All My Life - Chaezy/Rozy

6~Suzy - A verdade sempre aparece (POV)

Coloquei meus óculos escuros, liguei o carro e coloquei meu celular no viva voz enquanto atendia alguns amigos que me desejavam feliz aniversário. Quando cheguei no prédio que eu morava, subi para o apartamento que meu pai sempre fica quando visita Seoul, coloquei o código e entrei no apartamento, já havia uma mala sobre o sofá, olhei um par de sapatos femininos sobre o tapete de entrada, fui até perto da sala de reuniões dele, meu pai é dono de uma empresa de importações e sempre que há necessidade ele aproveita sua vinda e resolve tudo pendente com compradores, o apartamento dele é todo adaptado para essas atividades. O silêncio do apartamento era tanto que ouvi uma voz feminina na sala dele, parecia ser da Jisoo, não entendi o que ela fazia a essa hora com meu pai, ele falava alto como se estivesse pressionando Jisoo a algo, ela na mesma altura respondia a ele com tom de incômodo, achava terrível essas conversas ocultas que sempre acabava ouvindo pelas portas, ultimamente não ouvi muitas coisas agradáveis ao meu respeito, fiquei encostada perto da porta ouvindo gritos típicos do meu pai e olhando pela pequena brecha da porta os movimentos.

- Kim, já se passou um mês desde quando você me falou que minha filha anda com a tal mulher que me disse, até quando vou esperar para você acabar com essa pouca vergonha? Você sabe muito bem que não admito esse tipo de coisa na minha família, Suzy está no auge da carreira dela para ela ficar com essas empolgações como se fosse adolescente, ela ainda sim insiste nessas relações escandalosas sem fundamento algum, isso iria manchar a imagem dela e da família toda dela, eu não aceito, ouviu bem?-Ouvi um som como se fosse da mão dele batendo sobre a mesa e fechei os olhos suspirando lento.
- Não sabe como a mãe dela está decepcionada com ela mas temos que fingir que não sabemos de nada até essa mulher sumir da vida dela, Suzy não vai se afundar nisso, nem que eu envolva o irmão dela apesar de ser um verdadeiro bajulador dela, no mínimo iria falar que ela tem direito de viver a vida dela... Kim, ela não pode saber que estamos fazendo isso ouviu bem? Ela pode ter atitudes que não podemos imaginar e você não se atreva a desistir dos planos! Sabe bem o risco que você corre também, garota!-Ele falava em voz áspera.
- Eu sei perfeitamente, não posso fazer nada na hora que bem entende, seria no mínimo estúpido ou o senhor acha que a Suzy é idiota? As duas precisavam no mínimo esquecer minhas ameaças e achar que não vai acontecer absolutamente nada contra elas! Mas se elas estão lhe incomodando tanto, o que impede do senhor mesmo fazer?-Falou ela com uma feição séria desafiando ele.
- Como tem audácia de falar assim comigo?-Ele falou se aproximando e agarrando o braço de Jisoo, logo ele a  soltou.
- Você sabe muito bem onde leva esse seu atrevimento, Jisoo, mas o que posso esperar? Dá para ver de longe seu temperamento, não tenho dúvidas que puxou o sangue da família! E tenho certeza que sabe o que pode ocorrer se quebrar minha confiança e nosso trato!-Ele falou e eu franzi as sobrancelhas sem entender o que ele quis dizer com isso.
- Puxei seu pior lado, papai... Apesar de me manter por debaixo dos seus panos, é inevitável negar o sangue que tenho!-Disse Jisoo fria e direta o encarando, meu corpo subiu um calafrio e comecei a chorar confusa.
- Não vamos tocar nesse assunto, sabe bem a causa de não ter te trazido as claras, mas te reconheci como filha, ainda por cima trabalha com sua irmã e tem um emprego que ela se quer pode te mandar embora, eu prefiro mil vezes estarmos em família do que qualquer outra coisa, nada sai do controle! Espero que pense na sua mãe quando for executar o plano e não fique com medo ou desista, você sabe o que pode acontecer se desistir não é?- Disse ele e Jisoo suspirou séria fazendo gesto de sim com a cabeça.

Não conseguia mais ouvir nada, minha cabeça deu um enorme nó e coloquei uma mão na boca sem parar de chorar enquanto eles falavam coisas sobre a empresa dele, nessa breve conversa eu pude ter a certeza que minha família era pior do que eu imaginava, que eu estava lidando o tempo inteiro com uma irmã que mal imaginava ter, fui para a sala confusa pegando minha bolsa e saí correndo do apartamento, desci para o estacionamento e liguei o carro com as mãos trêmulas, arranquei com ele buzinando diversas vezes para que abrissem logo o portão do estacionamento, dirigi até as proximidades do Rio Han, desliguei o carro e saí dele caminhando em direção do rio, sentei na beira dele, meu celular não parava de tocar e minha raiva só aumentava enquanto chorava mais, fiquei uns minutos pensativa e meu celular tocou de novo, quando me vi no ponto de jogar ele no rio, dessa vez era Rosé ligando, atendi ela tentando suspirar fundo.