há dois anos deixamos uma rapariga entrar no nosso Gang pois ela, como todos nós, não tinha família nem dinheiro, o seu nome era Jess. Os Pubelle trataram de a matar. Eu sinceramente não como é que nós os seis continuamos vivos, eles são pelo menos vinte e eles não se limitam a pequenos assaltos, eles já roubaram vários bancos e mataram várias pessoas, nunca foram apanhados. É óbvio que eles não são os nossos únicos rivais, mas são definitivamente os nossos piores inimigos. Mark daria tudo para nos ver mortos e enterrados.
--------------------------------------------------------
Olá gente linda!!!!
Esta é a minha nova fic. Espero que gostem.
Caso ainda não o tenham feito, vão ler as minhas outras fics por favor. Elas são todas muito diferentes. A " You and I" foi a primeira que escrevi e é com o Harry, a " The same" é com o Liam e fala sobre um suposto nerd e uma suposta rebelde, e a "Only Half a Blue Sky" que é com o Zayn.
Love you xx
VOCÊ ESTÁ LENDO
We're fireproof |h.s|
Fanfic- Como é que te chamas? - Harry, Harry Styles. (...) - Posso tocar no teu cabelo? - Hum...acho que sim. (...) - És um amor, Rosie! - Eu sei. (...) Isso é uma das consequências de ele me conhecer melhor do que eu me conheço a mi...